Rio Va’a 2021 homenageará Lanakila, a ‘canoa-mãe’ da va’a brasileira

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Lanakila Rio Va'a
Primeira canoa polinésia do Brasil, a OC-6 Lanakila será homenageada durante a 20ª Rio Va’a deste final de semana.

Neste final de semana, dias 11 e 12 de dezembro, na praia da Urca, a Rio Va’a, a prova de canoagem polinésia mais antiga do Brasil, irá comemorar sua 20ª edição.

Uma das características mais marcantes da Rio Va’a é que esta é uma prova que busca preservar a integração entre os remadores, onde a vivência é mais importante do que os resultados.

Outro fato bem particular desta prova, é que a Rio Va’a é uma competição organizada por um clube, sendo uma disputa de caráter festivo, sem fins lucrativos, e organizada por voluntários desde o seu início.

Ainda assim, um título da Rio Va’a é bastante cobiçado entre os remadores por tudo que a prova representa.

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A edição 2021 será realizada num formato de provas de longa distância na V6 e na V1, como nas primeiras edições.

A prova da categoria V1 é designada “Aito Va’a Brasil”, realizada associação com a Te Aito Events, organizadora das provas Te Aito e Super Aito.

Homenagem à Lanakila

canoa havaiana polinésia
Lanakila, a primeira canoa polinésia a navegar no Brasil, hoje se encontra restaurada, em Niterói (RJ), na MPS – MacKnight paddle school. Foto: Reprodução

Um dos pontos altos desta edição será, sem dúvida, a homenagem que está sendo preparada à Lanakila, a “canoa-mãe” da va’a no Brasil.

A canoa, que foi inteiramente reformada, e hoje se encontra na base MPS – MacKnight paddle school, em Niterói, estará em exposição na Rio Va’a, onde receberá as homenagens.

A canoa, batizada de “Lanakila” (“vencedora” ou “conquistadora” em havaiano), chegou em terras brasileiras no ano 2000 trazida pelo carioca Ron Zander Williams, que vivia no Canadá e tinha planos de embarcá-la em um navio para trazê-la a seu país de origem e assim iniciar a modalidade por aqui.

Coincidentemente, os santistas Fábio Paiva, na época, campeão brasileiro de canoagem, e Fred Perez também buscavam uma forma de trazer uma OC-6 para o Brasil quando conheceram Ron e a história da Lanakila em um chat virtual da internet dedicado à canoagem. Os três então estabeleceram um acordo para trazer nossa “canoa mãe” para o Brasil.

Pelo acordo, a Lanakila desembarcaria no Porto de Santos, onde Paiva faria uma cópia através de um molde, dando vida à primeira geração de canoas polinésias do Brasil, para em seguida encaminhá-la ao Rio de Janeiro, onde Willians, que estava voltando para o Brasil, fundaria seu primeiro clube.

Em 2015, contudo, nossa canoa-mãe sofreu um naufrágio no quebra-mar da Barra da Tijuca, após ser empurrada para as pedras e se partir em vários pedaços.

Informado do ocorrido, Ron foi até a Barra, imbuído da esperança de salvar a OC-6. Porém, chegando à praia, à noite, tudo que ele conseguiu foi encontrar pedaços da Lanakila na areia, que foram recolhidos por ele, um a um.

No dia seguinte, com a ajuda de mergulhadores, ele conseguiu retirar do fundo do mar quase todo o casco e a proa (que segundo as tradições havaianas, é onde está o espírito da canoa).

Agora, com boa parte da Lanakila recuperada, coube a Ronald encontrar uma equipe para reconstruir a canoa.

O processo levou mais de 40 dias e em março de 2017, a Lanakila estava de volta ao mar, por meio de uma cerimônia realizada na Praia Vermelha e que serviu para reaproximar duas figuras fundamentais para a história do va’a no Brasil: Fabio Paiva e Ron Williams.

Neste final de semana, essa história e esse legado ganharão um novo capítulo durante a 20ª edição da Rio Va’a.

Para informações sobre inscrições acesse: nohuli.com.

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