Regata Amazônia Azul dá a largada ao Sergipano de SUP Race
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A ânsia pelo lugar mais alto do pódio pode levar um atleta a buscar atalhos perigosos como o uso do doping. O preço a se pagar por essa prática desonesta, que é mais antiga do que a maioria imagina, porém, pode ser alto demais.
O Mundial de SUP e Paddleboard da ISA, que está rolando em El Salvador este mês, mais uma vez está adotando o exame de antidoping.
A estratégia agora também chega a outros eventos onde a ISA está envolvida, como o Sul-Americano e o Pan-Americano, e faz parte de um acordo histórico com envolvendo também a WSL (World Surf League) para assegurar que as entidades respeitem em suas competições os mesmos padrões de controle dos Jogos Olímpicos.
A ICF também se prontificou a seguir a mesma estratégia em seus Mundiais de SUP, mas os eventos independentes não deram nenhum sinal de que seguirão o exemplo. Uma pena pois, infelizmente, existem relatos sobre “atletas” que recorrem a essa prática desonesta em competições certos de que não serão examinados.
A história do uso de substâncias que melhoram o desempenho físico é mais antiga do que as próprias competições esportivas. Para citar um exemplo, sabe-se que há cerca de 4 mil anos os chineses utilizavam uma planta, chamada machuang, que continha efedrina, para aumentar sua capacidade de trabalho.
A busca por substâncias milagrosas, com a capacidade de aumentar o desempenho de uma pessoa, evidentemente, não parou por aí. Os primeiros jogos da era moderna, realizados em Atenas, em 1896, marcaram também o aparecimento das conhecidas “bolinhas”, esferas que continham uma combinação de substâncias estimulantes como: cocaína, efedrina e estricnina. É de onde vem o termo “usar bola”, sinônimo de dopar-se.
A busca por uma medalha olímpica ou um título mundial, em qualquer esporte, sempre foi a meta mais importante para o atleta, e, com a popularização das competições esportivas, também para seu país. Desta forma, muitas vezes caminhos ilegais são percorridos na busca pela melhora da performance.
Seja por motivos políticos ou financeiros, o doping passou a ser cada vez mais usado e de forma cada vez mais científica, sendo desenvolvido em laboratórios de última geração, que constantemente criam, de maneira ilícita, novas formas para uma melhora artificial de desempenho.
Do outro lado está a Wada (World anti-doping Agency), órgão responsável por tentar descobrir e coibir quem utilizar formas proibidas para a melhora de performance.
Muitas pessoas veem o doping só como ingestão e aplicação de substancias sintéticas (produzidas em laboratórios, exemplo: testosterona, hormônio do crescimento – GH, estimulantes, entre outros), que remetem a atletas muito fortes, no estilo “Incrível Hulk”. Porém, existem, também práticas ilícitas mais camufladas.
Sabemos que há uma linha de doping (tão proibida quanto qualquer outra), em que se realizam alguns procedimentos de manipulação do corpo para que ele naturalmente produza substâncias que melhoram o rendimento.
– Doping pré-competitivo, que prepara o atleta para a competição, em que os mais usados são os diuréticos, hormônio do crescimento e testosterona.
– Doping durante as competições, que auxiliam a melhora do desempenho se utilizados próximos à prova, como estimulantes, calmantes e analgésicos.
– Doping pós-competitivo, muito utilizado para ajudar na recuperação do organismo depois do esforço ou mesmo mascarar um doping utilizado anteriormente.
Um dos casos conhecidos e mais chocantes do doping foi nas décadas de 70 e 80, quando se descobriu que as atletas da antiga Alemanha Oriental eram forçadas a engravidar a tempo de chegar às competições internacionais nos primeiros meses de gestação. Estudos mostram que nessa época da gestação as mulheres apresentam um aumento natural da quantidade de hemácias (responsável pelo transporte de oxigênio no corpo), o que melhora a capacidade aeróbia. Ao final das provas essas atletas eram induzidas a um aborto e voltavam normalmente aos seus treinamentos.
Em outro exemplo absurdo, os atletas masculinos realizam esse doping sanguíneo retirando uma quantidade significativa de sangue. Eles armazenam este sangue por um período. O corpo obriga-se a repor a quantidade retirada. Próximo às competições este mesmo atleta realiza uma transfusão com o sangue armazenado e consequentemente ele tem um aumento de glóbulos vermelhos, o que também melhora sua capacidade aeróbia.
O maior problema de combate ao doping é o de que a tecnologia de dopar um atleta está sempre à frente da sua detecção. Isso nos leva a pensar que existem atletas que vemos como super-heróis e que são apenas humanos. Humanos a ponto de optarem pelo uso do doping para atingir e manter o seu reinado.
Esse mesmo doping utilizado por atletas profissionais para melhorar milésimos de segundo em suas provas, mesmo que de forma proibida, seduz muitos atletas amadores e praticantes de modalidades esportivas a buscar essa “ajuda” ilegal, acreditando que, assim, podem chegar ao nível profissional ou até muitas vezes apenas para se vangloriar perante os amigos, sem se preocupar com os graves malefícios que essas substâncias podem causar ao organismo, tais como: problemas renais, complicações no fígado, doenças cardíacas e até mesmo câncer.
O que precisamos refletir é se realmente vale a pena ir pelo caminho mais fácil, muitas vezes pulando etapas, para evoluir mais rapidamente, mesmo sabendo que existe um sério risco para a saúde, e que esse mesmo risco pode ser irreversível.
O preço a se pagar pelo uso do doping quase sempre é alto demais. Por isso, escolha o caminho mais saudável, optando por um treino de qualidade, uma alimentação balanceada e descanso, a fim de melhorar seu desempenho de forma progressiva e segura.
Quem quiser conhecer a lista de substâncias proibidas: wada-ama.org