Pesca predatória ameaça existência dos Caballitos de Totora

Compartilhe
Caballitos de Totora
Sem condição de competir com embarcações modernas na zona costeira, os caballitos de totora, usados até hoje para a pesca artesanal, podem desaparecer. Foto: Reprodução

Originários da região de Huanchaco, litoral do Peru, os caballitos de totora são pequenas canoas feitas de junco (um tipo de planta semelhante às gramíneas) com um desenho alongado, utilizadas pelos pescadores peruanos há cerca de 3.000 anos.

Pinturas rupestres, fragmentos de cerâmica e outros artefatos arqueológicos encontrados na região, revelam que ela também era utilizada de forma recreativa, para surfar nas ondas e remar em pé, sendo considerada é uma das formas mais antigas de surfe de que se tem notícia.

Os caballitos são construídos da mesma forma artesanal há séculos e por esse motivo, podem ser considerados um patrimônio histórico vivo.

Artesanato caballito de totora
Achados arquelógicos sugerem que os caballitos eram utilizados também de forma recreativa, para o surfar ondas, há cerca de 3000 anos. Foto: Zaqarbal / CC BY-SA

No entanto, toda essa riqueza cultural está em risco por conta de uma brecha na legislação peruana que permite que barcos pesqueiros modernos, ainda que de pequeno porte, naveguem por águas costeiras mais rasas, que deveriam ser destinadas a embarcações artesanais, como no caso dos caballitos.

Na visão dos pescadores de Huanchaco, um dos últimos redutos dos caballitos de totora em território peruano, essa concorrência é desleal e está levando muitos a abandonarem a pesca artesanal em busca de outras formas de sustento para suas famílias.

Com isso, essa forma milenar de surfe e remada pode desaparecer para sempre. É o que denuncia a reportagem abaixo, produzida pelo canal DW Latino:

.

Raiz, livro que aborda a origem de esportes de matriz polinésia, disponível em formato e-book.

Compartilhe