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Florianópolis. Floripa. Ou apenas “Ilha da Magia”. Sim, a capital do Estado de Santa Catarina é mágica! Ondas com características diversas para agradar todos os surfistas.
Não é à toa que a ilha respira a prática de esportes aquáticos.
Sou de uma família de origem sulista e uma parte dela encontra-se em Florianópolis.
Em 2016, estive na ilha e pude pegar altas ondas de bodysurf em praias como Brava, Joaquina, Mole, Santinho e ainda sobrou tempo para dar um pulo na Guarda do Embaú que fica na cidade de Palhoça (aproximadamente 46 km da ilha).
Sem dúvidas, Floripa proporciona um surfe de alto nível e estando lá cheguei à conclusão de que vale a pena sim bodysurfers organizarem uma trip para aquele paraíso.
Naquele ano, quando então estava no mar aguardando as ondas da série, não observei nenhum bodysurfer pelos arredores.
Na verdade, apenas um homem de meia idade que estava nadando na praia Brava se aproximou para saber mais sobre o que eu estava fazendo ali com apenas um par de nadadeiras.
Como então um lugar repleto de picos para praticar bodysurf poderia não ter alguém ali fazendo isso? Pelo menos nos dias em que eu estava não observei ninguém.
Pois bem, quatro anos se passaram e conversando com algumas pessoas de Floripa que pegam onda de bodysurf, recebi alguns feedbacks sobre a atual situação do esporte na ilha.
Para a paulista Adriana Valverde que trocou, em 2015, o escritório da cidade grande pelo mar de Florianópolis, “O norte da ilha ainda é bem tímido com relação ao bodysurf. Na Barra da Lagoa, onde eu costumo frequentar, costuma ser apenas eu. Mas conheci dois salva-vidas de lá que praticam também”, conta.
Já Maurício Afonso, conhecido como Mao, conheceu o bodysurf em 2015 nos treinos rotineiros de guarda-vidas, onde a prática é comum.
Mao lembra-se de ter ficado impressionado em ver como era possível fluir apenas com o corpo e como existia uma variedade de posturas que influenciavam na performance da onda.
Mas, em suas palavras: “Ainda é difícil prever um número exato de praticantes, embora exista um grupo chamado ‘Bodysurf & Handsurf Florianópolis’, com mais de 300 participantes no Facebook e quase 70 participantes no WhatsApp”, revela.
Com isso, podemos ter uma ideia superficial de quantas pessoas apreciam o esporte. Mas como tudo começou em Floripa? Apesar de não ter muitos registros da cultura do bodysurf por lá, já existiram projetos que incentivaram o esporte na década de 90.
O “Projeto Golfinho” foi provavelmente o primeiro grupo sólido de bodysurfers em Floripa, segundo Mao.
Henrique Pistilli, o Homem Peixe, também foi um dos precursores do esporte quando morou em Floripa anos atrás.
Mas de forma geral, a cultura do esporte parece ainda estar em construção e cada vez mais percebe-se a aderência à prática, não só como esporte / treino, mas também como lazer.
Algo que, em minha opinião, é essencial para estimular a adesão ao bodysurf é a criação de projetos que ofereçam aulas para crianças e adolescentes, uma vez que o esporte é passado de geração em geração.
Ademais, a realização de encontros, festivais e eventos competitivos também fortalece a prática do esporte, além de criar uma conexão entre as pessoas que ali estão presentes a fim de que trocas de experiências e aprendizados possam ocorrer efetivamente.
No entanto, ainda não há grupos que marcam encontros para “caírem” juntos, o que ocorre periodicamente são alguns eventos como o “Festival Uga-Buga de Surfe de Peito” que este ano está em sua 4ª edição.
A propósito, a Uga-Uga surgiu em 2015 quando Mao e Eduardo Barcellos produziram uma handboard à partir de um shape velho de skate e foram testá-la em diferentes praias.
De lá para cá mais de 200 handboards foram confeccionadas, todas à mão, do corte até a pintura, e ambos seguem juntos nessa missão de difundir o bodysurf e o handsurf também.
O bodysurf tem ganhado cada vez mais popularidade no mundo todo e tornou-se uma realidade, um estilo de vida saudável adotado por muitos.
Florianópolis figura como uma das ilhas mais visitadas do mundo todo, que respira surfe há anos e que tem tudo para ser um núcleo brasileiro de bodysurf muito forte.
Por que então não alavancar ainda mais a prática dessa modalidade uma vez que é um esporte altamente acessível, cuja essência é o deslizar sobre uma onda apenas com o próprio corpo?
O que precisa ser feito para o que encanto pelo bodysurf se faça mais presente na Ilha da Magia?
Aloha
Letícia Parada
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