Vinnicius Martins: “Precisamos fomentar mais grupos de SUP”
Medalha de ouro no Mundial da ISA , Vinnicius Martins avalia o atual panorama do stand up paddle e os ... leia mais
Após o impressionante feito de Zane Schweitzer, que venceu a prova de travessia M2M Crossing, entre todas as categorias (SUP race, surfski e va’a), remando de SUP foil, foi a vez de Kai Lenny mostrar o potencial das quilhas hidrodinâmicas na busca de alta performance e velocidade.
No último fim de semana, a bordo de SUP Foil, Lenny quebrou o recorde de tempo da Maui 2 Molokai SUP Race terminando a travessia do canal com o tempo de 2h17m.
O feito de Kai Lenny chamou a atenção da mídia gringa do surfe e a revista australiana Stab entrevistou o havaiano para saber mais sobre sua relação com esse equipamento. Confira alguns trechos da conversa:
QUEBRA DE RECORDE NA MAUI 2 MOLOKAI SUP RACE
“Não sei qual é o tempo exato do registro anterior, mas, basicamente, consegui bater o recorde histórico em cerca de uma hora com um tempo de duas horas e 17 minutos. Mas acredito que se as condições estivessem um pouco melhores faria um tempo melhor ainda.
Esse canal é bem legal porque sempre há swell e os ventos na direção certa. Quando você alinha em direção a Molokai, as ondulações aumentam bastante de tamanho e quanto maior o swell, mais rápido você irá. Essas ondas são criadas basicamente pelos ventos que se afunilam no canal e quanto mais vento, melhor.”
EM BUSCA DO RECORDE NA M2O
Nas palavras de Kai Lenny, a Maui 2 Molokai SUP Race foi um treino para a prestigiosa Molokai 2 Oahu, que acontecerá dentro de duas semanas no Havaí.
“A M2O é o recorde que eu realmente quero quebrar. Acredito que seja possível concluir a travessia em três horas. Se conseguir, quebraria o recorde entre todas as modalidades de remada envolvidas na prova. Esse é o meu objetivo.
Fiz a travessia como um treino ano passado, pois queria incluir o SUP foi na M2O. Os organizadores, porém, a princípio não quiseram incluir a modalidade, pois argumentaram que ela é essencialmente uma prova de paddleboard. Ao mesmo tempo, a confirmação da etapa de Puerto Rico do Big Wave World Tour acabou mudando meu foco para viajar e competir no México e acabou sendo perfeito (Kai ganhou a etapa Mexicana do Mundial de surfe em ondas grandes organizado pela WSL).
E agora, neste ano, eles decidiram incluir o SUP Foil na M2O e há atualmente 10 ou 11 pessoas inscritas. Eu espero que mais pessoas se inscrevam porque é muito divertido.”
SOBRE FLUTUAR SOBRE AS ÁGUAS POR DUAS OU TRÊS HORAS SEGUIDAS SEM PARAR
“É um misto de técnica e equipamento. Dependendo da quilha foil usada, você terá um resultado diferente. Você pode chegar a 40 km/h por hora com ventos e ondulações favoráveis e sua velocidade média é de 24 km/h. Realmente parece uma onda interminável onde você está sempre entrando.
Nesta última corrida, por duas horas e 17 minutos, pareceu que eu estava dropando uma onda, e isso é loucura. Eu acho que é por isso que estou tão entusiasmado.
Eu diria que entre todos os esportes de remo, o SUP Foil é o mais tolerante. Não há aquela sensação de que você está sendo sacudido o tempo todo. É quase como ter suspensão em um carro que absorve todos os solavancos. E quando você bombeia, é como descer a linha de uma onda. Tudo se resume a conectar os pontos, assim como no surfe. Se você conseguir conectar os pontos, não precisa pular na prancha. Não requer muita energia, mas muito foco e boa técnica.”
EQUIPAMENTO
Normalmente uso uma prancha 4’8” apenas para o surfe. Em uma corrida como Maui 2 Molokai eu escolhi levar uma 5’8” pois no caso de uma queda eu teria maior poder de recuperação.
Acredito que todos esses recordes serão rapidamente quebrados, porque o desenvolvimento do foil está muito acelerado. O potencial de ir rápido e fazer coisas maiores e maiores é a parte mais divertida de tudo isso.”
SOBRE OS RUMORES DE QUE JOHN JOHN FLORENCE IRÁ PARTICIPAR DA M2O
Eu acho que seria incrível. Ele deveria fazer isso totalmente. Ele é um dos surfistas mais rápidos do mundo. Ele está lesionado, mas acho que remar em uma prancha de paddleboard não irá comprometer sua lesão, além disso, esse tipo de treino vai ajuda-lo a voltar com força total para o WSL.”