ASUPCE prepara 4ª edição do Festival de Esportes a Remo de Amontada no Ceará
Quarta edição do Festival de Esportes a Remo de Amontada no Ceará acontecerá de 27 a 29 de maio reunindo ... leia mais
Para tudo na vida existe o cenário perfeito, o ideal e o possível. Isso quer dizer que nem sempre vamos conseguir realizar perfeitamente as coisas que desejamos. Mas se ficarmos esperando pelo momento ideal também ficaremos à mercê do tempo.
Desde que fiz amizade com bodysurfers de outros lugares do mundo, tenho curiosidade em saber como e quando eles conheceram esse esporte. Por que surfar com o corpo? Ou no caso daqueles que amam usar handplane, por que deslizam sobre as ondas desta forma? Qual é a força desta modalidade nos outros países?
Em meio a tantas perguntas, procurei encontrar respostas da maneira mais simples que existe: através do diálogo. Quando você conversa com pessoas-chave sobre um assunto específico você consegue obter informações precisas e preciosas. É o tal do ir “direto à fonte”, sabe?
E nessa busca incessante para compreender os motivos que levam pessoas de culturas diferentes a falarem a mesma língua, isto é, a do bodysurf, criei um quadro dentro do meu canal que decidi chamar de “Bodysurf pelo mundo”.
Mas qual seria o meu cenário perfeito para isso tudo? Claro que entrevistar os bodysurfers pessoalmente, percorrendo seus respectivos países, vivendo o dia a dia, a cultura e surfando com eles. Mas, como sabemos, o panorama mundial não é dos melhores, nem do ponto de vista de saúde como também das finanças.
Podia então parar. Desistir da ideia. Não surfar essa onda, virar para o outside e aguardar pela onda perfeita ou a onda ideal.
No entanto, decidi surfar a onda possível, aquela que não é a melhor, mas é a que tem para o momento. Nadei forte, botei para baixo e decidi fluir com esse tipo de onda. E cá estou contando sobre um projeto que surgiu um tempo atrás, que foi colocado em prática nos bastidores durante a quarentena e hoje está de fato acontecendo.
Cada vez mais recebo feedbacks positivos, onde as pessoas que estão acompanhando o “Bodysurf pelo mundo” passam a enxergar novos caminhos no nosso esporte, encarando as diferenças e aprendendo a conviver com elas.
Eu mesma me deparei com isso. Entrevistei um bodysurfer que, ao contrário de mim, não é fã de handplane, mas que em comum temos um olhar de que o bodysurf é muito mais do que pegar onda com o corpo.
Para Spencer Dunlap, o bodysurf é sobre se conectar com o mar, com a natureza de modo geral, da forma mais intimista e minimalista possível. Assista abaixo:
Se para muitos que não pertencem à comunidade do bodysurf pensam que o nosso esporte se resume em pegar ondas pequenas, sem potencial e ir reto em direção à praia, se enganarão bastante quando assistirem ao bate-papo que tive com um bodysurfer norte-americano.
Thomas VanMelum, aquele mesmo que protagonizou um momento com Jadson André em Pipeline no ano passado, se desafia em ondas mais pesadas como Wedge.
Esse pico localizado em Newport Beach, na Califórnia é conhecidíssimo por suas grandes e triangulares ondas, as quais requerem habilidades mais aguçadas.
Com muita irreverência e bom humor, VanMelum nos ensina que Wedge é apenas uma onda e somente isso, ou seja, não é algo impossível de se surfar.
Se temos como diferença a disposição em se jogar em ondas pesadíssimas, Thomas e eu temos em comum o fato de não estarmos tão interessados em competições, afinal queremos apenas surfar sem pressão, sem tempo cronometrado. É sobre ter diversão e não sobre vencer eventos. Assista à entrevista:
E assim vamos aprendendo com cada um que temos a oportunidade de ver, ouvir e conversar.
Pela frente está previsto um bate-papo com um australiano da nova geração, com um bodysurfer português devorador de títulos e dois shapers norte-americanos que amam fazer handplane e que se amarram no bodysurf!
Esse é apenas o começo de uma longa jornada ao lado de pessoas do mundo todo que compartilham a mesma paixão: a arte de surfar com o corpo.
Aloha!
Letícia Parada
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