Marinha afunda navio com 9,6 toneladas de amianto na costa brasileira

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Marinha Navio
Desativado, o Porta-aviões aposentado São Paulo foi afundado a 350 km da costa brasileira na última sexta-feira após uma disputa judicial entre Marinha e MPF. Foto: Reuters

Após vencer uma batalha judicial contra o MPF (Ministério Público Federal), a Marinha do Brasil obteve autorização para afundar um porta-aviões desativado.

Segundo o MPF, a sucata da embarcação conta com 9,6 toneladas de amianto, substância com potencial tóxico e cancerígeno, além de 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos. O uso do amianto é proibido no Brasil desde 2017, após decisão do Supremo Tribunal Federal.

O afundamento foi realizado na última sexta-feira (03). A Marinha alega que o procedimento foi feito de forma controlada e planejada, a 350 quilômetros da costa brasileira, em uma região com cerca de 5 mil metros de profundidade.

“O procedimento foi conduzido com as necessárias competências técnicas e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro”, diz o comunicado, assinado também pelo Ministério da Defesa e pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A decisão pelo afundamento do navio foi anunciada na última quarta-feira (1°) após a empresa turca Denizcilik (SÖK), que havia comprado, em 2021, o casco para reciclagem, abandonar a embarcação.

O porta-aviões retornou ao Brasil porque a Turquia cancelou a autorização que havia emitido para a exportação no fim de julho de 2022. Segundo a Marinha, o casco do navio precisava de reparos que a SÖK não demonstrou interesse em fazer.

Em nota técnica, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontou para diversos impactos ambientais que poderiam ser causados pelo afundamento. Entre os riscos, está a liberação de materiais poluentes que fazem parte da estrutura do navio.

Para o órgão ambiental, a melhor opção seria a reciclagem ambientalmente correta do casco.

A decisão da Marinha também foi muito criticada por órgãos ambientais independentes. Leandro Ramos, diretor de Programas do Greenpeace Brasil, classificou como “decisão trágica” a escolha da Marinha por afundar um navio com tamanha quantidade de materiais tóxicos no mar do Brasil.

Na sexta-feira (3), o Ibama solicitou informações à Marinha sobre o naufrágio do porta-aviões para estudar alternativas para diminuir e salvaguardar impactos ao meio ambiente.

Com informações de CNN e G1.

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