G-Shape Va’a é a canoa oficial do Aloha Spirit em 2022
G-Shape Va’a fecha parceria com o Aloha Spirit e será a canoa oficial do festival de esportes de água em 2022
“Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal. Levantai hoje de novo, o esplendor de Portugal”.
Esta frase é a primeira estrofe do hino de Portugal, uma nação historicamente reconhecida por suas incríveis expedições marítimas. Na era das Grandes Navegações, que decorreu entre os séculos XV e XVII, os portugueses deram o pontapé inicial na descoberta de rotas para o comércio e expansão dos seus domínios territoriais. Homens corajosos se lançavam ao mar, sem qualquer recurso eletrônico ou tecnológico, sem mesmo a esperança de chegarem com vida em seu destino; algo completamente impensável atualmente, na era do GPS e das previsões pela internet.
Nesta era das grandes navegações, um nome se destacou entre os demais. Nascido em 1469 na província de Sines, cidade da região do Alentejo, Vasco Da Gama liderou a primeira expedição rumo à índia na mais longa viagem oceânica até então realizada.
Era também um profundo conhecedor do litoral africano, enfrentou motins dos mais improváveis, aprendeu a navegar sob os ventos das monções, além de inúmeras outras realizações. Chegou até a ser vice-rei da índia, no fim de sua vida, em 1524. Divergiu de um outro grande navegador chamado Pedro Álvares Cabral, com quem se recusou a dividir o comando de uma expedição rumo ás índias. Pedro liderou a tal travessia, que culminou no descobrimento do país em que vivemos.
Cidade do Rio de Janeiro. Um grupo de remadores portugueses e luso descendentes, inspirado nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as índias, decidiu fundar um clube de regatas cujo nome homenageava a lenda portuguesa dos mares. Na construção de seus signos, utilizaram uma faixa diagonal que remetia à referida rota; e a clássica cruz de malta, originária da Ordem Militar de Cristo. Nasce o Clube de Regatas Vasco da Gama.
Aposto todas as minhas fichas que seus fundadores jamais imaginariam o tamanho e a magnitude do que este clube poderia se tornar. Além de uma história incrível no remo, com inúmeras conquistas nacionais, estaduais e internacionais, o Vasco tornou-se um dos times de futebol mais importantes do país, revelando e consagrando jogadores da estirpe de Leônidas da Silva, Bellini (que levantou a taça do primeiro mundial da seleção brasileira) Roberto Dinamite, Romário, Edmundo, entre outros.
Uma curiosidade: o Vasco foi o primeiro clube a quebrar os paradigmas oriundos do racismo: elegeu em 1904 um presidente negro de nome Cândido José de Araújo, mostrando que o esporte é para todos.
Um remador de nome Caludiomar Iung de Oliveira, 52 anos, A.K.A “Formiga”, atleta que coleciona títulos importantes no remo: 7 vezes campeão Sul-Americano, multicampeão brasileiro, bronze no Pan de Santo Domingo, vencedor do clássico desafio Oxford x Cambridge e também já representou a seleção brasileira em mundiais.
Porém, boa parte de suas conquistas, por ironia do destino, foi vestindo a camisa do arquirrival do Vasco: O Clube de Remadas Flamengo. Formiga consolidou seu nome no va’a nacional dirigindo as equipes de canoagem do Clube Ítalo, sediado na cidade de Vitória. Ele atualmente realiza um trabalho de consultoria para implementação de novas bases de canoa polinésia, através da empresa Formiga Esportes Náuticos.
Desprovido de paixões irracionais semelhantes às que permeiam o futebol brasileiro, e pensando exclusivamente no fomento do esporte, Formiga decidiu levar seu projeto de implementação de base ao Vasco, uma conversa que se iniciou há cerca de 1 ano: “Fui muito bem recebido pelo Horácio Neto, vice-presidente de esportes náuticos do clube. Ele ficou muito receptivo e entusiasmado com a ideia, trazendo ótimas sugestões, sem dúvida uma grande parceria”, relata Formiga.
O Vasco da Gama vaa conta com uma boa estrutura ás margens da Lagoa Rodrigo de Freitas: de cara, o clube comprou duas canoas V6 da marca Core Va’a, e duas canoas OC6 da marca Mirage. Os caras não vieram para brincar.
Passarinhos polinésios me informaram que outros grandes clubes já estão de olho nesta iniciativa, e estão super interessados em implementar bases de va’a. O esporte está crescendo visivelmente nas metrópoles litorâneas, e isso atrai a atenção de mais entrantes. Pode ser um grande ponto da curva para a canoa polinésia no Brasil e também na cultura dos clubes de remo olímpico, para que finalmente abram a cabeça e não enxergarem o va’a como um concorrente, mas sim um complemento de suas atividades, com um grande potencial de crescimento. A iniciativa do Vasco é um exemplo a ser seguido.
Seja bem-vindo, Vasco Va’a. Não vou me responsabilizar se vocês ficarem completamente viciados nesse esporte. Vocês correm um sério risco de serem contaminados pelo vírus do monopapo: só vão querer falar disso, pensar nisso e respirar isso, assim como nós. Espero vocês nas competições, saibam que o clímax não é apenas a conquista do lugar mais alto do pódio, mas sim a construção de longas e verdadeiras amizades.
Curiosidade 1: a melodia da introdução do hino do Vasco da Gama, feita por um naipe de metais, é a mesma da primeira estrofe do hino de Portugal citada no texto acima, uma sacada do gênio compositor Lamartine Babo.
Curiosidade 2: Lamartine Babo compôs os hinos de quase todos os clubes cariocas: Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, América, Bangu, Olaria, São Cristóvão, Bonsucesso e outros.
As aulas iniciam nesta Segunda-Feira dia 12/08. O próprio Formiga ministrará as aulas.
Horários disponíveis: das 5 às 10h e das 16 ás 19h, de Segunda a Sábado, na base do clube localizada na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Contatos:
Instagram: @vascovaa. Telefone: 21-3197-6909. Whatsapp: (27) 99986-1703
Fernando Bonfá é locutor esportivo, publicitário, viciado assumido em paddle sports e São Paulino de coração. Fala sempre que o futebol só trouxe 2 coisas em sua vida: stress e gastrite.