Como as Normas ABNT podem contribuir para a gestão de segurança no va’a

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Para Alexey (à esqu), as atividades exercidas pelos clubes de va’a no Brasil se enquadram perfeitamente às diretrizes do Certificação em Turismo de Aventura. Foto: arquivo pessoal

Durante a live “Rumos do Va’a” transmitida na última segunda-feira, 03 de maio, no canal YouTube Aloha Spirit Mídia, um dos assuntos abordados foi a gestão de segurança e a padronização de procedimentos.

Alexey Bevilacqua, capitão da base kanaloa Va’a Florianópolis, um dos pioneiros do va’a no brasil, falou sobre o processo de Certificação em Turismo de Aventura e Ecoturismo brasileiros através de Normas ABNT e como esse conhecimento o ajudou a implementar um sistema de segurança para seu clube.

Criado em 2010, com o apoio do Ministério do Turismo, o programa de normatização para o turismo de aventura resultou na elaboração e publicação de 24 Normas Brasileiras, pelo Comitê Brasileiro de Turismo (ABNT/CB 54).

Esse conjunto de normas teve como foco principal a segurança do turista, fator decisivo para a qualidade no turismo de aventura. Com isso, alcançou-se o objetivo de distinguir as atividades de turismo de aventura praticadas de maneira responsável da ideia de “atividades radicais”.

Alexey explicou como esses procedimentos podem ser perfeitamente enquadrados às bases de va’a, tanto no dia a dia das aulas, quanto na realização de passeios e travessias, a exemplo das três normas abaixo, extraídas da certificação:

  • ABNT NBR 15331:2005 – Turismo de aventura – Sistema de gestão da segurança – Requisitos. Apresenta os requisitos mínimos para que uma empresa ofereça aos clientes serviços de qualidade, responsáveis e seguros. Suas diretrizes estão integradas e possibilitam à empresa aprimorar a gestão e atender de forma segura seus clientes e, como consequência, melhorar seus resultados e obter maior competitividade. É uma norma certificável;
  • ABNT NBR 15286:2005 – Turismo de aventura — Informações mínimas preliminares a clientes. Traz um conjunto de informações mínimas que as empresas devem transmitir aos turistas antes da prestação do serviço, como vestimenta adequada, alimentação, grau de dificuldade ou esforço físico previsto, entre outras;
  • ABNT NBR 15285:2005 – Turismo de aventura — Condutores — Competência de pessoal. Oferece os requisitos mínimos para os condutores de turismo de aventura e permite às empresas assegurar que seus profissionais são aptos a prestar um serviço de qualidade.

Por meio de ações que tiveram início em 2006, o Programa Aventura Segura (PAS), buscou qualificar as empresas que atuam no segmento e orientá-las na implementação do SGS (Sistema de Gestão de Segurança) em conformidade com normas técnicas da ABNT.

Alexey Bevilacqua (à esq.) durante aula em curso para implementação de Sistema de Gestão de Segurança (SGS). Foto: Arquivo pessoal

Além dos ganhos óbvios com segurança, Alexey ressaltou que esse tipo de certificação é uma forma de demonstrar aos clientes e público em geral que este processo foi bem-sucedido, pois as certificações são concedidas somente após auditoria.

Em uma resposta imediata (e muito positiva) ao assunto abordado por Alexey na Live, Daniel Camargo, presidente da CBVA’A, que acompanhava o programa, disse que iria levar essa questão para dentro da confederação brasileira, para discutir com a diretoria da entidade a possibilidade de implementar um procedimento de certificação semelhante, voltado aos clubes filiados.

Para Alexey, as atividades exercidas pelos clubes de va’a no Brasil se enquadram perfeitamente às diretrizes do Certificação em Turismo de Aventura e que, portanto, trata-se de um material de grande valia para garantir maior segurança a todos.

Vale ressaltar que o processo de certificação é longo e oneroso, e nem todos os clubes teriam condições financeiras para bancar o processo de auditoria e obtenção do certificado.

Porém, como reforça Alexey, a adoção e implementação das normas técnicas ao Turismo de Aventura e ecoturismo brasileiros foi um processo gratuito por conta do convênio do Ministério do Turismo na época. Essa parceria com o MT permitiu que qualquer pudesse acessar as normas e implementá-las em sua base sem nenhum custo. Porém, hoje talvez, o acesso às normas tenha um custo, ainda que simbólico, caso o MT não tenha mantido o convênio com a ABNT.

O mais importante é que estas normas podem, inclusive, servir de parâmetro para que a CBVA’A crie seu próprio SGS e audite clubes interessados em obter uma certificação de segurança homologada pela confederação brasileira.

Alexey Bevilacqua (à esq.) durante curso sobre socorrismo para áreas naturais remotas – Wilderness First Responder (WFR). Foto: Arquivo pessoal

Interessados em obter mais informações sobre o processo podem entrar em contato com Alexey, que é auditor da norma ABNT NBR 15331:2005, via direct por seu Instagram: @alexeybevilacqua.  

Para saber mais sobre a Certificação em Turismo de Aventura clique AQUI.

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