
Transição de natação em piscina para águas abertas
A navegação é um fundamento essencial para a adaptação e transição de natação em piscina para águas abertas
Olá, pessoal! Quando falamos em performance e/ou baixar tempos na natação, diversos fatores estão envolvidos, não é apenas uma questão de técnica ou condicionamento físico. Existem algumas estratégias que também podem te ajudar durante a prova, como o uso da esteira, o famoso “vácuo” hidrodinâmico.
Quando nadamos, criamos uma corrente de água atrás do nosso corpo. Quem nada atrás acaba se beneficiando dessa zona de baixa pressão e menor resistência, necessitando de menos esforço para manter uma mesma velocidade, consequentemente, economizando energia.
Importante destacar que o aproveitamento do vácuo existe não só para quem está logo atrás, mas também lateralmente. Quando você nada, pode ver que a água forma um “V”, então, o benefício de quem pega carona também se estende pro pessoal que está ali do lado, por exemplo, naquele pelotão/grupo maior que se forma no começo.
Estudos comprovam a eficiência dessa estratégia. A análise de drafting em natação de Chatard & Wilson (2003), por exemplo, afirma que o posicionamento logo atrás (até 50 cm) gera de 13 a 26% menos arrasto, proporcionando de 8 a 10% menos esforço para o nadador que está atrás, que chega a nadar até 5% mais rápido. Já no posicionamento, lateral (nível do quadril), o atleta que está atrás recebe de 6 a 7% menos arrasto, nadando entre 1 e 3% mais rápido.
“Mas, Samir, essa porcentagem interfere de fato na competição?” Sim! Principalmente em provas longas, como é o caso da maratona aquática e das ultras, os nadadores usam a esteira para se manterem próximo dos adversários, guardando forças para momentos cruciais como ultrapassagens e final de prova. Manter um ritmo constante por longos períodos é bem difícil, por isso os atletas mais experientes costumam inclusive revezar na esteira, tornando a prova mais dinâmica.
Uma dica legal que gosto de passar para os alunos é, se a pessoa que está na frente bate muita perna, gerando mais ondulação, isso pode atrapalhar no apoio das mãos de quem está nadando atrás e o atleta acaba perdendo eficiência na braçada. Assim, se for o seu caso, procure nadar um pouco de lado, sem perder a proximidade com o atleta da frente, apenas o suficiente para que o encaixe da mão ao sair da fase aérea e entrar na água seja mais firme. Agora se a pessoa que está na frente bate pouca perna, aproveite e fique bem próximo dos pés dela.
Espero que esse conteúdo seja útil. Voltamos em breve com mais dicas!