
Remadores de Porto Belo (SC) filmam encontro com tubarão
Remadores do Pa’ahana Paddle Club de Porto Belo (SC) registram encontro com um tubarão durante manhã de treinos
Durante Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, a canoagem destaca aquela que talvez seja seu papel mais nobre: o de ferramenta de prevenção e reabilitação da doença, com respaldo científico e benefícios registrados desde 1996. Foi nesse ano que o médico canadense Donald McKenzie desafiou as convenções médicas da época. Ele reuniu 24 mulheres que haviam passado pelo tratamento do câncer de mama e, com seu estudo pioneiro, demonstrou que a prática da canoagem atuava ativamente na prevenção do linfedema, uma temida complicação pós-tratamento, além de melhorar a mobilidade do braço e fortalecer o pilar emocional das pacientes.
A descoberta de McKenzie foi revolucionária: o movimento ritmado e sincronizado dos remos na água funciona como uma espécie de drenagem linfática natural. Essa ação mecânica contínua mostrou-se fundamental para reduzir o risco de inchaço e promover uma recuperação física mais completa. Seu programa, que combinou três meses de preparação em academia com três meses de remada em um Dragon Boat, culminou em um resultado que ecoa até hoje na comunidade médica e esportiva: nenhuma das 24 voluntárias desenvolveu linfedema.
A canoagem contribui para a melhora da mobilidade e função dos membros superiores, aumento da força muscular, melhora do humor e da autoestima, e fortalecimento da saúde mental, criando também uma rede de apoio social entre as participantes. Essas vantagens são fundamentais para a qualidade de vida das mulheres que enfrentaram o câncer de mama.
Graças ao trabalho de McKenzie, especialistas passaram a recomendar a prática regular da canoagem como parte da reabilitação e prevenção de complicações pós-tratamento. Embora não haja uma prescrição única, os estudos indicam que programas com duração de pelo menos seis meses, com sessões frequentes (por exemplo, duas a três vezes por semana), são eficazes para alcançar esses benefícios. A prática deve ser orientada por profissionais de saúde e educação física para garantir segurança e adequação às condições individuais.
Os benefícios da canoagem continuam sendo reforçados por pesquisas e experiências práticas em diversos países, incluindo o Brasil, onde equipes de dragon boat e canoa polinésia formadas por sobreviventes de câncer de mama estão em crescimento, além dos eventos de “Remada Rosa”, sendo realizados em diferentes regiões do país, como forma de estimular a prevenção e acolher mulheres que enfrentam a doença. No caso do dragon boat, a International Dragon Boat Federation (IDBF) criou, em 2023, a categoria câncer de mama.