Adalvo Argolo é reeleito presidente da CBSurf
Atual presidente da confederação, Adalvo Argolo foi reeleito para a gestão 2021/ 2024 e comandará o surf ... leia mais
Na semana passada, no Centro de Paranaguá (PR), uma tentativa de assalto terminou de forma inusitada. Michele Dove, remadora de canoa havaiana do clube Paraná Hoe, reagiu a uma tentativa de roubo com o próprio remo que carregava. O incidente ocorreu na orla da cidade, quando dois criminosos em uma motocicleta tentaram roubar seu celular.
Michele, que voltava do trabalho e seguia para o treino de va’a, surpreendeu os assaltantes ao utilizar o remo como arma de defesa. Ao ser abordada e ter o aparelho puxado, a remadora reagiu prontamente, golpeando a dupla, que fugiu sem levar nada. A ação foi captada por câmeras de segurança e divulgada nas redes sociais. Apesar da mobilização da Polícia Militar, os suspeitos ainda não foram localizados.
Mais do que um ato de autodefesa, a ação inusitada da remadora oferece reflexões sobre a simbologia do remo na história das culturas polinésias.
Embora a situação de Michele tenha sido um evento espontâneo, o uso do remo como instrumento de defesa encontra eco em uma antiga tradição havaiana. Conhecida como Ku’ialua ou simplesmente Lua, essa arte marcial ancestral integra o remo entre suas ferramentas de combate. A Ku’ialua foi desenvolvida por guerreiros havaianos como um sistema letal e versátil, combinando técnicas de imobilização, golpes em pontos vitais e o uso de armas tradicionais, como remos de canoa e clavas com dentes de tubarão.
Essa arte marcial não se limita à luta física, mas também incorpora aspectos espirituais e culturais, refletindo a conexão profunda entre os povos havaianos e o oceano. Durante o período de colonização, práticas como a Ku’ialua foram reprimidas, mas no século XX houve um movimento de resgate, permitindo que a tradição fosse preservada em comunidades restritas até os dias de hoje.
Para saber mais sobre a Ku’ialua, clique AQUI e confira nossa entrevista feita em 2021 com Michelle Manu, uma das mais respeitadas “Kumu Lua” (designação para os mestres e guardiões dessa restrita arte marcial ancestral havaiana) da atualidade.