
A importância de provas longas de prone paddleboard
Eventos como o Kialoa Paddle Challenge mostram que vale a pena investir em provas de longa distância para ... leia mais
Foram dez dias que marcaram a história do esporte e do turismo no Ceará. A 7ª edição do Molokabra, o maior downwind da América Latina, realizada entre 22 e 31 de agosto, reuniu mais de 450 atletas das modalidades de remo, canoagem (Stand Up Paddle, SUP Foil, Paddleboard, Surfski, Canoa Havaiana e Canoa à Vela) e vela (Kitesurf, Wing Foil, Kitefoil e Parawing) em travessias oceânicas desafiadoras entre Fortaleza e Cumbuco, além de mais um percurso dedicado somente às modalidades de vela, da praia da Cofeco até a Barra do Ceará, em Fortaleza. O evento movimentou em média 1.000 pessoas por dia e contou com 105 profissionais de staff para dar suporte ao maior downwind da América Latina.
O evento foi aberto oficialmente no dia 22 de agosto, com cerimônia e entrega de kits no Anfiteatro da Beira-Mar, em Fortaleza. No dia 23, além do treinos oficial das modalidades de remo e canoagem, foi realizada a prova para estreantes do Ceará partindo do Mucuripe e chegando na Barra do Ceará, preparando os atletas para os percursos principais dos dias seguintes.
As provas oficiais de remo e canoagem ocorreram nos dias 25, 27 e 29 de agosto, com percurso entre a Praia do Mucuripe e o Cumbuco, em Caucaia, reunindo competidores de 5 modalidades de remo e canoagem. Na manhã do dia 30, o Hotel Windtown, no Cumbuco, sediou o encerramento e as premiações dessas modalidades, coroando os campeões. Já no dia 31 ocorreu o encerramento das competições de todo o evento e foi voltado exclusivamente para a vela, com um percurso inédito em Fortaleza, partindo da Isla Cofeco Beach Club, na Praia do Cofeco, até a Vila do Kite Lounge, na Barra do Ceará. O percurso iniciou na foz do rio Pacoti, passou pelo rio Cocó e finalizou na foz do Rio Ceará na Barra do Ceará, com os velejadores desfrutando da belíssima paisagem de Fortaleza vista do mar para a terra, um visual incrível para os competidores e de muita contemplação em condições desafiadoras.
A prova reuniu atletas de Kitesurf, Kitefoil e Wing Foil e consolidou o kitesurf como destaque do último dia, encerrando a programação em grande estilo com as premiações. A competição de kite foi chancelada pela Federação de Vela e Motor do Estado do Ceará (FVMEC) como Campeonato Cearense de Downwind e os campeões e campeãs receberam o título de Rei e Rainha da orla.
O Molokabra reuniu alguns dos maiores nomes do Brasil e recebeu também destaques do cenário mundial em diversas modalidades. Entre eles, a polinésia Iloha Eychenne, atual campeã mundial de Va’a; a havaiana Anna Mathisen, que além de vencer sua prova promoveu uma roda de conversa com atletas locais; e as espanholas Iballa Ruano, Alba Frey e Duna Gordillo, detentoras de títulos globais que reforçaram a força e a representatividade feminina na competição. Os atletas brasileiros residentes no Havaí Laércio Cito, Ian Swyatt e Michelle Freire saíram dos EUA somente para participar do downwind cearense, o que mostra a importância do MolokaBRA.
A faixa de idade dos participantes também chamou atenção: o evento recebeu atletas a partir dos 11 anos, na modalidade Wing Foil, até os 73 anos, no Surfski, além de contar com a participação de paratletas. Entre eles, o cearense Elione Sousa, campeão sul-americano, e o paulista Mário Queiroz, campeão mundial de Surfski, consolidando o caráter de inclusão e igualdade que marcam o Molokabra.
“É preciso respeitar muito a natureza. O downwind do Molokabra trouxe condições de vento e mar fortes, com muita onda, mas quando se tem uma boa conexão com o oceano é possível completar a prova e ainda se divertir. O oceano e a faixa de areia são espaços públicos, e eu fico feliz em ver essa acessibilidade. Também fico feliz em representar as pessoas com deficiência e espero que, cada vez mais, tenhamos mais espaço no esporte e em eventos como este”, destacou Elione.
Jovens atletas representantes da nova geração brasileira da Canoa Havaiana estiveram presentes e na principal categoria OC1 o vencedor foi Lucas Bender, que estreava no Molokabra.
A presença feminina brilhou no Molokabra e segue crescendo a cada edição. “Eu acompanho o Molokabra desde o início e é lindo ver como o evento cresce a cada ano. A competição é incrível, mas para mim o Molokabra também é diversão e liberdade — cada descida é um momento único. No ano passado éramos poucas mulheres na disputa, e este ano já somos dezenas. É uma alegria enorme ver a representatividade feminina crescendo junto com o evento, e espero que no próximo ano sejamos ainda mais”, destacou a atleta Carmen Lucia da Silva, de Angra dos Reis (RJ).
As competições na água foram intensas e os campeões celebraram conquistas de grande peso. Afinal, vencer o Molokabra nos verdes mares bravios do Ceará é um título cobiçado e respeitado no cenário internacional.
Nas competições de vela, o destaque ficou para o Kitesurf, que consagrou o atleta de Canoa Quebrada, em Aracati, Leonardo Grangeiro, e Andressa Monteiro como campeões estaduais de downwind em 2025. Eles também conquistaram os títulos de Rei e Rainha da Orla, em uma prova eletrizante que percorreu toda a orla de Fortaleza.
Para Alexandre Nogueira, idealizador do evento e presidente da Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUP-CE), “promover travessias oceânicas como as que realizamos no Molokabra é uma experiência única. Tivemos percursos que interligaram Fortaleza e Caucaia, reforçando a integração pelo mar, e a prova de vela, exclusiva em Fortaleza, que ganhou ainda mais simbolismo ao contemplar o percurso da Capital Fortaleza. Essa conexão pelos rios e pelo litoral carrega também a mensagem de alerta para a preservação e sustentabilidade, em sintonia com parcerias firmadas com o Winds For Future e Kite For the Ocean, movimentos que acreditam na preservação ambiental e no compromisso com as futuras gerações”.
Além das competições esportivas, o grande diferencial desta edição foi o olhar voltado para quem faz o Molokabra acontecer e para a comunidade que vive dos esportes náuticos e turismo. O ciclo de palestras e oficinas promovido em parceria com o Sebrae Ceará capacitou 90 pessoas, oferecendo formação em comunicação, inovação e empreendedorismo, com foco na economia azul.
Outro marco bem importante foi a realização da I Feira de Negócios e Exposições Náuticas (FENEN), promovida com apoio do Banco do Nordeste do Brasil e do Governo Federal, que reuniu expositores do segmento de equipamentos náuticos. A feira impulsionou a geração de negócios e aproximou marcas, atletas e investidores do setor.
Além das palestras, oficinas e formações, o Molokabra contou com a participação da Oxente Feira e da Cumbufeira, que reuniram expositores de gastronomia, artesanato e economia criativa, valorizando talentos locais e fortalecendo a integração entre esporte e cultura. As feiras integraram a programação do Sebrae e se somaram à FENEN, ampliando o alcance do evento para além das competições.
O ciclo de palestras do Sebrae foi encerrado em Fortaleza com uma atividade especial para os pescadores, jangadeiros e empreendedores da Colônia Z8, na Praia do Futuro, levando conhecimento e valorização para as comunidades tradicionais.
O caráter internacional também se consolidou nesta edição. Além de contar com delegações e representantes de 18 estados do Brasil e do Distrito Federal, o evento recebeu atletas de 15 diferentes nacionalidades. Esse intercâmbio reforçou a posição do Ceará como destino global de esportes náuticos.
“O Molokabra 2025 representa um legado de integração, cultura e desenvolvimento. “Estamos muito felizes com o sucesso da 7ª edição. Foram dez dias intensos, de muita energia e celebração do esporte, da cultura e da natureza do nosso litoral. Ver atletas do mundo todo reunidos aqui é a maior alegria. Já estamos preparando muitas novidades para 2026”, destacou Clylton Torquato, Diretor da ASUPCE.
Com números expressivos, caráter formativo, impacto econômico e cultural e a consolidação internacional, o Molokabra 2025 se firma como a maior edição já realizada, um evento que projeta o Ceará para o mundo e fortalece a economia do mar.
O evento também recebeu Marian Sarbu, representante da Federação Internacional de Canoagem (ICF), que, após receber a carta de intenção conjunta da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e Molokabra, confirmou a realização da inédita Copa do Mundo de Canoagem Oceânica no Estado do Ceará em 2026 durante a oitava edição do Molokabra, um verdadeiro marco para os esportes náuticos do Brasil.
O evento contou com o apoio do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Esporte (Sesporte), da Secretaria do Turismo (Setur), da plataforma Ceará Fascinante e da Casa Civil. Também recebeu apoio da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Secel), da Secretaria do Turismo (Setfor) e da Agência de Desenvolvimento da Economia do Mar de Fortaleza (Ademfor). O Sebrae Ceará e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) / Governo Federal foram patrocinadores institucionais do Molokabra 2025.
A Prefeitura Municipal de Caucaia esteve presente por meio da Secretaria do Turismo, Secretaria de Cultura, Secretaria de Saúde, Secretaria de Segurança, IMAC e AMT.
O evento também contou com o apoio da Capitania dos Portos do Ceará da Marinha do Brasil. O Molokabra 2025 foi chancelado pela Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUP-CE), pela Federação de Vela e Motor do Estado do Ceará (FVMEC), Federação Cearense de Va’a (FEVAACE), pela Confederação Brasileira de Stand Up Paddle (CBSUP), pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA) e pela Confederação Pan-Americana de Canoagem (COPAC).