
Entrevista: Raysa Ribeiro fala sobre suas travessias de canoa polinésia
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O suíço Louis Margot, de 32 anos, está desafiando os limites da resistência humana em uma expedição épica: dar a volta ao mundo utilizando apenas sua própria força física. Ele se propôs a completar a jornada em dois anos e meio, percorrendo cerca de 50.000 km de bicicleta, a remo e a pé.
A aventura começou em setembro de 2024, quando Louis partiu de sua cidade natal, Morges, pedalando rumo a Portugal. De lá, embarcou em um barco transoceânico de remo coastal para atravessar o Atlântico. Sua rota incluiu paradas nas Ilhas Canárias e, já no Caribe, na Martinica, antes de chegar a Santa Marta, na Colômbia, após 77 dias enfrentando as ondas e a solidão do mar.
Sem perder tempo, Margot seguiu pedalando até Lima, no Peru. Foi da capital peruana que, em novembro passado, ele deu início à travessia do oceano Pacífico. O objetivo? Remar até Bali, na Indonésia. Agora, depois de semanas em alto-mar, o aventureiro está prestes a alcançar um marco crucial em sua jornada: as Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa.
A chegada às Ilhas Marquesas representa não só um avanço geográfico, mas também uma pausa necessária. Louis planeja descansar por várias semanas para recuperar sua força física e mental, preparar seu barco e organizar a logística para a próxima etapa. Ele também aproveitará o tempo para esperar o fim da temporada de ciclones no Pacífico ocidental antes de retomar sua jornada.
Uma vez pronto, Margot seguirá rumo à Ásia, remando entre Papua Nova Guiné e Austrália até atingir Bali. De lá, ele trocará o remo pelos pedais, atravessando toda a Ásia e Europa em sua bicicleta, com os olhos fixos no destino final: Morges, o ponto de partida dessa odisseia.
Além da resistência física, Louis Margot enfrenta o desafio psicológico de viver longos períodos sozinho. Para lidar com os momentos de solidão em alto-mar, ele escuta música, assiste a filmes e séries, medita e observa o horizonte — sua distração favorita. “Há ondas diferentes o tempo todo, peixes voadores. É uma sensação boa”, disse à imprensa suíça. Ele também carrega um pequeno instrumento musical, mas mantém em segredo qual é. “Não canto muito bem, mas ninguém está lá para ouvir”, brinca.
Margot tem como meta superar o atual recorde mundial do Guinness para uma circunavegação movida a energia humana, que é de cinco anos e onze dias. O suíço quer reduzir essa marca em menos de três anos e, até agora, garante estar “dentro do cronograma”. Ele reconhece, no entanto, que o clima e sua forma física ao longo da travessia do Pacífico serão cruciais para o sucesso.
Financiado por doações e acompanhado de longe por uma dedicada equipe de voluntários, Louis Margot segue firme em sua missão. Mais do que uma corrida contra o tempo, sua viagem é uma prova de resistência, autoconhecimento e conexão profunda com a natureza.