Tradição na abertura do Pan-Americano de Va’a
Imagens e vídeo da cerimônia de abertura do Pan-Americano de Va'a, evento de canoagem polinésia reunindo ... leia mais
A 3ª edição da taitiana Vodafone Channel Race, considerada a prova de V6 mais difícil do mundo, entregou o que se espera de um evento de porte: muita emoção e altíssimo nível técnico.
E se a Polinésia Francesa está a um nível acima de qualquer outra nação do mundo quando falamos de va’a, a equipe Shell Va’a está a um nível acima de qualquer outra equipe do planeta.
Isso ficou claro para quem acompanhou a performance da lendária equipe da canoa amarela ao longo das quase seis horas de prova.
A Shell Va’a precisou brigar pela primeira colocação nos primeiros quilômetros da Vodafone Channel Race, porém, a medida que a distância aumentava, David Tepava e sua equipe abriram vantagem das demais equipes até assumirem a ponta sem mais serem ameaçados, conquistando, de quebra, um novo recorde no percurso de 85 km entre Taaone, Mahina, Temae e Punaauia, concluído em 5:59:55, quase 8 minutos melhor que o tempo feito por eles próprios em 2021.
Vale destacar os desempenhos das equipes de Manihi Va’a, segundo lugar, e Hinaraurea, terceiro lugar, ambas também ficaram abaixo da marca do tempo anterior do anterior, mas ainda estavam quase 5 minutos atrás da Shell Va’a.
Com a ausência de grandes equipes na edição de 2022 da Vodafone Chennel Race, como Team OPT, Air Tahiti Va’a ou o Pirae Va’, seria de se supor que a tarefa seria mais fácil para Shell Va’a. No entanto, isso não aconteceu.
Durante as primeiras duas horas de prova, a lendária V6 amarela foi seguida de perto pelas equipes Manihi Va’a e Hinaraurea, que, inclusive chegaram a liderar a prova em alguns momentos. Isso, certamente, é uma consequência da abundância de remadores de altíssimo nível que vivem na Polinésia Francesa.
No caso da Manihi Va’a, além do seu treinador/remador, Manutea Millon, a equipe contava ainda com os reforços Manarii Flores (Team OPT e atual campeão da Super Aito), Kevin Kouider (Pirae Va’a) e Hiromana Flores (Mataiea Va ‘uma).
A equipe Hinaraurea, por sua vez, era composta por alguns dos remadores mais experientes das Ilhas Tuamotu, como Chris Faremiro, Manatea Bopp-Dupont e Patrick Yu Hing.
A Hinaraurea remou na liderança até à passagem de Muriavai, até ser ultrapassada pela Manihi Va’a após pouco mais de quarenta minutos de competição.
Em seu rastro David Tepava e sua equipe permaneceram “na cola”, com EDT Va’a um pouco mais atrás. Então, durante a travessia do canal em direção à ilha de Moorea, que apresentava águas calmas, Mahini Va’a foi novamente ultrapassada pelas equipes Hinaraurea e Shell Va’a.
As primeiras trocas de três remadores aconteceram neste momento e vale destacar a que foi a partir dessa troca que a Shell Va’a “virou a chave” e aumentou o ritmo (sem deixar de destacar a quase sobrenatural sincronia entre seus remadores) assumindo a liderança.
A partir desse ponto, a Shell Va’a só abriu mais e mais sua vantagem sobre as demais equipes. Ao retornar para a ilha de Taiti, após três horas de disputa, a Shell já estava quase dois minutos à frente da equipe Hinarauea.
Na terceira colocação, EDT Va’a fazia uma boa descida em direção a Moorea para superar a equipe Manihi Va’a.
A equipe Enviropol vinha em quarto lugar seguida pelos surpreendentes juniores da EDT Va’a.
No entanto, a liderança da corrida já estava definida. Após pouco mais de quatro horas e meia de remada, enfrentando o forte calor de sábado, a Shell Va’a alcançava a passagem de Taapuna rumo à linha de chegada.
Mahini Va’a fez uma boa recuperação, ultrapassando a EDT e, em seguida, Hinaraurea para recuperar o segundo lugar.
Finalmente, após pouco menos de seis horas de esforço, a Shell Va’a concluia os 85 km com um novo recorde de percurso.
Na segunda colocação, Mahini Va’a conseguiu resistir aos da equipe Hinaraurea, terceiro lugar, até a linha de chegada.
Destaque também para o desempenho dos juniores do EDT Va’a, 5º na classificação geral com o tempo de 6h09’41.
> Assista à gravação da Vodafone Channel Race AQUI.