“Waterman”, filme sobre Duke Kahanamoku, abre festival em Ubatuba
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Em 1959, ano em que o Havaí se tornou o 50º estado dos EUA, o escritor norte-americano James Michener publicou uma de suas obras mais famosas: “Havaí”. O livro, com mais de mil páginas, se tornou um best seller e foi traduzido para 32 idiomas (inclusive o português).
Um romance épico, porém, extremamente fiel aos fatos históricos, que narra a história do Havaí desde a formação das ilhas até sua anexação aos EUA.
No embalo do sucesso desta obra, a MGM comprou os diretos do livro para lançar, em 1966, uma superprodução que levaria o mesmo nome da obra de James Michener: “Havaí”.
Coube a Dalton Trumbo adaptar o extenso livro para um roteiro de cinema, enquanto a direção ficou a cargo de George Roy Hill. No elenco, um time de estrelas: Julie Andrews, Max von Sydow, Richard Harris e Gene Hackman.
Havaí foi um grande sucesso, sendo o filme de maior bilheteria de 1966 e recebendo sete indicações ao Oscar. E, de fato, é um filme grandioso, com destaque para a fotografia, cenários e figurinos impressionantes.
Mesmo assim, pode desapontar a quem leu a obra de Michener, afinal, seria impossível condensar mais de mil páginas de história em apenas duas horas de filme.
Por esse motivo, a produção é centrada em apenas um capítulo do livro, mas bastante emblemático, que narra a chegada dos missionários norte-americanos às ilhas e o choque entre a cultura ocidental e os costumes polinésios.
Dessa forma, alguns personagens do livro foram descartados e outros bastante simplificados. No entanto, a estratégia de Michener, de usar nomes fictícios para personagens reais foi mantida, como é o caso, por exemplo, da personagem “Malama”, baseada na Rainha Ka’ahumanu, ali’i de Maui na época da chegada dos missionários às ilhas; bem como o Reverendo Abner Hale, que sintetiza diversos acontecimentos reais envolvendo missionários calvinistas em um mesmo personagem.
Uma curiosidade: Charlton Heston, que nos anos 1960 já figurava entre as maiores estrelas de Hollywood, recebeu uma proposta da MGM para escolher entre os papeis de Capitão Rafer Hoxworth (feito por Richard Harris) e também o do Reverendo Abner Hale (feito por Max von Sydow), mas rejeitou ambos.
Porém, após o estrondoso sucesso de Havaí, aceitou participar de uma continuação do filme, “O Senhor das Ilhas”, de 1970, fazendo o papel do neto de Rafer Hoxworth, em roteiro baseado em outro capítulo do livro de Michener. Contudo, “O Senhor das Ilhas”, não teve o sucesso do filme anterior e foi alvo de críticas.
Ao contrário de “Havaí”, que procurou se manter mais fiel ao livro, esta continuação de 1970, que aborda o período da chegada dos imigrantes chineses e japoneses, a queda da monarquia havaiana e a miscigenação, optou por misturar personagens e simplificar histórias, o que acabou por tornar o enredo um pouco confuso. Ainda assim, o trabalho primoroso de figurinos e fotografia se faz notar.
Tanto Havaí como sua continuação têm belíssimas trilhas sonoras, feitas por Elmer Bernstein e Henry Mancini, respectivamente.