SUP & Va’a: Uma linda parceria

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remadores de sup e canoa havaiana
SUP & Va’a: Atividades complementares e com muito em comum. Foto: André Leopoldino

Se você acompanha a cena global dos water sports, vai perceber que muitos atletas do stand up paddle já foram ou são competidores e grandes remadores de va’a. O inverso também se aplica. Dany Ching, Travis Grant, Dave Kalama e Georges Cronstadt, só para citar alguns nomes internacionais, enquanto Monica Pasco, Babi Brazil, Luiz Guida “Animal”, Marinho Cavaco, Rogério Mendes e Paulo dos Reis são exemplos brasileiros desse panorama. Temos ainda nossa “embaixadora”, Andrea Moller, que vive há muitos anos no Havaí e é uma das water women mais respeitadas do mundo.

Quem chegou primeiro ao Brasil foi a canoa polinésia, com as primeiras bases fundadas em Santos (SP) e no Rio de Janeiro (RJ) há quase 20 anos. Já o SUP, mais recente, começou a aparecer em nosso litoral em 2006, e começou a ganhar vulto a partir de 2008, com realização da primeira competição de stand up paddle do Brasil, o Festival da Remada, também realizada em Santos (SP), já apontando para uma tendência cada vez mais comum: a de integrar praticantes de diferentes modalidades de water sports.

Nos anos seguintes a popularidade do SUP explodiu, enquanto o va’a, por sua vez, também cresceu, só que de forma mais gradual.

Va’a, uma atividade milenar

foto antiga de uma canoa polinésia
Hoje as as canoas são produzidas com materiais modernos, mas sua essência permanece inalterada. Foto: Reprodução

As canoas polinésias existem há milhares de anos e estão profundamente enraizadas na história dos povos que habitam o Triângulo Polinésio (Havaí, Rapa Nui, Taiti, Nova Zelândia, entre outras ilhas do Pacífico) e, enquanto nos dias de hoje as canoas são produzidas a partir de materiais leves, fortes e modernos, sua essência permanece inalterada.

Para além da atividade física, essa rica história e cultura encantaram centenas de remadores de stand up paddle no Brasil, que passaram a ter contato com o va’a sobretudo graças a eventos como o Aloha Spirit Festival, que foi decisivo para unir esses dois universos.

Bem no começo havia por parte de alguns competidores um sentimento de rivalidade entre o SUP e a canoa, mas filosofia do Aloha, de integrar as modalidades de esportes de água, rapidamente mudou isso e o que passamos a ver foi um intercâmbio cada vez maior entre remadores de stand up paddle e va’a”, conta João Castro, fundador e organizador do Aloha Spirit.

Aloha Spirit festival
O Aloha Spirit Festival teve um papel fundamental na aproximação das duas modalidades. Foto: Fabio Mota

De fato, muita gente que remava de SUP passou a integrar equipes de va’a e a praticar mais efetivamente a modalidade no Brasil, que nos últimos anos passou a crescer de forma exponencial por aqui. Hoje, há bases de canoa polinésia em quase todos os estados brasileiros.

Já o SUP, após vivenciar um período de crescimento impressionante, teve, a partir de 2018, um momento de retração e agora dá sinais de que entrou em um período de estabilidade. Só que, por outro lado, a modalidade está se fortalecendo institucionalmente, já integrada aos Jogos Pan-Americanos e, segundo apontam especialistas, muito em breve estará incluída nas Olimpíadas.

Por que é importante praticar as duas modalidades?

andrea moller remando de stand up paddle
Respeitada internacionalmente, Andrea Moller pratica, há anos, tanto o SUP, quanto o va’a. Foto: Reprodução

Como muitos remadores já perceberam, tanto o SUP, quanto o va’a, são atividades físicas realmente divertidas, de alta qualidade e que se complementam.

A canoa permite ao praticante lapidar sua técnica de remada de forma apurada: captura, uso da energia, saída e recuperação, são mais fáceis de serem analisadas (e aperfeiçoadas) quando estamos a bordo de uma va’a.

Já a remada de SUP proporciona um maior fortalecimento da região do core (músculos que suportam e estabilizam a região do tronco), muito importante para dar sustentação e evitar lesões. Além disso, a amplitude de visão e manuseio do remo, no caso do stand up paddle, ajudam bastante no treinamento de leme para o va’a.

Já no caso do downwind, enquanto alguns preferem a velocidade incrível que as canoas alcançam entre as vagas, outras enaltecem o prazer de surfar em pé as ondas de vento em águas mais profundas. O fato é que, preferências à parte, é muito bom saber que podemos nos integrar com a energia dos oceanos, rios e lagos de diferentes formas e, no caso do SUP e do va’a, de uma maneira complementar.

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