Ultimate Paddle Brasil abre o Brasileiro de SUP e Paddleboard 2024
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Pioneiros na canoagem polinésia na região amazônica, os remadores da Canoa Paidégua, de Belém, do Pará, defendem a liderança da categoria canoa overall masculina na final do Aloha Spirit. A competição está confirmada para os próximos dias 22 a 24, na Praia do Forte, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, e entre os grandes destaques estão as provas de va’a, também conhecidas como canoas havaianas.
Mas antes mesmo do grande esforço nas remadas no mar, os atletas paraenses terão um outro e importante desafio, o de vencer a grande distância até o local da prova, totalizando mais de 3,2 mil quilômetros de viagem. A equipe já está “acostumada” a esse tipo de superação. Foi assim para Ilhabela, no litoral paulista, e Brasília, no Distrito Federal.
“Para a gente, participar do Aloha é um privilégio, uma oportunidade de estar em conexão com a comunidade de canoagem do Brasil, em harmonia, e apresentar o nosso va’a de água doce da Amazônia, misturado com nossas raízes ribeirinhas. É também um esforço gigantesco, porque qualquer local de prova fica de 2 mil a 3 mil km de distância da nossa casa, mas sempre chegamos com muita positividade, energia”, afirma o experiente Igor Vianna, entusiasta da canoagem na região Norte do País.
Ele lembra o “perrengue” sofrido na viagem para a segunda etapa do Festival em Brasília, com o atraso do caminhão que levava as canoas e só chegou em cima da hora. “Ficamos desde às três horas da manhã do sábado tentando contato com o motorista e 6h30 estávamos na BR que dá acesso à Cidade esperando por ele. Outros atletas tiveram o voo cancelado e foram para São Paulo, para chegar em Brasília, uma da manhã. Ou seja, ninguém dormiu”, lembrou.
Em Ilhabela não foi diferente, novamente com muito esforço para viajar os 3 mil km, tendo a equipe reunida com tenda e toda uniformizada. “E foi uma festa linda. Temos consciência de que muitos atletas transpõem barreiras enormes para estar no Aloha, exatamente como nossa equipe e, justamente por conta disso que perseveramos também, cada um fazendo a sua parte”, ressalta.
“Quem sabe um dia o Aloha faz uma edição especial Amazônia. Remar com a gente nas águas barrentas do Rio Guamá, Baía do Guajará, ou mesmo nas águas esverdeadas do Tapajós lá em Alter do Chão? Eu entendo que o Aloha não começou com mais de 30 canoas alinhadas na largada, então podemos começar com 10 equipes aqui na Amazônia também”, lança Igor Vianna, referindo-se a verdadeiros paraísos da região amazônica.
O criador do Aloha Spirit há 11 anos, João Castro, fala do comprometimento dos atletas paraenses e da satisfação em recebê-los em todas as etapas. “Tenho muito orgulho de receber a equipe. Os caras viajam o Brasil praticamente para estar em todas as etapas do Aloha, sempre com grande grupo. Existem inúmeros eventos no País hoje, até mais próximos, que poderiam satisfazer essa necessidade de competir ou conhecer outros clubes, mas eles adotaram o Aloha Spirit”, reconhece.
O organizador conta que essa paixão pelo evento chamou sua atenção e essa participação é a maior prova que o Aloha conseguiu atingir o que sempre sonhou. “Que é o ambiente desejado pelas pessoas, de encontro com amigos, familiar e competitivo. Acredito que a equipe Paidégua deu a resposta: João, você alcançou isso. A partir do momento que uma equipe se desloca de tão longe para ir em todas etapas é porque, de fato, eu consegui atingir o que sempre quis. Eles são a simbologia do que é o Aloha Spirit, os objetivos que temos desde o início”, complementa João Castro.
Paidégua, o nome da equipe vem de uma expressão típica paraense, significando algo extraordinário. O núcleo começou em 2016, com duas canoas e hoje a adesão é cada vez maior, com participantes de todas as idades e até mesmo canoa V3. A base fica na Marina Espaço Náutico, ao lado da Universidade do Pará, e os treinos realizados no Rio Guamá e a Baía do Guajará, entre Belém e as ilhas da capital.
Além de competirem, os atletas da Paidégua participam de expedições amazônicas pelos rios Tapajós e Amazonas, juntando a cultura polinésia ao contexto fluvial ribeirinho amazônico. A proposta é reunir pessoas de diferentes lugares para remar nos grandes rios da Amazônia e viver a cultura e a culinária local por uma semana.
Os roteiros incluem remadas diárias, de 30 a 60 km, com revezamento nas embarcações, visitas às comunidades ribeirinhas, trilhas em florestas nativas e vivências em rituais indígenas. Tudo formatado para que qualquer pessoa, com experiência ou não, tenha oportunidade de participar.
Junto às provas de va’a (equipes, individuais e duplas), a 3ª e última etapa do Aloha Spirit contará com outras dez modalidades competitivas, com atração também para o stand up paddle (SUP), valendo pontuando pelas duas principais ligas internacionais da modalidade, a Paddle League e a APP World Tour.
Além dessas disputas estarão em ação a natação em águas abertas, como seletiva para uma prova restrita no Arquipélago de Alcatrazes em fevereiro de 2020; paddleboard; surfski; triatlhon waterman (reunindo natação, SUP e paddleboard); e apneia estática.
Outros atrativos serão a prática de yoga, o Festival Aloha Spirit de Cinema e ações socioambientais, culturais e educativas, tendo como tema a Simbologia da Água. “Tudo isso no Espaço Conexões, local de encontro dos atletas, e também teremos a Vila Aloha Spirit, onde teremos as lojas, a Cervejaria Enseada, praça de Alimentação, e a tradicional festa, com animação da Banda Pirâmide”, anuncia João Castro.
O Aloha Spirit 2019 tem o copatrocínio da Riachuelo e Cerveja Enseada, com apoio da Prefeitura Municipal de Cabo Frio e Secretaria de Turismo, Projetos Mares Limpos – ONU Meio Ambiente, Menos 1 Lixo, Mormaii, Mirage e Revista Trip. Realização: Associação Magna de Desportes e produção da Ecooutdoor Sports Business.