China caminha para a proibição total de plásticos descartáveis

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Praia na China poluída com muitos plásticos
Quase todo plástico descartado irregularmente acaba nos oceanos e o problema é cada vez maia grave. Foto: Reprodução

Não é surpresa que a China – o país mais populoso do mundo – seja, também, o maior poluidor do mundo.

No entanto, nos últimos anos, o problema da poluição no país asiático atingiu níveis alarmantes e o governo finalmente está levando a sério a possibilidade de fazer mudanças drásticas, especialmente no que diz respeito ao plástico.

Como sabemos, a poluição por plásticos é uma questão complicada, principalmente nos oceanos, e as decisões que a China tem tomado ultimamente estão causando efeitos em todo o mundo.

Por exemplo, quando o país resolveu proibir a importação de plástico para reciclagem, em 2018, o resto do mundo ficou se perguntando o que fazer com seu próprio plástico.

Desde 1992, 45% do plástico do mundo era enviado para a China.

Agora, sem a presença do país como principal comprador, um novo estudo sugere que em 2030 111 milhões de toneladas não terão para onde ir. A esperança, neste momento, é que esta proibição force o mundo a reduzir sua produção de plástico, em vez de tentar descobrir para onde enviá-la. Especialmente quando você considera que toneladas (literais) de plástico que foram enviadas aos chineses para “reciclagem” acabaram no oceano de qualquer maneira.

Agora, na esteira desta proibição de importação, a China acaba de anunciar planos para reduzir drasticamente a quantidade de plástico descartável usado dentro do país.

Segundo um artigo do New York Times, as novas diretrizes incluem proibições de uso de sacolas plásticas não biodegradáveis ​​nas principais cidades até o final deste ano.

Outras fontes de lixo plástico serão proibidas em Pequim, Xangai e províncias costeiras até o final de 2022, e essa regra se estenderá por todo o país até o final de 2025.

Os sacos de plástico são uma das maiores formas de poluição da China. 25 bilhões são usados ​​para entregas no país todos os anos e cada um tem uma vida útil de apenas 12 minutos. Em uma nação de quase 1,4 bilhão de pessoas, é uma quantidade absurda de lixo gerada sem uma real necessidade.

Poluição dos oceanos

Ilha de lixo plástico no oceano
A área ocupada pelas ilhas de lixo plástico do Pacífico já equivale a área total de países como a Alemanha. Foto: Reprodução

No que diz respeito especificamente aos resíduos oceânicos, os chineses também geram um impacto bastante negativo, sendo apontados como os maiores vilões dos mares: 3,5 milhões de toneladas métricas de plástico entram no oceano via China a cada ano (dobrando a quantidade da Indonésia, o segundo pior poluidor de plástico do mundo).

Claro, ainda há um longo caminho a percorrer. Mas é um passo no caminho certo. Se essas mudanças nas políticas forem implementadas com sucesso, elas terão uma chance real de realmente causar um impacto positivo no futuro de nossos oceanos.

Cidade de São Paulo dá exemplo

copos de plastico descartáveis em são paulo
Com a nova lei, a cidade de São Paulo estará livre destes materiais descartáveis à partir de 2021. Foto: Rosley Majid / EyeEm

Nesse sentido de medidas adotadas pelo poder público, para reduzir a quantidade de plástico gerada em demasia, a cidade de São Paulo está dando um grande exemplo.

De acordo com a nova legislação, de autoria do vereador Xexeu Tripoli (PV), e sancionada pelo refeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), itens usados para alimentação como copos e talheres de plástico descartáveis, não poderão mais ser vendidos em bares, restaurantes e em supermercados para o uso doméstico a partir 1º de janeiro de 2021.

Apesar dos protestos de setores da indústria de plásticos, 16% do lixo gerado pelo município é formado de plástico em diversas formas, sobretudo as descartáveis.

Ainda, de acordo com a nova lei, copos e talheres descartáveis deverão ser substituídos por itens de material biodegradável ou reutilizável, como já vem sendo feito com os canudinhos.

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