Watercast: A épica remada de Adelson Carneiro do Oiapoque rumo ao Chuí
Um ano após iniciar sua épica expedição de remada do Oiapoque ao Chuí, Adelson Carneiro Rodrigues é o ... leia mais
O Estado do Ceará sediará no mês de outubro de 2020 a segunda edição do Molokabra, um circuito de downwind inspirado na prova havaiana Molokai2Oahu. Organizada pela Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUP-CE), a competição promete agitar o nordeste do Brasil e instigar os praticantes dos paddlesports e amantes do velejo de todos os cantos do país e até de outros países.
A constância, frequência e intensidade dos ventos alísios da região aliados ao clima tropical e à posição geográfica do continente fazem do Ceará o melhor pico do Brasil para a prática de downwind no segundo semestre do ano.
O resultado é a formação de ‘bumps’ oceânicos regulares que, se bem encaixados, podem proporcionar aos remadores uma experiência fantástica de remar e surfar a favor do vento no litoral cearense.
A relação do Ceará com os ventos é bastante significativa. O Estado é o pioneiro na geração de energia eólica no Brasil, possuindo atualmente vários parques ao longo do litoral que movimentam e aquecem a economia local com grandes investimentos de multinacionais.
A qualidade dos ventos cearenses também atrai uma grande quantidade de estrangeiros, que praticamente se mudam para o estado no segundo semestre do ano, quando as condições são realmente clássicas para a prática de kitesurf e para o downwind de paddle sports em geral.
Igualmente, todo ano atletas brasileiros, fãs de downwind, também se organizam em grupos para vivenciar a experiência.
Não é à toa que o estado é chamado de “A Meca dos Ventos”. Em 2019 foi estabelecido o novo recorde mundial com 596 kitesurfistas velejando juntos na Praia do Cumbuco.
Para o ano de 2020, os organizadores do Molokabra mantêm a fórmula de 2019 com algumas modificações baseadas em sugestões apresentadas pelos participantes da 1ª edição.
Serão três provas realizadas em dias seguidos (1, 2 e 3 ou 4 de outubro), as quais terão respectivamente 12km, 18km e 30km, totalizando 60km de remada e velejo.
O ponto de partida será o tradicional Iate Clube de Fortaleza e os pontos de chegada serão a Barra do Ceará, situada na própria cidade de Fortaleza, e as Praias de Iparana e Cumbuco, ambas localizadas no município de Caucaia.
Considerando o forte tom regional com que a organização entrega o evento, novamente os nomes das provas em 2020 têm relação direta com a história e a cultura do Ceará.
A prova 1 foi batizada de Marco Zero em virtude da Barra do Ceará ser o local de origem da Cidade de Fortaleza.
Já a prova 2 se denominará Toré, um tradicional ritual que simboliza a resistência do povo indígena. O município de Caucaia concentra 30% dos índios do estado do Ceará e a ideia é integrar atletas com a cultura indígena através da apresentação do toré e de pinturas corporais feitas por índios locais.
Já a prova 3 sintetiza o que é o Ceará e será chamada de A Meca dos Ventos.
Para o Diretor da ASUP-CE e organizador do Molokabra, Alexandre Nogueira, a opinião de atletas referência como Patrick Winkler e Luiz Guida “Animal”, que consideram o downwind no Ceará superior ao havaiano (ambos competiram no Havaí), representa a maior propaganda que o evento pode ter.
Segundo Nogueira, “Basta perguntar para esses monstros do paddleboard e do stand up paddle se vale a pena participar”.
Já em sua primeira edição o Molokabra alcançou incríveis 150 atletas e paratletas inscritos, distribuídos entre stand up paddle, surfski, canoa polinésia e paddleboard, além do kitesurf.
Para Clylton Torquato, Presidente da ASUPCE, a inserção do kitesurf foi espontânea e natural tendo em vista a grande força do esporte no Estado. Para ele, “Falar em downwind no Ceará sem a participação do kitesurf seria uma injustiça”.
A associação formalizou parceria com o grupo local LPD – Loucos por Downwind, conhecido pela organização das chamadas kitetrips na região nordeste e a presença dos velejadores conferiu um brilho especial ao evento.
Para 2020, além das cinco modalidades e seguindo tendências mundiais, o wing surf (wing foil) também foi acrescido na competição.
A organização programou um período oficial de treinos e reconhecimento da raia, marcado para ocorrer entre 25 e 30 de setembro.
Segundo waterman Paulo Marcello Porto, Diretor da ASUP-CE, atleta de SUP, va’a, kitesurf e wing surf e um dos grandes responsáveis pela inclusão de iniciantes aos downwinds cearenses, a proposta do período de treinos é oferecer aos atletas a oportunidade de treinamento e diversão, reconhecendo a raia das provas sem a exigência de performance.
Chegar um dia e no outro já competir não é uma boa ideia segundo Paulo Marcello.
“Downwind é totalmente diferente de provas em mar flat e sem ventos e por mais que o atleta tenha experiência na remada a ambientação com a condição de mar e vento cearense é muito importante”, esclarece.
Além da possibilidade de treinamentos antes das competições propriamente ditas, através da parceria com os LPD (Loucos Por Downwind) aos atletas que pretendem ficar no Ceará após o Molokabra, serão ofertados pacotes para a realização de paddletrips no litoral nordestino, com destinos paradisíacos e de tirar o fôlego.
Que tal remar 300km de Fortaleza até a paradisíaca Jericoacoara, parando nos vilarejos e destinos turísticos ao longo da costa? Esta é a proposta. Para Cláudio Brasilino, componente do LPD, a experiência e o sucesso com as kitetrips representa a certeza de que as paddletrips também serão experiências exitosas e inéditas em termos de Brasil.
A repercussão alcançada na 1ª edição, as referências passadas pelos atletas participantes e o excelente formato de três provas seguidas de downwind, além do compromisso dos organizadores para com os atletas e ainda o fato de ser o Ceará e a cidade de Fortaleza vocacionados para o turismo, abrem a perspectiva de que o Molokabra se consolide no calendário dos grandes eventos nacionais relacionados aos paddlesports.
O organizador Alexandre Nogueira deixa um recado aos interessados em participar: “Se um dia você sonhou em participar de uma competição no Havaí mas isso não foi possível, chegou a hora de valorizar uma prova genuinamente brasileira, realizada em um estado cujos ventos por vezes são ainda melhores do que os havaianos, com uma gente acolhedora e hospitaleira e que vai fazer você se sentir em casa para vivenciar uma das melhores experiências da sua vida e comparativamente a um custo bem mais reduzido. Aproveite, venha antes ou fique mais dias após a prova, traga sua família ou junte os seus amigos e venha desfrutar do enorme potencial turístico do Ceará, suas praias, gastronomia, shows de humor e muito mais na terra dos ventos. Serão todos muito bem-vindos”, convida o organizador.
As inscrições serão abertas a partir de fevereiro através do site molokabra.com.br, assim como a divulgação dos embaixadores nacionais e locais, regulamento geral, kit dos atletas, opções de hospedagem, etc.
As vagas são limitadas a 250 atletas e as inscrições se encerram no mês de julho.