Aos 96 anos, brasileiro é o remador mais velho do mundo em atividade

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remador mais velho do mundo
Em setembro deste ano, Odilon competiu no campeonato mundial em Banyoles, na Espanha. Foto: arquivo pessoal

Se a máxima “a idade é apenas um número” é verdadeira, ninguém personifica essa verdade com mais vigor do que Odilon Maia Martins. Aos 96 anos, o catarinense não é apenas uma memória viva do esporte brasileiro, mas sim o remador mais velho do mundo em atividade. No início de novembro, ele foi uma das estrelas do Campeonato Brasileiro de Remo Master, realizado em Porto Alegre, provando mais uma vez que sua paixão pela água continua inabalável.

Sua participação no evento nacional coroa um ano de intensa atividade. Em setembro, Odilon foi a figura central do Mundial de Remo Master em Banyoles, na Espanha. Como o competidor mais veterano do evento, ele foi homenageado pela organização e ovacionado pelo público. Lá, competiu em duas provas, uma delas ao lado de seu neto, Diogo Martins. A dupla, que vinha de um treinamento forte, enfrentou uma grande frustração quando precisou trocar de barco no dia da competição, recebendo um equipamento que, segundo Odilon, não tinha condições de uso. “Foi uma frustração muito grande”, confessou em depoimento à revista Veja.

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Aos 96 anos, Odilon Maia Martins nem pensa em parar de remar: “Quero chegar aos 100 na água”. Foto: Anderson Coelho/ ND

Apesar do revés, a parceria entre avô e neto simboliza a força da tradição e do legado. “Temos uma tradição familiar, pai, avô e bisavô remando, e, agora, me tornei o bisavô”, declarou ao site Olympics.com, bem-humorado.

Remando desde 1952

A jornada de Odilon começou em 1952, em Florianópolis (SC). O convite para experimentar o esporte no clube Martinelli foi o início de uma trajetória de quase oito décadas. O sucesso veio rápido e o incentivou a continuar. “Quando se tem vitórias, é um incentivo para continuar”, afirma. Após passagens pelo Riachuelo, ele se estabeleceu no clube Aldo Luz em 1954, onde permanece até hoje, completando mais de 70 anos de fidelidade às mesmas cores.

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Odilon sendo homenageado durante o campeonato mundial de remo, realizado em Tshwane, África do Sul, em 2023. Foto: Detlev Seyb/ MyRowing via Remo Brasil

Sua sala de troféus é vasta. Entre as conquistas mais marcantes estão o primeiro campeonato catarinense no barco de oito com timoneiro e uma vitória espetacular sobre uma dupla do Flamengo que contava com um campeão pan-americano. Na categoria Master, para a qual retornou com força total após se aposentar aos 61 anos, sua carreira é ainda mais impressionante, somando cerca de 30 vitórias em Mundiais desde sua primeira participação, em 1991, em Miami.

Para Odilon, o segredo não está apenas na competição, mas na dedicação diária. Ele treina seis dias por semana, de segunda a sábado. “Só não remo no domingo porque o clube não abre”, explica. Ele credita ao remo sua saúde e longevidade, descrevendo-o como uma prática completa que ensina disciplina, perseverança e a viver de forma saudável. “A maioria das pessoas, quando chega aos 50, acha que já está velha. Ao contrário, é nessa idade que tem que se dedicar mais às atividades físicas”, aconselha.

Conhecido e reverenciado no circuito mundial, Odilon Maia Martins é um exemplo de vitalidade e paixão. Com a experiência de quem viveu quase um século, ele olha para o futuro com a mesma determinação de sempre. Seu objetivo é claro e inspirador: “Meu sonho: quero chegar aos 100 anos na água”.

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