Festival Viva: Campeões nacionais de SUP definidos em Pernambuco
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Antes de fazer uma travessia a remo, a maioria das pessoas busca apenas saber se vai fazer sol ou chuva, porém a previsão do vento é a coisa mais importante para se observar. É a partir dela que você vai saber, primeiro, se a travessia é viável e, depois, determinar os pontos de partida e chegada.
Na previsão do vento deve-se atentar para:
Um vento muito forte no sentido contrário ao da travessia pode torná-la, no mínimo, desagradável e chega até impossibilitar a remada. Ainda mais porque as ondas costumam seguir a mesma direção do vento.
Em travessias de ida e volta é quase certeza que em algum momento vamos pegar vento contra. Então, nesse caso, o ideal é planejar para pegar o vento contra na parte mais tranquila da travessia.
Fiz em sentidos opostos cada uma das duas travessias de volta completa na Ilha Grande (primeira aqui / segunda aqui). A primeira, foi no sentido anti-horário. Já a segunda, no sentido horário. E isso se deu justamente pelo planejamento de onde pegar o vento contrário.
O importante foi prever como o vento estaria nos dias em que estivesse remando em mar aberto, no lado da ilha que é virado para o oceano. Assim, praticamente só peguei vento contra na parte abrigada, voltada para o continente.
Como no nordeste do Brasil o vento costuma ser bem forte, ali é difícil fazer uma remada circular ou do tipo ida e volta. Por isso, quando remei de Trancoso à Curuípe, ou quando remei por todas as praias de Itacaré, ou ainda nas remadas em Alagoas, fiz sempre trajetos de mão única, saindo de um ponto e chegando em outro, sem voltar remando. O mesmo aconteceu na Costa Brava (Espanha) e em tantos outros lugares de vento forte.
Às vezes, começo a acompanhar a previsão do vento meses antes da travessia. Quando tenho uma viagem programada para um lugar ainda desconhecido, quero entender como vento funciona lá. E, semana após semana, entro no aplicativo (agora é possível entrar aqui mesmo no site Aloha Spirit Mídia) para ver, nas mais variadas horas, como está o vento lá, de onde vem, com que força e se varia muito.
Comece a fazer isso também antes de suas travessias. Quanto mais você acompanhar a previsão e a relacionar com as condições do dia de remada, mais vai entender as nuances de seu funcionamento e como pode se beneficiar desse conhecimento.
Um ótimo exemplo é o do povo havaiano que conquistou as ilhas do Oceano Pacífico sem conhecer a escrita, mas com um profundo entendimento das forças da natureza.
Luiza Perin nos conta em seu livro Vou de Canoa que “A língua havaiana tem diversos nomes para todos os diferentes tipos de nuvens, de ventos, de estados de mar, de correntes, de aves marinhas e de estações climáticas”. Eles deram nomes aos fenômenos que observavam, conseguindo diferenciá-los e compará-los. E é exatamente isso que devemos fazer até hoje.