Após penalidade imposta à Shell Va’a, Enviropol vence a Vodafone Channel Race 2024

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vodafone channel race 2024
Venceu mas não levou. Shell Va’a chegou em primeiro lugar, mas foi punida em um minuto e perdeu o título. Foto: Divulgação

Além de performances excepcionais de Robert Almeida e Luana Vittorazzo competindo em equipes taitianas, a Vodafone Channel Race deste ano marcou a estreia histórica de uma equipe 100% brasileira, a Team Mirage, que deixou sua marca na emocionante disputa entre Taiti e Moorea

Após 60 km de corrida, a lendária equipe Shell Va’a cruzou a linha de chegada da Vodafone Channel Race em primeiro lugar, com o tempo de 4h32m, colocando quase um minuto de vantagem sobre a Enviropol (50 segundos, para ser exato), a segunda equipe a concluir o desafio. No entanto, após o término da disputa, veio a surpresa: Patrick Moux, organizador da competição, anunciou que os líderes haviam sido penalizados em um minuto devido a uma infração cometida por um de seus barcos de apoio, que invadiu a área da lagoa restrita às canoas.

Com a penalização, a Shell Va’a, que iria conquistar sua quinta vitória consecutiva na Vodafone Channel Race, ficou com a segunda colocação: “Mesmo sendo o time preferido do meu pai, é preciso ser honesto e justo na aplicação das penalidades. Infelizmente, a Shell passou do primeiro para o segundo lugar. Agradeço a David Tepava e a toda sua equipe por aceitarem essa decisão com dignidade. Estas são as regras do jogo. Parabéns, Enviropol. Vocês podem ter terminado em segundo na água, mas no papel, são os campeões”, disse Patrick Moux ao anunciar a penalidade pouco antes da cerimônia de premiação.

A competição, realizada na manhã de sábado, como era de se esperar, foi de altíssimo nível, com as equipes masculinas de V6 (nas categorias júnior, sênior/open e master) largando do Taiti em direção à Moorea, para então retornar, atravessando novamente o canal que separa as duas ilhas da Polinésia Francesa rumo ao trajeto final, em Aorai Tini Hau, a lagoa formada por uma bancada de corais que proteje a costa taitiana. As equipes femininas realizaram um trajeto alternativo, de 35 km.

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Formada por ex remadores da Shell Va’a, Enviropol ficou com a primeira colocação após a punição imposta aos líderes. Foto: Divulgação

O domínio da Shell Va’a na prova foi incontestável. A canoa amarela precisou brigar pela primeira colocação apenas no início da prova. No entanto, como já se mostrou ser o padrão de suas participações em disputas assim, ao chegar em Moorea, a V6 comandada por David Tepava já liderava a prova sem ser ameaçada.

No entanto, se em 2023 a Shell venceu a prova com quase seis minutos de diferença da vice-campã, Air Tahiti, dessa vez, diferença para então segunda colocada, Enviropol, foi de 50 segundos – uma diferença de tempo que acabaria por ser “fatal” para a Shell por conta da penalidade que seria anunciada a seguir.

Emocionado com a performance de sua equipe, Vehiarii Keller, ex remador da Shell e atual capitão da Enviropol, declarou:  “A Shell é forte, eles conseguiram abrir, mas tentamos manter contato o maior tempo possível, foi o que fizemos”, sublinha.

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Brasileiro Robert Almeida, no banco 3 da Huahine, medalha de bronze na Vodafone Channel Race 2024. Foto: Divulgação

Mas a verdadeira batalha travada pela Enviropol na Vodafone foi, de fato, contra a Huanhine, outra equipe composta por ex remadores da Shell Va’a, como Tapuarii Tamaititahio, Moanatea Hopara e Kévin Céran-Jerusalém, que teve um de seus bancos ocupados pelo brasileiro Robert Almeida.

Ambas as equipes travaram uma disputa acirrada pela segunda colocação e chegaram praticamente empatadas na reta final, no entanto, no último Sprint, a Enviropol conseguiu abrir uma pequena vantagem de 46 segundos e superar sua adversária.

Duas vezes vice-campeões da competição, inclusive no ano passado, os remadores da Air Tahiti desta vez terminaram quarto lugar, com Team OPT fechando o pódio em quinto lugar.

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Pódio feminino com a presença da brasileira Luana Vittorazzo (3ª no chão, da dir. para esq.) cuja equipe, Ihilani Va’a, conquistou a terceira colocação. Foto: Arquivo pessoal

Entre as equipes feminina, Medoc Va’a foi a grande campeã, finalizando a prova de 35 km com o tempo de 02h51, seguida por Ka Lahui Kai, vice-campeã em 02h54 de prova, com a equipe Ihilani Va’a, que teve a participação da brasileira Luana Vittorazzo, fechando pódio feminino em terceiro lugar, com o tempo de 02h58.

Este ano foi a primeira vez que a Vodafone abriu sua prova para a inclusão da categoria Mista, disputada por equipes com homens e mulheres em sua formação e que terminou com a vitória da Air Tahiti.

Team Mirage na Vodafone Channel Race

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Pela primeira vez uma equipe 100% brasileira participa da Vodafone Channel Race. Foto: Arquivo pessoal

Além das excelentes participações dos brasileiros Robert Almeida e Luana Vittorazzo, competindo ao lado de taitianos, a Vodafone Channel Race contou, pela primeira vez em sua história, com uma formação 100% brasileira: a Team Mirage. O time foi composto por Carlos “Chinês” Ribeiro, Paulo dos Reis, Henrique Vogel, Pedro Weichert, Leonardo Monte e Felipe Mazur, com a adição de três brasileiros no Taiti: Marcelo Bosi, Leonardo Lorang e Gustavo Alvarenga, para completar a equipe.

A equipe brasileira foi brava, no entanto, a pouca experiência nos mares da Polinésia Francesa e o nível altíssimo das equipes locais fez a diferença. Mesmo assim, sagraram-se vice-campeões entre as equipes estrangeiras, ficando atrás apenas de uma equipe francesa integrada por remadores com larga experiência no Taiti. No resultado geral, a Team Mirage He’e Nalu concluiu a Vodafone na 34ª colocação com o tempo de 5h15.

Para além de colocações, a participação brasileira foi muito comemorada pelos taitianos, que definitivamente aprovam esse intercâmbio e reconhecem o esforço e a qualidade de nossos remadores. Agora, é fundamental que mais atletas e equipes do Brasil aproveitem o bom momento e invistam em temporadas na Polinésia Francesa.

Campeonatos mundiais da IVF são importantes, mas não se equiparam às provas taitianas. Se um remador pretende evoluir no mais alto rendimento que existe, remando entre os melhores do mundo, então, o caminho é um só: a Polinésia Francesa.

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