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Neste sábado, 01 de abril, foi realizado em Búzios o campeonato brasileiro de va’a maratona nas modalidades V1 e V1R (OC1).
A competição recebeu atletas de diversos estados, como Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Espírito Santo, Brasília, Pará e Rio de Janeiro e também foi válida como seletiva para o Pan-Americano de Va’a que será realizado no mês de novembro em Vitória (ES).
Diversas categorias participaram as disputas, que definiram os títulos brasileiros de va’a individuais de 2023 e havia uma expectativa grande em torno de uma prova desafiadora, mas com bons trechos de downwind. A organização, inclusive, mudou o trajeto da prova, tomando como base os mapas de previsão de ventos e ondulações. Contudo, como a natureza é imprevisível, houve pouco downwind, muito vento lateral e backwash.
“Foi uma prova duríssima. A ideia era construir um trajeto com downwind e upwind, mas o vento mudou tanto de orientação que a primeira parte foi quase inteira com vento lateral, mas o mar pelo menos estava liso nessa parte, depois do primeiro contorno, foi só costão até chegar na Ferradura e era muito backwash. Foi uma prova super técnica e acredito que todos os remadores concordaram com isso, além disso, o dia estava lindo e a achei a etapa muito bem organizada”, conta Antonio Gonzaga (SC), campeão brasileiro de OC1 na categoria Máster +40.
A competição foi dividida em três etapas. Primeiro, às 8h e logo em seguida às 8h05, largaram as categorias V1R e V1, masculino e feminino, Parava’a, Junior 16, Máster 60 e Master 70. Essa prova teve largada e chegada na praia de Manguinhos.
Depois, às 10h, foi a vez das mulheres mostrarem sua força com as provas de 16 km Júnior 19, Open, Master 40 e Master 50, com largada em Manguinhos e chegada na Ferradura.
Destaque para Mary Mateus (RJ), melhor tempo entre as mulheres, que voou baixo com sua V1, concluindo a prova em 1:26:29. Beatriz Peixoto (RJ) ficou com o vice-campeonato na V1 com o tempo de 1:27:29. A veterana Monica Pasco (SP) completou o pódio na terceira colocação em 1:28:56.
Na OC1 os “pegas” também foram de altíssimo nível, com Dayone Rossi (RJ), ficando com o título brasileiro de OC1 após concluir os 16 km com o tempo de 1:28:58. Em seguida, Marta Terra (RJ) e Barbara Campbell (RJ), vieram logo atrás, respectivamente, em segundo e terceiro lugar em uma bela disputa decidida em 1:30:05 para Martinha, contra 1:30:10 para Bárbara. O detalhe é que as três são remadoras másters!
“A prova foi feita com o percurso invertido e eu nunca tinha feito essa remada, nesse sentido. E, diferente do que costuma ser Búzios, estava tudo contra, vento, ondas, e isso fez a competição ser bastante dura, exigindo força e muita técnica, pois estava pesado. Mas curti o desafio, porque remar em Búzios é muito bom e também comemorei bastante porque foi meu aniversário!”, conta Dayone Rossi.
Concluídas as disputas femininas, às 13h foi a vez das provas V1 e V1R 16 km, Masculino, Júnior 19, Open, Master 40 e Master 50 entrarem na água para encerrar o campeonato brasileiro de V1 V1R de 2023.
O trajeto de 16km foi o mesmo da categoria feminina: Largada em Manguinhos, com vento lateral, para em seguida encarar um costão com muita ondulação até a chegada na praia da Ferradura.
Com o tempo de 1:18:32, Maxwell Coutinho Jr (RJ) foi o primeiro remador a concluir a prova, faturando seu bicampeonato brasileiro de OC1 e mostrando estar em grande forma. Max chegou com pouco mais de um minuto à frente do vice-campeão da OC1, Pedrinho Weichert (ES), cruzando a linha de chegada em 1:20:11. Murilo Pinheiro (RJ) fechou o pódio na terceira colocação em 1:21:52.
“Foi uma etapa muito disputada e o nível da OC1 estava muito alto. Nunca vi no Brasil uma prova com tanta OC1 na água e com tanta gente boa remando. Uma remada de muita força, que exigiu bastante navegação, muita leitura de mar. Não foi um Búzios esperado, e onde poderia ter um pouco de downwind, acabou que o vento estava de través, depois, no costão, muita onda de backwash, balançando muito, mas era muito difícil aproveitar essas ondas. Então, realmente foi desafiador o trajeto“, revelou Pedrinho Weichert .
Na V1, outra performance impressionante. Robert Almeida (ES) conquistou seu terceiro título brasileiro, sendo o terceiro remador a cruzar a linha de chegada. Agora, detalhe importante: a largada da V1, assim como no feminino, foi feita cinco minutos após as OC1 largarem! E Robert acabou fazendo o melhor tempo dos 16 km: 1:18:29.
“Venho treinando forte há um ano, com uma equipe boa, com apoio de de vários profissionais, como fisioterapeuta, cardiologista, e é uma coisa que está fazendo bastante diferença. Estava confiante e felizmente consegui fazer uma boa prova desde a largada. Queria ver como iria me sair também em relação às OC1, pois em Búzios o mar é bastante mexido. A prova no geral foi boa, mas na minha opinião, deveriam ter mantido o sentido original, para aproveitar o downwind. Outra coisa que acho importante chamar atenção, é que a distância, ao final, deu 14 km e isso faz diferença pra quem está treinando para o campeonato mundial e para a Te Aito, que é o meu caso. Entendo o lado da organização, que visa a segurança, mas um campeonato brasileiro é para testar os melhores, justamente para preparar para as provas internacionais. Também acho importante pensar na premiação, pois os custos para competir são altos. Acho que o Estadual do Rio de Janeiro é um bom exemplo para a CBVA’A se espelhar em termos de premiação“, ponderou Robert Almeida.
O veterano Paulo Dos Reis (SP) ficou com o vice-campeonato brasileiro da V1 com o tempo de 1:20:26, após uma chegada emocionante contra Rodrigo Medeiros (RJ), terceiro colocado com o tempo de segundos de diferença: 1:20:28.
A próxima competição do campeonato brasileiro será disputada nas modalidades V3 e V2R (OC2) no dia 06 de maio, em Bertioga (SP).