Niterói encerra Estadual de Va’a 2018 em grande estilo
Cidade de Niterói, que vem se destacando como pólo nacional da canoagem polinésia, recebeu no último ... leia mais
Uma prova para ficar marcada na história da canoa havaiana no Brasil, por sua grandiosidade e altíssimo nível técnico. Na disputa mais acirrada de todas as edições, a TriboQPira foi a campeã da 16ª Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoa Havaiana, disputada neste sábado (30), com recorde de participantes, nada menos que 38 canoas largando juntas, para completar o duro percurso de 75 km ininterruptos de remadas.
Competindo “em casa”, a maior vencedora do evento teve como grande rival, a Brucutus, de Bertioga, a mais antiga equipe da modalidade e única a ter participado de todas as voltas. Os dois times disputaram boa parte do percurso, sobretudo na primeira metade, no mar, lado a lado, e a vitória só começou a ficar mais definida no Canal de Bertioga, quando a Brucutus errou o caminho, entrando num rio errado, justamente onde está acostumada a treinar.
Nesse momento a TriboQPira, que vinha um pouco atrás, conseguiu ultrapassá-los e não foi mais alcançada, completando o desafio em 5 horas e 53 minutos. Os vice-campeões ainda se recuperaram, tentaram tirar a diferença, mas chegaram quatro minutos depois, com larga vantagem sobre os demais. A terceira colocada foi a Pacificos Va’a, do Chile, com 6 horas e 28 minutos, ficando 31 minutos atrás da Brucutus.
Na categoria mista (três homens e três mulheres remando), a Sampa Canoe Clube, da capital, foi a vitoriosa, com 6h40. Na master (40+), o primeiro lugar ficou com a Paddle Clube Ilhabela, com 6h30, enquanto que na 50+, a T-Rex Team, de Salvador, completou a prova com 7h03. Já na disputa feminina, a Odoya – Terra Simão, de São José dos Campos, mostrou a força da mulherada, com 7h11min.
Na prova, as canoas enfrentaram vários cenários, primeiro o mar, inclusive com ondas agitadas, depois o Canal de Bertioga, o Porto de Santos, exigindo muito esforço e estratégia das equipes. “Foi sensacional, foi o retorno de uma equipe santista ao topo. Novamente Santos se coloca como uma potência na canoa havaiana”, vibrou o capitão da TriboQPira, Rogério Mendes, destacando também a disputa acirrada com a Brucutus. “Foi intenso, eletrizante”.
Para ele, remar 75 km em alta performance, além de estratégia, força, determinação e comprometimento, significa união. “Esse espírito de abraço que estamos dando agora, de garra e um se doar para o ouro o tempo inteiro. Não se entregar jamais. Lutar sempre. Isso que significa essa prova”.
Felipe Neumann, outro líder da equipe e um dos mais experientes e vitoriosos canoístas da modalidade, lembrou que o time para essa edição foi formado com a união de várias bases de treino da região, formando uma verdadeira seleção com outros nomes de ponta como Cauê Serra, Marinho Cavaco e Jefferson Libório. “Foi uma luta juntar todo mundo, colocar todos para remar juntos. Tentamos outras vezes e agora deu certo. Viemos para cima”, comentou.
“Nunca teve uma prova tão acirrada quanto essa, muito dura. É de chorar, é trabalho, dedicação e serve de motivação para os nossos alunos um dia estarem aqui dentro desse barco”, desabafou Felipe, que também teve como companheiros de equipe Lino Barbosa, Henrique Barta e os jovens talentos Pedro Henrique e Caio Guerra. “O espírito de união foi fundamental”, complementou Marinho Cavaco, que foi o remador que desceu da canoa para tocar o sino de campeão.
O capitão da Brucutus e um dos únicos atletas a ter disputado todas as edições da Volta à Ilha, Everdan Riesco, se emocionou ao falar da equipe e do espírito de união. “O importante foi a gente ter feito uma boa prova. Erros acontecem. O desempenho foi muito bom, remada cadenciada, grupo muito homogêneo, todos bem treinados, não tinha diferença de rendimento. Estamos muito felizes, independente da colocação”, disse, elogiando os campeões. “São grandes remadores e foi uma prova muito limpa”.
Quem também comemorou muito a performance foram os chilenos. Foi a primeira vez que competiram na prova e numa distância tão longa – a maior até hoje eram 24 km. “Viemos para cá pensando em ficar entre os cinco primeiros e chegamos ao pódio. Foi uma disputa muito dura. Foi espetacular, muito gratificante. Nos uniu em um só espírito, uma só alma. E isso foi toda a prova. Queremos agradecer também ao povo de Santos pela acolhida. Foi uma grande experiência e nunca pensamos e dimensionamos como seria tão bom, mas fomos capazes e estamos felizes”, falou o capitão Matias Ortega.
SONHO
O organizador da competição, Fábio Paiva, um dos maiores entusiastas da modalidade no Brasil, era um dos mais felizes depois do término das disputas e de meses de planejamento, para que toda a complexa logística desse certo. Afinal, foram 38 canoas, quase 50 barcos de apoio e cerca de 700 pessoas acompanhando. “Foi muito emocionante. De todas as edições, essa realmente marcou. Pelo pessoal envolvido, a largada emocionante, as condições de disputas, com mar bravo, equipes com índice técnico evoluído”, ressaltou.
“Essa prova é a realização de um sonho. A gente imaginou trazer a canoa havaiana para cá em 2000 e o objetivo era atrair amigos, colocar na canoa e se divertir e a coisa quando é feita com coração, o resultado é esse: sucesso. Santos tem um cenário perfeito para qualquer esporte, principalmente atividade náutica. Nunca imaginei ter 38 canoas largando. No ano que vem esperamos abrir para 50 equipes e isso vai representar mil pessoas no mar”, adiantou Fábio, já anunciando a data da 17ª Volta à Ilha de Santo Amaro, 14 de março de 2020.
Além das disputas, outro momento emocionante foi a roda de energia, antes da largada e a homenagem feita a Henrique Casillas, criou o Centro Brasileiro de Náutica e promoveu a primeira prova de canoagem oceânica em Santos. Na parte social, houve o já tradicional Projeto Solidário, com as equipes entregando latas de leite em pó, que serão destinadas à Associação de Assistência à Infância Estrela Guia Creche e Educação Infantil, de Santos. No total foram arrecadadas 356 latas e a equipe KOa Brasil Va’a, da região dos Lagos, no Rio de Janeiro, foi a campeã nessa iniciativa.
GALERIA DE IMAGENS
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VÍDEOS
MOMENTO DA LARGADA
HIGHLIGHTS DA PROVA