WaterCast: Tiago Brant, muitas ondas antes da Série ao Fundo
Tiago Brant, apresentador no canal Série ao Fundo, no YouTube, tem uma longa história de serviços ... leia mais
O arquipélago polinésio do Havaí, hoje anexado aos Estados Unidos, já foi um país soberano e tinha uma monarquia. A dinastia (família real) que esteve à frente do Reino do Havaí durante gerações tem um nome bastante familiar: Kamehameha.
O primeiro rei dessa dinastia ficou conhecido por ter unificado todas as ilhas em torno de um único reinado que hoje chamamos de Havaí. Tal feito lhe rendeu a alcunha de “Kamehameha I, O Grande”.
Seus descendentes mantiveram a dinastia no poder por cinco gerações. Com a morte sem herdeiros de Kamehameha V, o Reino do Havaí (1795–1893) se aprofundou em uma crise de soberania alimentada por interesses estrangeiros que culminaram com o golpe de Estado que destituiu a rainha Rainha Liliuokalani em resposta à pressão pela anexação do arquipélago aos EUA. A essa altura o Havaí já era habitado por muitos estrangeiros interessados em ampliar o comércio e negócios com a América do Norte.
Mas, antes desse período, enquanto a nobreza havaiana tinha força, em 1822, o rei Liholiho, também conhecido como Kamehameha II, foi presenteado pelo rei da Inglaterra, Jorge IV, com uma escuna de seis canhões. Com um gesto de agradecimento e cordialidade, o monarca havaiano fez uma viagem à Londres para estreitar relações diplomáticas com o Reino Unido.
Como parte de sua missão diplomática, Kamehameha II incluiu em sua viagem uma breve visita oficial ao Império do Brasil.
Seu navio, “L’Aigle”, atracou no porto do Rio de Janeiro em fevereiro de 1824, onde foi recebido com todas as pompas de Chefe de Estado em visita oficial ao lado de uma de suas esposas, a Rainha Kamāmalu, sua meia-irmã e favorita.
O Rei Kamehameha II foi recepcionado pessoalmente pelo Imperador Dom Pedro I, que, em um gesto de fraternidade, o presenteou com uma espada cerimonial.
Em igual gesto e como forma de agradecimento, o Rei presenteou o Imperador com uma “ʻAhuʻula” da própria Rainha Kamāmalu, um manto feito com penas de raras aves tropicais nativas do Havaí.
A peça, de maior honraria na cultura havaiana, era reservada somente à classe governante na sociedade havaiana, geralmente homens.
Esta capa se manteve preservada e em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro até ser destruída no incêndio que atingiu o prédio em 2018.