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Pela primeira vez o Brasil está sendo a sede da International Whaling Commission (IWC), também conhecida como Comissão Internacional das Baleias (CBI), evento anual que recebe autoridades de todo mundo para debater questões relativas a esses mamíferos, passando pela pesquisa à exploração comercial.
O evento teve início na última segunda-feira (10) nas dependências do Costão do Santinho, em Florianópolis (SC), e vem gerando muito polêmica e protestos por conta da proposta apresentada pelo Japão e apoiada por países de tradição baleeira, como Islândia e Noruega, solicitando a de liberação da caça comercial das baleias (hoje, em tese, esses animais só podem ser abatidos para fins científicos e em números controlados).
A proposta seria votada na manhã desta quinta-feira (13), porém, teve a votação adiada para sexta-feira (14). A caça comercial das baleias está proibida há 32 anos, mas o país asiático diz que é hora de revisar o regulamento e liberar a atividade.
DECLARAÇÃO DE FLORIANÓPOLIS
Mas enquanto o mundo aguarda apreensivo a mais aguardada da pauta do encontro ser votada, uma importante vitória, ao menos para o Brasil foi comemorada nesta quinta (13) com a Declaração de Florianópolis, que coloca os princípios básicos de proteção e reafirma a moratória de caça à baleia, teve 40 votos a favor, 27 contra e 4 abstenções.
O documento propõe que os recursos da Comissão Internacional da Baleia sejam destinados inteiramente para a conservação, e não para a caça.
O governo brasileiro comemorou a aprovação da Declaração de Florianópolis. “Coloca os princípios básicos de proteção, reafirma a moratória de caça à baleia, coloca a questão da conservação como uma questão prioritária e, pela primeira vez em 20 anos, nós temos uma vitória expressiva. Então, estamos todos muito felizes”, afirmou o Secretário Nacional de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente José Pedro de Oliveira Costa, em entrevista à imprensa.
PROTESTOS
A possibilidade de que a caça de baleias seja liberada gera protestos desde a abertura do congresso por parte de ambientalistas e ONGs internacionais que estão em Florianópolis para acompanhar as discussões.
Agora as atenções se voltam para o resultado desta votação de sexta-feira, na qual, espera-se, a proposta do Japão seja derrotada.
Oitenta e oito países fazem parte da Comissão. A Austrália e o Grupo de Buenos Aires (GBA), formado por representantes da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, são os principais críticos da proposta japonesa.