Ícone do va’a neozelandês, Tupuria King brilha no surfski
Tupuiria King, ícone da canoagem polinésia da Nova Zelândia, investe no surfski e vence campeonato ... leia mais
Engraçado como o amor por uma coisa pode conectar seres humanos. Quantas pessoas você conheceu somente porque existia algo em comum entre vocês?
Perdi as contas de quantos amigos eu ganhei por causa do mar, alguns que até hoje eu não encontrei pessoalmente, mas a amizade à distância se faz presente de forma intensa.
Se eu fosse marcar um mapa-múndi onde estão meus amigos do mar, os do bodysurf, bodyboarding, da natação, do mergulho, da remada… uau. Certamente esse mapa ficaria muito bem assinalado, de um extremo a outro.
O mar é repleto de possibilidades. Isso é fato. É como abrir uma caixa enorme e dentro dela encontrar tantas outras menores, uma mais surpreendente que a outra.
As conexões estabelecidas a partir do nosso refúgio natural são infinitas e foi exatamente assim que encontrei uma pessoa há um tempo atrás: Felipe Arias.
A paixão pelo mar como um todo, não apenas as ondas que nos são proporcionadas, fez com que eu conhecesse esse homem e o seu maior legado: o Lar Mar.
Se antes alguém duvidava que era possível existir praia na cidade de São Paulo, se enganou completamente.
Felipe, com sua coragem e propósito, deu uma guinada na vida e levou o mar para a capital como nunca tinha sido feito antes.
Foi por causa do mar, principalmente, das exposições, eventos e tantas outras belas realizações do Lar Mar que eu conheci o Felipe.
Eu o admirava pelos textos recheados de reflexões e incentivos que ele compartilhava em seu Instagram, além de sua vontade em transformar a vida de pessoas utilizando o mar como ferramenta, como aconteceu com a dele.
Abriu suas portas inesperadamente. Me convidou para conhecer pessoalmente o Lar Mar, mas em meio ao caos da pandemia, isso não aconteceu.
Quando eu descobri que seu irmão havia me dado aula quando eu ainda estava na Faculdade de Educação Física, ele me disse “Que legal! Planeta pequeno esse que vivemos”. Ele tinha razão.
Em um planeta tão pequeno para alguém com um coração tão gigante, não lhe restou outra alternativa senão surfar em mares diferentes.
Felipe Arias partiu essa semana para velejar por oceanos de outras dimensões, mas sei que seu coração permanece batendo dentro de cada pessoa que o conheceu e que teve a chance de conviver com alguém tão sábio e vivo. Como foi publicado pelo perfil do Instagram do Lar Mar:
“A vida está no intervalo, entre uma inspiração e uma expiração”.
E assim vemos o quão frágeis somos e como estamos suscetíveis às correntes e mudanças de curso no mar da vida.
Aloha!
Letícia Parada
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