Entrevista: Lucas Medeiros de volta ao Mundial de SUP

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Lucas Medeiros apresenta suas “armas” para o NY SUP Open. Foto: Arquivo pessoal

Após um ano mais dedicado ao free surfe, o capixaba Lucas Medeiros anuncia volta às competições com a participação no New York SUP Open, o Mundial de SUP Wave que rola a partir do dia 31, nos EUA. A seguir, ele troca uma ideia com nosso editor, Luciano Meneghello, para falar sobre free surfe, competições, laje de Avalanche, entre outros assuntos.

Como está a sua preparação para o NY SUP Open?

As ondas onde eu moro, na região de Jacaraípe, no Espírito Santo, são bem parecidas com as de Long Beach, onde vai rolar o NY SUP Open, então foi bom para testar minhas pranchas e escolher o equipamento ideal para levar ao Mundial.

E em relação ao seu treinamento?

Tenho treinado bastante, dentro e fora da água. Surfando bastante em condições de mar parecidas com as que vou encontrar lá e fazendo bastante Funcional. Tenho buscado me alimentar muito bem e também dormido bem.

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Conhecido pelo “go for it” em ondas grandes, Lucas também conta com um repertório e tanto de manobras verticais. Foto: Arquivo pessoal
O que você espera desta competição?

O nível vai ser altíssimo. Muita gente boa confirmada no evento e, por outro lado, essa época do ano as ondas são bem pequenas por lá. Então vai exigir muita técnica e leitura de mar para escolher as melhores ondas durante a bateria. Sei que a galera está surfando muito, principalmente os brasileiros, mas vou dar o meu melhor para ficar entre os primeiros colocados.

Que pranchas você vai levar?

Vou levar um SUP 7 pés, que é uma prancha que eu uso há bastante tempo e estou bem acostumado com ela. Sei que no último ano a galera meio que revolucionou no tamanho das pranchas e está usando medidas bem pequenas, mas essa 7 pés é uma prancha que me dá bastante confiança.

Também vou levar um 6’5” e eu estou me adaptando a ela. Mas sinto que vou continuar surfando com pranchas um pouquinho maiores, como a sete pés. Como fiquei um tempo sem competir, o NY SUP Open vai servir como uma espécie de termômetro para eu ver se vou aderir as pranchas menores ou não. De qualquer forma, vou levar dois remos, um para cada tamanho de prancha.

Sim, você ficou um tempo afastado das competições. O que aconteceu?

Realmente eu fiquei um pouco afastado. No final de 2017 eu sofri um acidente surfando de SUP em Jaws, e quebrei o pé. Por conta disso, fiquei vários meses sem surfar, fazendo fisioterapia. Fui voltando aos poucos e nesse processo experimentando outras modalidades, como o Foil e o Tow-in, e começaram a surgir propostas de projetos envolvendo free-surfe. Fiquei mais focado nisso no ano passado, mas já pensando em voltar a competir em 2019. Só que a primeira etapa do Mundial, em Sunset, aconteceu na mesma época em que eu estava gravando um programa para o Canal Off e não deu para participar.

Agora, a história é diferente, e vou conseguir participar da segunda etapa. Estou com um novo patrocinador, a Todo Bien Surf, que garantiu minha viagem aos EUA para competir.

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Lucas Medeiros à vontade em condições desafiadoras na laje de Avalanche (ES). As imagens da session correram o mundo. Foto: Arquivo pessoal
Quais são seus outros patrocinadores?

The Vaz Brothers, Real Café e Mais Brasil Food Mart.

Recentemente você e os irmãos Vaz exploraram uma laje bizarra em seu estado. Conta um pouco dessa experiência.

Essa session em “Avalanche”, em Vila Velha (ES), fez parte desses projetos meus envolvendo free surfe e busca de ondas grandes. Já tinha surfado nessa laje em 2017. É uma onda bem casca grossa e não quebra com muita frequência. Esse ano calhou do Caio e do Ian estarem no Brasil numa época em que as previsões mostravam que o pico iria funcionar e conseguimos coordenar uma expedição para surfar lá com uma ótima estrutura. As imagens correram o mundo, inclusive um wipe out que eu tomei e que foi um dos mais sinistros da minha vida!

Experimentar com mais intensidades outras modalidades de surfe, para além do SUP Wave, foi muito bom para abrir a minha cabeça em relação a novas possibilidades. O Caio e o Ivan também têm essa mentalidade e somos amigos de longa data, viajando juntos a cinco anos para competir no mundial. De certa forma, esse dia e toda a repercussão que gerou foi uma recompensa pelo nosso trabalho.

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