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Desde o final de julho, centenas de havaianos tem realizado uma série de protestos na região de Mauna Kea, na ilha havaiana de Big Island, por conta de obras do Thirty Meter Telescope (TMT). O aparelho é uma construção polêmica na região com já quatro anos de debate, por conta da localização da instalação.
Centenas de protestantes bloquearam a região onde começaria a ser construído o TMT. Após quatro anos de debate, a corte suprema do Havaí decidiu pela validação das obras do telescópio, contrariando a população nativa das ilhas. Por conta disso, uma série de manifestantes foi à região na tentativa de evitar que a decisão fosse cumprida.
A questão é que a região também é considerada sagrada pela população nativa havaiana, que vê o monte com grande significado cultural, não querendo a profanação do espaço para outros usos. Com isso, o embate é considerado por parte da comunidade acadêmica como um conflito entre religião e ciência.
O TMT foi projetado para ser construído no topo do monte Mauna Kea. A região é boa para observações, cuja localização alta privilegia a varredura do céu.
Opositores à construção do TMT começaram a se unir logo após o início das obras para fechar estradas e acesso ao monte Mauna Kea. As manifestações ainda contaram com adesão de pesquisadores de observatórios, além de funcionários em regiões próximas dali. Entre eles, o observatório Keck, considerado um dos maiores do mundo. Pesquisadores aceitaram atrasar seus trabalhos para apoiar a população na oposição ao TMT.
Artistas, como o ator havaiano Jason Momoa, famoso por interpretar Aquaman no cinema, Ezra Miller, que também atuou em Liga da Justiça no cinema, e o músico Damian Marley, também aderiram à causa. Momoa tem usado bastante suas redes sociais para mostrar o descontentamento de seu povo contra a construção.
Contudo, o governador do Havaí, David Ige, como estado dos Estados Unidos, proclamou estado de emergência em 17 de julho, permitindo que polícias e militares agissem na região. Sete protestantes chegaram a se amarrar em árvores fechando a estrada. Todo o manifesto foi apresentado em carta aberta de opositores, em sua maioria, estudantes de astronomia da região. No total, 33 nativos da região foram detidos e liberados em seguida.
O grupo de estudantes levantou um abaixo-assinado em que pedia que o governo retirasse suas forças militares da região, permitindo protestos da população local em proteção à região sagrada. Ainda, há exigência de que se permita acesso de nativos para realização cerimônias religiosas na região mesmo após a construção do telescópio cujo desfecho, todavia, permanece sem solução.