
Entrevista | Marcelo Esquilo
Treinador de atletas atuando como chefe da equipe brasileira no Mundial da ISA, Marcelo Esquilo troca uma ... leia mais
Há 18 anos frente do “Remo sem Fronteiras”, que incentiva a transformação social através da prática do esporte em crianças de baixa, Sérgio Oliveira troca uma ideia com nosso editor e fala sobre a história do projeto e da campanha para a restauração da Kurumi Gamboa, uma OC6 que partiu-se em duas após uma colisão com pedras.
A quanto tempo existe o projeto Remo sem Fronteiras?
Há 18 anos, foi fundado em 2000. Durante os quatro primeiros anos, o projeto realizou as primeiras aulas no Dique do Tororó. A partir de 2010, o raio de abrangência foi ampliado para a Lagoa de Pituaçu, envolvendo alunos das comunidades próximas a região do Parque Pituaçu. Em 2013 as ações foram iniciadas também na Gamboa de Baixo, e em 2016 na comunidade da Preguiça
Qual o objetivo e como funciona o projeto?
Nosso objetivo é incentivar a transformação social através da prática do esporte oferecendo também lazer e cultura aos alunos, mantendo e coordenando diversas ações voltadas à melhoria da qualidade de vida através da arte, cultura, lazer e educação nas comunidades.
O Remo sem Fronteiras busca compartilhar as atividades com outras comunidades costeiras. Desenvolvemos atividades coletivas e itinerantes contribuindo com a redução de conflitos sociais, inclusão e desenvolvimento familiar e individual de crianças, jovens e adolescentes em situação de risco.
Em suma, nossos principais objetivos são democratizar o acesso de crianças, adolescentes e pessoas com limitações físicas ao esporte, que por sua vez é transformando em instrumento educacional, através das modalidades de canoagem e remo, contribuindo para a formação cidadã, intelectual e técnica desses.
Acreditamos no poder que esse esporte tem para a inclusão social, redução da pobreza, combate a discriminação e vulnerabilidade. Além disso, também temos como objetivo o incentivo e preparação técnica para novos atletas.
Mas como funciona o projeto?
Funciona através da prática do Remo tradicional e do Remo adaptado (para pessoas e atletas com diferentes tipos de deficiências físicas ou motoras), trabalhos com jovens, adolescentes, adultos e idosos de todos os tipos e de diferentes classes sociais, porém, focando na classe social de baixa renda ou com nenhuma renda, como por exemplo: moradores e ex-moradores de rua, pessoas pertencentes aos bairros carentes de Salvador, sem muitas perspectivas de trabalho e sem nenhuma oportunidade de desenvolvimento sócio cultural.
Dentro dos polos de treinamento da ARS (Associação Remo Salvador) são oferecidas oportunidades de convívio e de inserção social através do esporte, de forma gratuita e e com acompanhamento de ótimos profissionais da área.
Além das atividades físicas e motoras, a ARS acompanha de perto o desenvolvimento de cada aluno nas atividades esportivas, em seus relacionamentos dentro e fora da Associação como indivíduo e cidadão, aproxima-se da família ou dos responsáveis, incentiva-os a frequentarem a escola e universidade, exige boas notas, incentiva o desenvolvimento da autoestima e busca melhorar significativamente a dignidade e a qualidade de vida que cada aluno.
Você tem ideia de quantos jovens já foram atendidos até hoje?
Cerca de 700 crianças, adolescentes e pessoas com limitação física desde de 2000 até a presente data.
Vocês atendem adultos também?
Sim. Através da prática do Remo tradicional e do Remo adaptado (para pessoas e atletas com diferentes tipos de deficiências físicas ou motoras), trabalhamos com jovens, adolescentes, adultos e idosos de todos os tipos e de diferentes classes sociais, porém, focando na classe social de baixa renda ou com nenhuma renda, como por exemplo: moradores e ex-moradores de rua, pessoas pertencentes aos bairros carentes de Salvador, sem muitas perspectivas de trabalho e sem nenhuma oportunidade de desenvolvimento sócio cultural.
O que aconteceu com a OC6 de vocês?
Em dezembro passado, a Kurumi Gamboa foi levada para o município de Cairu (BA) para ser utilizada por crianças e adolescentes das lhas de Tinharé e Boipeba no período de férias escolares com o objetivo de implantar o projeto Remo Sem Fronteiras por lá e apresentar às comunidades da região a modalidade da canoa polinésia.
No dia 30 de janeiro, porém, a canoa estava apoitada perto da terceira praia em frente ao hotel Caeira, Morro de São Paulo, onde ocorreu a chegada da II Travessia Salvador/ Morro de São Paulo.
Tinha acabado de ministrar uma aula com meninos da comunidade e às 11h deixei a canoa a 100 metros da areia como de costume para subir para almoçar e depois descer para atender a turma da tarde dos garotos.
Só que de uma hora para outra entrou um forte vento leste mudando o tempo e arrastando a canoa para as pedras, partindo-a em duas partes (proa e popa) além de partir a ama (flutuador) ao meio. Era véspera da segunda lua cheia de janeiro (Lua Azul) e a canoa só não quebrou mais porque a comunidade caiu no mar para tentar salvá-la. Quando desci só deu tempo de cair no mar e afundar a canoa para evitar danos maiores. Tive que esperar a maré secar para, juntamente com o apoio da comunidade, tirar a canoa guardá-la no hotel Caeira que deu um grande apoio.
Como é possível ajudar a reparar a canoa?
Estamos realizando a campanha para arrecadar fundos e concertar a canoa levando para o Rio de Janeiro através de um site de ajuda coletiva: www.vakinha.com.br/vaquinha/canoa-kurumi-gamboa
Divulgue seus canais de comunicação para que os interessados em ajudar a saber mais sobre as atividades do Remo sem Fronteiras possam se informar!
Nossos canais de comunicação são:
Site: www.remosemfronteiras.com.br
Insta: @remosemfronteiras
Whats app: 71 992953757
Email: sergioremo18@gmail.com
Grande Abraço e obrigado pelo apoio!