Equipe feminina do Brasil faz história na Queen Lili’uokalani Canoe Race

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Queen Lili'uokalani
Pela primeira vez uma equipe feminina brasileira participou da tradicional competição que homenageia a rainha Lili’uokalani. Da esq. para dir.: Larissa Lima, Marcela Antunes, Maíra Chianca, Geórgia Michelucci, Claudia Vidal e Gabriela Costa. Foto: Arquivo pessoal

Realizada no último fim de semana, a 51ª edição da Queen Lili’uokalani Canoe Race, a maior e mais prestigiada competição de canoa havaiana do mundo, foi marcada por um feito inédito: pela primeira vez, uma equipe feminina do Brasil participou da prova, carregando consigo o espírito da canoagem polinésia e o sonho de representar o país em uma das competições mais reverenciadas no Havaí.

A Queen Lili’uokalani Canoe Race, realizada anualmente ao longo de quatro dias em Kailua-Kona, na ilha do Havaí, é mais do que uma simples corrida. É uma celebração cultural que homenageia a rainha Lili’uokalani, a última monarca do Reino do Havaí. A rainha é lembrada por sua sabedoria e compaixão, e por seu esforço em proteger a cultura havaiana durante um período turbulento da história do Havaí. A corrida, que leva seu nome, é uma forma de manter viva essa herança, reunindo canoístas de todo o mundo para competir em um percurso de 18 milhas ao longo da deslumbrante costa de Kona.

Boa parte das atletas brasileiras já estava no Havaí para competir no Mundial de Va’a Velocidade, realizado em Hilo, na semana anterior, e aproveitaram a oportunidade para participar da Queen Lili’uokalani Canoe Race.

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Chegada da prova e a alegria estampadas nos rostos. Foto: Raquel Cruz Xavier

A equipe brasileira, composta por Claudia Vidal (que atualmente reside em Miami), Marcela Antunes (atendida pelo Bolsa Atleta de Ilhabela), Geórgia Michelucci (São Sebastião), Larissa Lima (Brasília), Gabriela Costa (Brasília) e Maíra Chianca (que atualmente vive na Califórnia), teve um desempenho notável, conquistando o 11º lugar entre 28 equipes na categoria Open. Apesar de ser formada majoritariamente por atletas da categoria Máster, a equipe foi obrigada a competir na categoria Open devido à presença de uma integrante com 39 anos.

Mesmo competindo em uma categoria diferente da planejada, o tempo alcançado pela equipe brasileira foi excelente. Se tivessem competido na categoria Máster 40, teriam figurado entre as três primeiras colocadas, um feito que demonstra a força e a determinação das remadoras.

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Eddie Piki Hayward (2º da esq. para a dir) ao lado de Claudia (à esq.), Rafael Santana, Marcela, Maíra e Georgia. Foto: Arquivo pessoal

Claudia Vidal falou sobre a emoção de participar da competição: “Foi a realização de um sonho. Essa prova é a mais tradicional da canoagem havaiana, é uma reverência à Rainha Lili’uokalani. Conseguimos nos unir para fazer essa prova, pois como teve o mundial em Hilo ficou mais fácil para quem veio do Brasil. No primeiro momento não tinha mais canoas para alugar, pois essa prova é super disputada, entrei em contato com meu amigo Nephi Tehiva (Mana), que estava no Havaí treinando uma equipe para o mundial, ele na mesma hora conseguiu com seu primo Eddie Piki Hayward uma canoa super tradicional sem custo nenhum. Tudo conspirando a favor. Confesso que me emocionei, não consegui segurar as lágrimas quando entrei para fazer a competição, nunca fiz uma prova com tantas canoas juntas, a praia de Kona ficou pequena. E eu estava ali entre os melhores remadores do mundo. Remar no oceano Pacífico 18 milhas vendo o mar mais azul foi emocionante.”

A participação da equipe brasileira na Queen Lili’uokalani Canoe Race não foi apenas uma conquista esportiva, mas também um marco para a canoagem brasileira, que, aos poucos, se consolida no cenário internacional. A prova, com sua profunda conexão com a história e a cultura havaiana, e a presença do Brasil nessa edição, reafirmam o poder do esporte como um meio de unir povos e preservar tradições ancestrais.

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