Brasileiros participam de temporada taitiana de va’a
Brasileiros Mauro Fernandes e Rebecca Azambuja participam de temporada taitiana de va’a e contam detalhes ... leia mais
Na semana passada o taitiano Steeve Teihotaata um dos principais remadores de va’a do mundo, visitou o Brasil para participar de dois eventos no estado do Rio de Janeiro.
No sábado, dia 05 de agosto, Steeve realizou uma palestra no evento Imersão Va’a, uma iniciativa da FCHERJ, realizada em Niterói. No dia seguinte, o taitiano ministrou uma clínica na praia da Urca, no Rio de Janeiro (RJ).
A participação de Teihotaata em ambos os eventos foi muito importante para a difusão da cultura va’a, ressaltando a essencial ligação com o oceano e os elementos naturais. Essa “conexão” é o que confere singularidade a canoagem polinésia em comparação a outras modalidades de canoagem.
Sobre a passagem pelo Brasil, Steeve escreveu: “Foi uma semana compartilhando conhecimento e paixão pela va’a, o esporte que todos amamos. Não posso agradecer o suficiente à comunidade brasileira e todas as pessoas que conheci pelas boas vibrações que recebi durante minha estadia em sua cidade natal. Va’a é sobre compartilhar. Obrigado, Brasil”.
O resultado dessa experiência pode ser medido através da reação daqueles que tiveram a oportunidade de participar dos encontros com o taitiano. Conversamos com três remadores que participaram dos dois eventos. Veja o que eles disseram:
Sábado tive a oportunidade de conhecer um dos mais conceituados remadores do mundo, Steeve Teihotatta!
No Imersão Va’a ele nos passou um pouco do dia a dia de um taitiano que rema feliz e empolgado, treina forte e possui o apoio do seu trabalho. Sua fala remete amor ao esporte, o foco e determinação nas provas da Polinésia Francesa, onde ele começou tão cedo a se destacar.
A naturalidade como as coisas aconteceram para ele, prova que o espírito do nosso esporte se mantém firme por lá e que o respeito ao remador é de grande valia. Foram falas que me emocionaram e me deixaram ainda com mais vontade de seguir.
No dia seguinte, participei da clínica prática e a forma como ele coloca a técnica da remada faz parecer forte e eficiente. Um ambiente leve e descontraído como ele, foi assim que pude comprovar toda essa fama desse grande atleta. Fiquei extremamente feliz em receber elogios dele sobre minha forma de remar. Foi um grande evento e quem não aproveitou essa oportunidade, perdeu! Steeve passou por aqui para aguçar ainda mais nosso amor à canoa.
Em relação a vinda do Steeve, tive a oportunidade de participar tanto do evento de sábado organizado pela Federação do Rio, quanto da clínica de v1 realizada pelo Rio Va’a no domingo.
Ambos os eventos foram muito bons e muito proveitosos, mas com pegadas diferentes: no sábado foi mais uma conversa sobre ele e as suas ideias sobre a Va’a na Polinésia Francesa, já no domingo foi algo mais focado na parte técnica da remada na V1.
É sempre muito proveitoso estar perto dos melhores e poder aprender um pouco com eles. Pra mim foi ainda mais especial porque sempre tive o Steeve como a grande referência técnica na Va’a: o estilo da remada, os fly ama que ele faz… Tudo sempre foi uma inspiração pra mim.
Acredito que esse ano marcará uma virada na va’a nacional com a presença de alguns dos melhores do mundo (Além do Steeve, ainda virão ao Brasil ainda esse ano: Tupuria King, Kevin CJ e Kimokeo Kapahulehua – saiba mais AQUI.)
Foi muito legal ter participado da Imersão e também da clínica, porque o evento abordou muito o alto nível de treinamento e isso foi até um pouco impactante quando Steeve se apresentou, porque é óbvio que ele tem alto nível de treinamento, mas ele quis trazer também a importância de você não esquecer por que você está remando, buscar se conectar também com a sua essência quando você está dentro da água.
Apesar da gente estar nessa busca incessante por resultados, é importante se conectar mais com o ambiente que você está, se sentir mais confortável, mais à vontade com o que você está fazendo, gostar do que você está fazendo. Eu acho que uma das mensagens que ele passou que eu achei muito legal foi quando disse que chegou num momento da vida que estava numa equipe de ponta, no auge da carreira e então resolveu voltar para a vizinhança dele, para o bairro dele e quis compartilhar o conhecimento com as pessoas que eram da região dele.
Achei isso muito interessante essa atitude de querer propagar o conhecimento, elevar o nível de quem está por perto e também não perder a relação com a diversão. Quando você estiver cansado de treinar, vai surfar. Pega a sua canoa faça o que você gosta de fazer. Eu acho que às vezes a gente se perde um pouco naquela intensidade de querer melhorar pequenos detalhes e perde um pouco a essência do que é o valor, do que é realmente.
Na clínica de domingo ele mergulhou na parte técnica mostrando vários detalhes super importantes, principalmente para a gente que não tem tanto acesso a esse nível de conhecimento. E ele foi extremamente acessível, humilde, se colocou à disposição pra tentar suprir todas as demandas. E foram muitas! Super valeu a pena fazer a clínica. Você está em contato com uma pessoa que entende a va’a não só como esporte, mas como uma cultura, uma forma de se comunicar, de se relacionar e você entende que é uma mentalidade diferente de repente do que a gente está acostumado a conviver aqui. Você tem muitas possibilidades com a va’a. Não só competição, né?