Todos temos dentro de nós um atleta adormecido. Ele não depende apenas de músculos ou fôlego. Ele vive nas nossas escolhas diárias, na nossa resiliência, na força de remar mesmo quando o mar está bravo e até quando parece não haver vento algum.

O atleta que eu procuro em mim não é o mais rápido ou o mais forte. É aquele que acorda todos os dias com coragem de continuar. Que entende que disciplina é um ato de amor próprio. Que honra o corpo que tem, com todas as suas possibilidades, e aprende a ouvir a alma quando ela grita por movimento, pausa ou superação.

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Remar é mais do que esporte. É metáfora de vida. Cada braçada é um convite à presença, ao equilíbrio e ao trabalho em equipe, inclusive com os nossos próprios pensamentos. É na repetição dos treinos, na quietude do mar ou no desafio das ondas que eu vou me reencontrando com esse atleta interior.

Ele me ensina sobre persistência, humildade, entrega e, principalmente, sobre não desistir de mim mesma. E é nesse caminho que ecoam os versos de Chico Buarque:

“Às vezes, o que a gente procura não é o que a gente procura. É o que a gente encontra.”

Sim, às vezes, ao buscar performance, encontro equilíbrio. Ao buscar velocidade, encontro presença. Ao buscar o outro, encontro a mim. Encontrar esse atleta é uma jornada. Começa no silêncio, passa pelo autoconhecimento e floresce na ação.

Às vezes, ele se revela quando estou cansada, mas decido ir mesmo assim. Outras vezes, aparece na leveza de um treino compartilhado, no riso entre amigos de equipe, ou na emoção de cruzar uma linha de chegada que, um dia, parecia impossível.

Gosto muito de participar do Aloha Spirit Festival porque vejo que ali o chamado vai além das competições. É um convite para mergulhar fundo em quem somos, para escutar o coração batendo no ritmo da canoa e entender que cada um de nós carrega um espírito guerreiro, leve e determinado. Um atleta da alma, da vida, do oceano.

E você? Já procurou o atleta que existe aí dentro?

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