Niterói recebe evento de SUP Race em novembro
Praia de Itaipu, na região Oceânica de Niterói recebe no próximo dia 05 de novembro o 1º Sup Race ... leia mais
As ondas de Soup Bowl amanheceram neste sábado (16) com excelente formação. Paredes lisas, quebrando com cerca de 4 pés (e algumas maiores nas séries) esculpidas por um leve vento terral, ofereceram o palco perfeito para um grande encerramento da terceira etapa do Mundial de SUP Wave. Resumindo: tinham altas!
Barbados com certeza se mostrou um lugar excelente para a realização de uma parada APP World Tour e torcemos para que a etapa seja mantida no Tour em 2020.
A ação começou às 8h30 (horário de Brasília) com as quartas de final da categoria feminino. Foram disputadas quatro baterias no formato “mulher x mulher” com a presença da brasileira Gabi Sztamfer enfrentando a australiana Shakira Westdorp na última bateria da rodada.
Westdorp entrou na água como favorita, mas a disputa foi bem equilibrada. A brasileira não se intimidou e botou a pressão em cima da australiana ao assumir a liderança da bateria aos dez minutos de disputa. Shakira iria reverter o jogo mais tarde e conseguiu se manter na liderança, apesar das investidas de Sztamfer.
Ao final, o placar foi definido em 12.54 contra 8.10 da brasileira.
Nessa rodada, classificaram-se para a semifinal, além de Shakira, Izzi Gomez (COL), Iballa Moreno (ESP) e Vania Torres (PER).
A torcida brasileira tinha grandes expectativas com as quartas de final do Barbados Pro, afinal, três, dos oito competidores, ou seja, quase a metade, eram brasileiros: Wellington Reis e os irmãos Leco e Matheus Salazar
No entanto, sofremos importantes baixas na rodada e demos adeus ao sonho de uma final entre dois brasileiros no Caribe, como aconteceu em 2012, nas Ilhas Virgens, na finalíssima história entre Caio Vaz e Leco Salazar, que rendeu o título mundial de SUP a Leco.
Na primeira bateria das quartas, o taitiano Poenaiki Raioha venceu o francês Benoit Carpentier pelo placar de 16.16 x 12.44, e deu mais um passo importante na briga pelo título da temporada.
Em seguida, Leco Salazar garantiu sua vaga para as semis enfrentando o havaiano Bernd Roediger em uma bateria bem disputada, mas que deixou evidente que Leco estava cada vez mais à vontade nas direitas de Soup Bowl, impondo seu surfe que consegue unir como ninguém power e leveza. O santista jogou mais água pro alto do que todos em suas manobras.
Matheus, irmão mais novo de Leco, enfrentou o atual campeão mundial Sean Poynter (EUA) na bateria seguinte.
Mantendo o mesmo ritmo forte dos dias anteriores, Poynter surfou com precisão, escolhendo as melhores ondas da bateria. Matheus, errou em algumas finalizações importantes e não conseguiu mostrar o mesmo surfe que vinha impressionando a todos desde o início da competição.
Ao final, o placar ficou a 10.56 x 16.77 em favor de Sean e mais uma vaga nas semis estava preenchida.
Na última bateria da rodada, Wellington Reis enfrentou o peruano Tamil Martino.
Nessa bateria, a experiência de Martino se fez notar. Surfando sempre as melhores ondas da série, o peruano apresentou um surfe mais conservador, porém muito eficiente e com muito power.
Wellington, mesmo surfando bem e usando perfeitamente os remos, não foi feliz na escolha das ondas. Nos minutos finais, talvez sentindo a pressão, errou em algumas finalizações perdendo a chance de incrementar seus scores.
A disputa ficou definia em 12.06 a 14 pontos em favor do Peruano.
Outro detalhe que chamou a atenção nessa bateria foi o equipamento que Tamil estava usando.
Contrariando a tendência de pranchas cada vez menores, o SUP de Martino era maior, mais largo e com mais flutuação do que os “SUPmarinos” como são conhecidos os stand up’s high performance, e funcionou muito bem nas ondas de Soul Bowl.
Nas duas baterias das semifinais entre as mulheres Izzi Gomez tratou logo de “colocar uma mão” na taça de campeã do mundo ao vencer a disputa contra a espanhola Iballa Moreno pelo placar de 13.28 x 11.57, garantido sua vaga na final.
Com isso, Izzi ficou muito perto de conquistar sua quinta coroa. No entanto, se a australiana Shakira Westdorp vencesse a peruana Vania Torres na outra semi, a comemoração do título seria adiada.
Felizmente para Izzi, uma inspirada Vania Torres não deu chances para Westdorp e Izzi Gomez pode comemorar seu quinto título mundial de SUP Wave por antecipação.
Leco Salazar abriu a semifinal enfrentando Poenaiki Raioha. E o brasileiro mostrou suas armas logo em sua primeira onda, uma direita da série onde Leco desferiu suas famosas batidas de backside do início ao fim. Resultado: nota 8.67.
Poenaik, que havia já havia surfado uma onda mediana, respondeu com um 6.93 e assumiu a liderança.
Mas o brasileiro, porém, em outra onda excelente recebeu uma nota 8 dos juízes, quase colocando Poenaiki em combinação, que ficou precisando de uma nota 9 para virar o jogo.
Confortável na liderança, Leco controlou o resultado até o final garantindo assim sua vaga na finalíssima.
Na outra semifinal, uma bateria de alto nível entre Sean Poynter e Tamil Martino. Ambos surfaram muito e o pega foi bastante disputado, porém, ao final, foi o norte-americano quem carimbou seu passaporte à grande final com o placar de 16.70 x 14.90.
Antes da realização das finais do Masculino e Feminino foram realizadas duas “finais de consolação” para a definição da terceira e quarta colocação.
Entre as mulheres, Iballa Moreno venceu a bateria contra Shakira Westdorp ficando com a terceira colocação do Barbados Pro.
Entre os homens, o embate entre Tamil Martino e Poenaiki Raioha rendeu a terceira colocação ao peruano.
Izzi Gomez entrou relaxada na final do Feminino e já com o título mundial de 2019 no bolso, surfou muito à vontade contra a peruana Vania Torres.
Sem ser ameaçada em nenhum momento da disputa, ela ainda arrancou uma nota 9.50 dos juízes e mais um 8.60 nos minutos finais.
Vania bem que tentou, mas Izzi, de fato, está a um nível acima de todas as competidoras do Tour e seus cinco títulos mundiais falam por si.
O placar da final ficou em 18.10 a 10.14.
Leco abriu a final novamente botando pressão, fazendo um 8.67 em sua primeira onda. Enquanto Poynter, após escolher duas ondas ruins, encaixou seu surfe numa boa direita executando um belo aéreo e finalizando com um forte rasgada que lhe rendeu a nota 8.90 dos juízes.
Leco não se intimidou e voltou à liderança novamente apostando em suas fortes e precisas batidas de backside, conseguindo outra nota 8.
Poynter foi apostando nas ondas que conseguia e se aproximando cada vez mais do brasileiro até conseguir virar a bateria com um 9.10.
Foi uma onda de série bem buraco, na qual o norte-americano conseguiu completar uma bela batida no crítico despencando com o lip, seguida de outra bela rasgada, mas com uma finalização irregular.
A onda, sem dúvida, foi muito boa, mas, em comparação com as outras ondas surfadas ao longo dos dias da competição, fica a impressão de que 9.10 talvez tenha sido um pouco demais.
Precisando agora de uma nota nove, Leco foi pra cima, mas aquela onda da série que lhe permitiria virar a bateria, não entrou.
O brasileiro ainda tentou a virada surfando muito bem uma onda intermediária, mas que não proporcionou a pista necessária para obter a nota de que precisava e ao final o título ficou com o Sean Poynter.
O tour mundial agora segue para as Ilhas Canárias onde será realizada a última e decisiva etapa da temporada de 2019 da APP World Tour, de 10 a 19 de dezembro.
1 – Sean Poynter (EUA)
2 – Leco Salazar (BRA)
3 – Tamil Martino (PER)
4 – Poenaiki Raioha (PL)
5 – Wellington Reis (BRA)
5 – Matheus Salazar (BRA)
1 – Izzi Gomez (COL)
2 – Vania Torres (PER)
3 – Iballa Moreno (ESP)
4 – Shakira Westdorp (AUS)
5 – Gabriela Sztamfer (BRA)