Desafio de Catamarã agita as águas de Arraial d’Ajuda

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Canoa Arraial d'ajuda
Evento reuniu 8 clubes e quase 100 remadores inscritos em um formato pensado para priorizar integração acima de resultado. Foto: Lily Martins

O extremo sul da Bahia deu um passo importante no fortalecimento da canoa havaiana na região. Na manhã de domingo (30/11), a Base Kanaloa Arraial d’Ajuda, na Praia do Araçaípe, em Porto Seguro (BA), recebeu o primeiro Desafio de Catamarã do extremo sul, reunindo 8 clubes e quase 100 remadores inscritos em um formato pensado para priorizar integração acima de resultado.

Formato diferente, com remadores embaralhados

A prova foi disputada em catamarãs de canoa havaiana e dividida em três baterias classificatórias e uma final:

  • 1ª bateria: 3 catamarãs alinhados na largada
  • 2ª bateria: mais 3 catamarãs na água
  • 3ª bateria: 2 catamarãs em busca das últimas vagas

Dessas baterias saíram as três mais rápidas no somatório geral, que voltaram para o mar na bateria final. Mas, ao contrário do habitual, o foco não esteve no pódio.

O diferencial do evento foi a decisão dos organizadores de embaralhar os remadores de todas as bases, montando as equipes com atletas de clubes diferentes. Quem está acostumado a alinhar na areia defendendo apenas as cores da própria base, desta vez remou lado a lado com remadores de toda a região.

De volta às raízes da canoa

Canoa Arraial d'ajuda
A competição também pode ser usada como ferramenta de aproximação. Foto: Lily Martins

Em muitos cenários esportivos, rivalidades entre clubes e pequenas rixas acabam roubando a cena. No Desafio de Catamarã, a proposta foi exatamente a oposta: usar a competição como ferramenta de aproximação – como faziam os antigos navegadores polinésios, que usavam a canoa para cruzar ilhas, levar pessoas, histórias e alimento, sempre em grupo e em cooperação.

Na tradição da canoa havaiana, a embarcação sempre foi um espaço de sobrevivência coletiva, onde cada remador assumia responsabilidade pelo todo. É esse espírito que os organizadores quiseram resgatar no extremo sul da Bahia: mostrar que o crescimento da canoa na região passa pela capacidade de olhar para o território inteiro, e não apenas para o “próprio quintal”.

Responsável pelo evento e um dos líderes do Clube Kanaloa Arraial d’Ajuda, Ruan Veiga resumiu o espírito da iniciativa:

“Desde o início, a ideia foi misturar geral. Não era sobre qual base ia ganhar, e sim sobre fazer a tribo se enxergar como uma só. Quando a gente entra na mesma canoa, percebe que o mar é grande demais pra gastar energia com divisão, por mais que tenha espaço para isso. É assim que o extremo sul da Bahia cresce na canoa: remando lado a lado.”

Extremo sul da Bahia no mapa

Canoa Arraial d'ajuda
Largada das canoas. Foto: Lily Martins

O encontro mostrou, na prática, que a canoa havaiana na região já não é apenas um esporte em crescimento, mas também um espaço de convivência, saúde e pertencimento. Ao reunir diversos clubes em um formato colaborativo, o desafio reforça o potencial de acolhimento desta modalidade esportiva e apresentou o extremo sul da Bahia como um verdadeiro polo de cultura oceânica e de canoa, à espera do desembarque de outros grandes eventos.

Para além das baterias, os líderes dos clubes deixaram no ar uma sensação de compromisso com o futuro: a de que esse primeiro desafio pode ser o ponto de partida para um calendário de eventos integrados, conectando ainda mais as bases de Porto Seguro, Arraial d’Ajuda e arredores.

Para quem chega de fora, o recado é simples: no extremo sul da Bahia sempre vai ter uma canoa pronta para te receber – em qualquer clube da região.

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