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O ministro da Mudança Climática de Vanuatu, Ralph Regenvanu, está conclamando as nações do Pacífico a apoiarem a criação de um santuário marinho transfronteiriço que pode abranger mais de seis milhões de quilômetros quadrados. A iniciativa, chamada Reserva Oceânica Melanésia, pretende ser um modelo para outras áreas de conservação marinha lideradas por povos indígenas.
Em entrevista à Pacific Media Network durante a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC), em Nice, na França, Regenvanu expressou sua esperança de que países vizinhos da Melanésia se unam ao projeto, que pode se tornar a maior área de conservação marinha indígena do planeta.
Quando concluída, a reserva terá uma extensão comparável à da Floresta Amazônica, abrangendo as águas territoriais das Ilhas Salomão, Vanuatu e Papua-Nova Guiné, além de se conectar com a Zona Econômica Exclusiva protegida da Nova Caledônia.
“Criamos mecanismos de cooperação entre países para tratar a biodiversidade dos oceanos como algo contínuo, que não é fragmentado por fronteiras nacionais”, explicou Regenvanu. “Essa é a intenção, e agora estamos trabalhando em acordos para implementar esse grande parque marinho transfronteiriço, cobrindo quatro países.”
O projeto, uma colaboração entre Vanuatu e Ilhas Salomão, deve contar com a adesão da Nova Caledônia e Papua-Nova Guiné. Regenvanu afirmou que Vanuatu e as Ilhas Salomão estão finalizando seus compromissos nacionais até setembro, com uma declaração oficial prevista para o Fórum das Ilhas do Pacífico.
Durante a UNOC, o ministro destacou o crescente movimento global contra a mineração em águas profundas, citando a recente decisão das Ilhas Salomão de impor uma moratória à atividade em suas águas.
“O Pacífico teve uma presença marcante nesta conferência. Na verdade, fomos um dos grupos mais ativos”, disse. “Houve avanços positivos, como a ratificação do Acordo sobre Biodiversidade Além das Jurisdições Nacionais (BBNJ) por seis países insulares do Pacífico e mais de 20 nações no total. Esse acordo deve entrar em vigor ainda este ano.”
O BBNJ, adotado em 2023, é o primeiro tratado internacional juridicamente vinculante para proteger a biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional.
Regenvanu também incentivou a participação popular: “Você tem que lutar pelo seu futuro. Envolva-se, vote em eleições, escolha candidatos comprometidos com a justiça climática e participe de atividades comunitárias que fortaleçam a resiliência. Assim, você estará fazendo a diferença e do lado certo da história.”
A proposta da Reserva Oceânica Melanésia surge em um momento crítico, com o Pacífico liderando esforços globais para a proteção dos oceanos e a justiça climática. Se bem-sucedida, a iniciativa pode se tornar um marco na conservação marinha mundial.
Fonte: Pacific Media Network