Aloha Spirit começa em Niterói
Aloha Spirit Niterói começa nessa sexta-feira, 23 de setembro, com uma série de atrações programadas para ... leia mais
O segundo dia de disputas do Mundial de SUP e Paddleboard de Surf City da ISA foi marcado pelas disputas de longa distância nas modalidades de SUP Race e Paddleboard.
A prova de 18 km, concluída em um circuito de três voltas de 6 km, foi realizada em duas etapas. De manhã, rolaram as disputas femininas de SUP e paddleboard, e de tarde as masculinas.
A prova das mulheres se desenrolou de uma maneira particularmente dramática por conta de uma enorme confusão gerada por um contorno de boia errado feito pelas líderes da prova que levou mais da metade das competidoras que vinham logo atrás a repetirem o erro.
A espanhola Esperanza Barreras liderava a disputa após a primeira das três voltas. No entanto, Barreras cometeu um erro ao concluir segunda pernada e pulou uma das boias.
O erro foi imitado por quase metade das competidoras da prova (de SUP e paddleboard), incluindo a brasileira Aline Abad. Ao mesmo tempo, as competidoras que estavam um pouco mais atrás fizeram o desenho correto do percurso.
Com uma volta incompleta, Barreras percebeu o erro e partiu para mais uma volta sendo seguida por outras competidoras.
No entanto, Aline e boa parte das outras remadoras, acreditando que estavam perto de concluir a prova, remaram em direção à areia sem fazer essa nova volta, uma vez que nenhum anúncio oficial foi feito. Fato esse que mais tarde iria gerar a desclassificação de quase metade das competidoras.
Ainda, Jessika Moah, que prestou apoio técnico para Aline, relatou a nossa redação que se se dirigiu à organização da prova para pedir informações e os mesmos disseram que Aline estava fazendo o traçado correto e que não seria necessária outra volta.
A confusão foi tamanha que Aline chegou à praia e foi anunciada, ao vivo, como campeã da prova, para logo em seguida ser desclassificada, juntamente com quase metade das competidoras, deixando os comentaristas da prova sem entender nada do que estava acontecendo.
Enquanto isso, Barreras continuou remando forte para fazer a quarta volta adicional, onde mostrou uma resistência impressionante, conseguindo, inclusive, ultrapassar remadoras que permaneceram fiéis ao percurso original o tempo todo para conquistar a medalha de ouro.
Já a medalha de prata ficou com Amandine Chazot, da França, e o bronze com Rika Okuaki do Japão, que também tiveram que completar a volta adicional.
Na quarta colocação, levando a medalha de cobre, ficou a mexicana Mariana Carrasco Zanini, que não seguiu erro cometido pelo pelotão de elite e completou corretamente suas três voltas.
Outra brasileira na disputa, Maitê Lima, completou a prova na 13º colocação.
No paddleboard feminino, muitas competidoras cometeram o mesmo erro da espanhola Esperanza Barreras, tendo que fazer uma volta a mais.
Tyra Buncombe, da África do Sul foi a grande campeã seguida por Camile Rosa Perotteau (FRA), medalha de prata e Daniela Spais, da Argentina, medalha de bronze.
O restante das competidoras foram desclassificadas, fato bizarro que culminou com a ausência da medalha de cobre o no pódio.
A brasileira Sinara Pazos, que está entre as desclassificadas ainda viveu outro drama particular durante a competição.
Sinara foi atingida por uma onda na primeira volta, quebrou seu leash e perdeu sua prancha, que foi levada pela onda até as pedras.
Sem desistir, ela nadou até seu paddleboard, recuperou seu equipamento, voltou à prova, mas, no meio da confusão, contornou uma das boias com o ombro errado, sendo punida com a desclassificação. Se não houvesse cometido esse erro, teria ficado com a medalha de bronze.
A manhã de disputas não havia sido particularmente boa para a equipe brasileira, porém, isso estava prestes a mudar…
Todo o estresse gerado pela polêmica prova das mulheres e os prejuízos para o Brasil parecem ter fortalecido ainda mais a união entre nossa equipe, que está competindo em El Salvador por conta própria, sem comissão técnica.
E a resposta brasileira veio na cor dourada. Já nos primeiros quilômetros da prova, Vinnicius Martins assumiu a liderança e foi aumentando sua vantagem sobre os demais competidores a cada volta.
Martins, que foi Bronze em 2018, levou sua primeira medalha de ouro no mundial da ISA em grande estilo. O brasileiro cruzou sozinho a linha de chegada após surfar com muita categoria uma onda que surgiu no outside como que para referendar sua brilhante conquista.
“Foi um sonho realizado vencer um campeonato mundial! E vencer uma prova tão dura torna este ouro o torna ainda mais especial“, declarou o brasileiro.
Itzel Delgado, do Peru, lutou com Titouan Puyo, da França, durante toda a corrida pela medalha de prata. Na reta final, porém Delgado conseguiu abrir boa vantagem para conquistar a medalha de Prata, enquanto Puyo concluiu a prova com a medalha de bronze.
Claudio Nika (ITA), medalhista de ouro na prova de Sprint, no domingo, completou o pódio na quarta colocação, conquistando mais uma medalha, a de cobre.
O brasileiro Luiz Guida “Animal” sofreu com fortes cãibras durante a prova, mas veio logo na sequência, na sexta colocação, chegando à frente de nomes de peso como Connor Baxter (HAV) e Martin Vitry (FRA), além de conseguir mais pontos importantes para o Brasil no torneio.
No paddleboard masculino, o norte-americano Hunter Pflueger fez uma prova impressionante, conquistando a medalha de ouro com uma vantagem de um minuto e meio sobre o segundo colocado, David Buil (ESP).
O inglês Sam Norton ficou com o bronze, e Julen Marticorena (FRA), completou o pódio com a medalha de cobre.
Patrick Winkler terminou a prova na sexta colocação, conseguindo um dos melhores resultados da história do paddleboard brasileiro em todas as edições do mundial.
Nesta terça-feira (26) serão realizadas as provas de Race Técnico, SUP e paddleboard, individuais e por equipes (Team Relay).
Isttefany Morais, Jesskia Moah, Vinnicius Martins e Luiz Guida “Animal” vão para a água na prova de SUP Race Técnico individual e, no paddleboard, Rogério Mello faz sua estreia no mundial acompanhado de Sinara Pazos competindo entre as mulheres.
Já o “Team Relay” brasileiro será composto por Patrick Winkler, Sinara Pazos, Arthur Santacreu e Aline Abad.
As disputas têm previsão de início para às 11h30 (horário de Brasília) e podem ser acompanhadas ao vivo AQUI.
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