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Em geral, quando alguém fala que pratica bodysurf inúmeras perguntas são feitas, dentre as mais comuns são: “Por que você não surfa de prancha? Não consegue ficar de pé?”; “Você pega jacaré? Ah tá, você pega aquelas ondinhas na beira, né? Isso é surfar?”.
Mas o que pouca gente pergunta ou sabe é que o bodysurf também é sinônimo de performance em condições extremas. Surfar de peito em ondas grandes é possível sim e algo que atraiu os holofotes, inclusive em jornais impressos, foi a destemida Besta sendo explorada por bodysurfers.
A laje da Besta é uma onda sinistra que quebra no Rio de Janeiro, mais especificamente na Baía de Guanabara. O nome faz jus ao que essa onda é e apesar de qualquer coisa, surfistas de peito estão botando pra baixo. Um deles é o carioca Phelipe Rodrigues, o PH, que desde criança sempre teve contato com o mar. Aos 8 de idade, seus pais lhe deram uma prancha de bodyboarding, depois um par de nadadeiras e logo Phelipe começou a se arriscar mais no mar. Aos 10, o bodyboard começou a estragar e PH ia à praia apenas com as nadadeiras para descer reto nas ondas.
Um certo dia na praia do Leme, Phelipe se surpreendeu ao ver surfistas de peito pegando ondas da série, fazendo várias manobras, fluindo na onda como se estivessem com uma prancha. Com muita vontade de fazer algo parecido, Phelipe começou a assistir vídeos na internet e juntou-se ao grupo de bodysurfers para aprender de perto o que tanto desejava.
Hoje Phelipe Rodrigues é referência quando falamos em técnica, fluidez e estilo no bodysurf. Para chegar nesse nível, o carioca traçou uma estratégia de buscar diversos tipos de ondas como São Conrado, Joatinga, Diabo, Arpoador e outros picos.
Mas ele não parou por aí. Onda a onda, foi evoluindo cada vez mais até participar das barcas da equipe Soul Bodysurf para a laje da Manitiba, laje de Ipanema, ilha do Gorila, viaduto do Joá, e claro, a laje da Besta. Em julho de 2019, PH recebeu o convite da Soul Bodysurf e partiu para a laje da Besta pela primeira vez na vida. Sobre essa expedição espetacular e mais sobre sua história, picos e bodysurf no Rio, vale a pena conferir tudo aqui:
“Aquele dia foi perfeito, condições perfeitas, ondas de 4 metros, vento terral. Assim que o barco encostou, pulamos e fomos nos posicionar. Começamos a descer uma onda atrás da onda. Sem sombra de dúvidas, aquela caída foi a melhor da minha vida até o momento. É surreal a onda da laje da Besta.”, conta Phelipe Rodrigues.
Esse ano, em abril, o swell encostou com força na Besta, atraindo muitos surfistas e a galera da Soul Bodysurf. Mas dessa vez as condições estavam complicadas, a equipe de bodysurfers não teve um barco de apoio e por isso tiveram que nadar aproximadamente 900 metros com muita correnteza.
Sem segurança aquática não foi possível botar pra baixo na Besta nessa oportunidade, mas com todo o histórico que o surfe de peito, em especial o carioca, tem apresentado, o bodysurf será colocado cada vez mais no topo, como de fato sempre mereceu!
Aloha
Letícia Parada
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