As diferentes maneiras de testar seus limites através da apneia

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limites através da apneia
Atleta Curitibana Carolina Schrappe. Foto: Den GC

Mundialmente existem duas associações que registram recordes e promovem campeonatos dentro do mergulho livre.

A CMAS Internacional (Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas) seria a mais antiga e tradicional, fundada em 1958, seguida pela AIDA Internacional (Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia) fundada em 1992 que, apesar de ser mais nova, detém o mérito em dedicar-se exclusivamente às práticas em apenia.

Ambas são totalmente independentes uma da outra, porém, cada uma tem seu papel fundamental dentro da construção histórica e técnica da atividade.

Tendo a AIDA como referência, podemos citar as modalidades reconhecidas organizando-as em cinco maneiras diferentes de buscar performances e recordes, sendo normalmente duas feitas em águas confinadas (piscinas) e três realizadas em águas abertas (mar).

1 – Iniciando pela tradicional Apneia Estática (STA) onde o atleta permanece flutuando em decúbito ventral na superfície d’água.

Isto parece muito tranquilo à primeira vista, mas saibam que os recordes mundiais hoje já ultrapassam os 11 minutos nesta categoria.

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Atleta Jayme Machado Filho durante a disputa de Apneia Estática no Aloha Spirit Cabo Frio, em 2019. Foto: arquivo pessoal

2 – Na sequência, temos a modalidade Dinâmica, na qual buscamos distâncias horizontais de três maneiras distintas: a Dinâmica com Nadadeiras (DYN), feita em monopalma, Dinâmica com Bipalmas (DYNB) e Dinâmica Sem Nadadeiras (DNF), apenas com o uso da força e técnica natural de braçadas e pernadas.

Ricardo da Gama Bahia, atleta da Marinha do Brasil executa a modalidade Dinâmica com Bipalmas (DYNB). Foto: Laura Babahekian

3 – Partindo para a busca por profundidade iniciamos pelo Lastro Constante, no qual o mergulhador desce e sobe carregando o mesmo peso desde o início até o final da prova.

Ela também se divide em 3 categorias, Lastro Constante (CWT), subentendendo-se que esta é feita com nadadeira de pala única, Lastro constante com Bipalmas (CWTB) e Lastro Constante sem Nadadeiras (CNF).

Atleta Warley Souza, modalidade Lastro Constante (CWT). Foto: arquivo pessoal

4 – Seguimos então para o Lastro Variável (VWT), no qual o apneista desce sendo puxado de forma mecânica por um peso, que desliza pelo cabo guia, e é deixado no fundo enquanto o atleta sobe de forma autônoma utilizando-se de nadadeiras.

Atleta Carolina Schrappe, modalidade Lastro Variável (VWT), na qual é a atual Recordista Sul Americana com a marca de -114m. Foto Den GC

5 – Em uma modalidade similar ao CNF, chegamos a Imersão Livre (FIM), onde a diferença entre elas é que nesta, o mergulhador se utiliza apenas do cabo para subir e descer, enquanto na primeira ele deve se movimentar com o uso dos braços e pernas como em uma natação, porém na posição vertical.

Ricardo da Gama Bahia, atleta da Marinha Brasileira, executa a modalidade Imersão Livre (FIM). Foto: arquivo pessoal

Fora desta lista ainda temos uma modalidade que, apesar de ter as marcas reconhecidas, hoje não é promovida pelas homologadoras por se tratar de uma prática extrema.

Denominada No Limits (NLT), nela o apneista desce se valendo do uso de um lastro assim como no VWT, porém, utiliza um outro sistema mecânico para lhe trazer de volta a superfície, o que permite levar o atleta a profundidades muito além dos limites humanos.

Hoje os recordes reconhecidos em NLT são de -170m da norte americana Tanya Streeter, na categoria feminina, e incríveis -214m do austríaco Herbert Nitsch.

Ricardo da Gama Bahia, atleta da Marinha Brasileira. Modalidade Dinâmica (DYN). Foto: João Paulo Cauduro
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