Sul-Americano de Va’a entra na reta final
Brasil segue forte no penúltimo dia do Sul-Americano de Va’a, que também foi marcado por títulos de ... leia mais
Entre os dias 16 e 24 de agosto, a Ilha do Havaí (Big Island) foi palco do IVF World Sprints 2024, o campeonato mundial de va’a velocidade, reunindo quase 3.000 competidores de 27 nações, entre elas, a nação brasileira, com a participação de 305 atletas (uma das maiores delegações do evento).
Entre os atletas que representaram o Brasil, o remador Abimael Pinheiro, natural da Ilha do Combú, em Belém (PA), foi um dos grandes destaques da competição. Acostumado desde cedo a remar nas tradicionais canoas amazonenses, Abimael é um verdadeiro ribeirinho “raiz”. Apanhador de açaí, ele descobriu a canoa polinésia há cerca de dois anos. Desde então, sua paixão e habilidade natural rapidamente o colocaram em destaque no cenário nacional, levando-o a conquistar resultados expressivos em campeonatos importantes. Sua jornada até o Havaí começou na campeonato brasileiro de va’a velocidade, em Brrasília, no final de 2023, também válido como seletiva para o Mundial. Na ocasião, Abimael conquistou três medalhas: terceiro lugar na categoria individual Master 40 V1 500 metros, segundo lugar na V6 500 metros Estreante e segundo lugar na V6 1000 metros Estreante, assegurando assim sua vaga para o evento em Hilo.
No IVF World Sprints 2024, Abimael teve seu grande resultado na categoria V1 500 Master +40, onde alcançou a grande final e garantiu a oitava colocação, um feito notável considerando tratar-se de um campeonato mundial. Além disso, ele desempenhou um papel crucial nas equipes Brasília Paddle Club e Brava’a, ajudando-os a conquistar a sexta posição na final da categoria V12 1000 Master 40. Abimael também ajudou a equipe V6 Master 40 da Brasília Paddle Club a chegar à semifinal da prova de 500 metros.
O Brasil conquistou sete medalhas de bronze ao longo da competição. Abimael Pinheiro, porém, não conseguiu a sua, mas seus feitos na competição merecem admiração pois vão além dos pódios, representando a força e a diversidade do esporte nacional e a habilidade natural das comunidades tradicionais do Norte brasileiro com as canoas.
Para o ribeirinho, a experiência de competir no mundial foi a realização de um sonho, um reflexo de sua perseverança e da conexão profunda que tem com as águas, seja nas tranquilas e tradicionais canoas de sua terra natal ou nas velozes va’a que o levaram a se destacar no cenário internacional, partindo das margens do rio até as águas do Pacífico.