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Movida a desafios cada vez maiores e sempre pronta a se superar, a ultramaratonista de canoa havaiana natural de Santos (SP), Alexandra Pozte, se prepara para sua principal prova de longa distância individual. Desta vez, a atleta santista, do Clube de Regatas Vasco da Gama/Meta Va’a, quer remar por mais de 24 horas ininterruptamente, com trechos de mar aberto e ondulação. A ideia é realizar a travessia em fevereiro e, para isso, ela busca patrocinadores para colaborar nos custos.
Ela irá acompanhada de um barco de apoio e só fará rápidas paradas, sem descer da canoa, para se alimentar. Uma aventura inédita e que requer muita preparação e estratégia. Mais conhecida na canoagem como “Japa”, ela ainda guarda em segredo o percurso, mas já vem analisando cada detalhe, com a ajuda de uma oceanógrafa, para estudar marés, correntezas.
“Quero me desafiar a remar por mais de 24 horas seguidas, sem revezamento ou parada, apenas ficando ao lado do barco de apoio para a hidratação e suplementação. Levando meu corpo ao limite e testando minha mente”, anuncia. “Muitos me perguntam por que da loucura? Eu respondo: isso me motiva a viver”, revela.
Com experiências em provas longas, como a travessia Salvador a Morro de São Paulo, na Bahia, com 60 km, e a Volta na Ilha de Itaparica, também no litoral baiano, com 90 km, ela demonstra confiança em se superar. Para isso, vem intensificando os treinos, com orientação do experiente remador Rogério Mendes, da Meta Assessoria.
“Os treinos estão bem intensos. Temos dois mini longos no meio da semana, o nosso longão de sábado e agora vamos começar com os treinos de privação do sono. Então, serão bem puxados. Eu sempre digo que, se consigo passar pela maratona dos treinos semanais, o desafio será fácil. Como diz meu treinador, treino duro, combate fácil”, diz.
Aos 51 anos de idade, Alexandra sempre praticou esportes, sobretudo natação. Conheceu a canoa há cerca de oito anos, ao ver uma amiga postar fotos bonitas. Por cinco anos competiu por equipes e nos últimos três iniciou a carreira solo e decidiu por provas longas. “Sempre amei água e mar, fui fazer uma aula experimental e não larguei mais. Não visava o individual até surgir uma oportunidade de comprar minha primeira canoa e foi um caminho sem volta”, recorda a remadora.
Ela ainda rema em equipe e, inclusive, está numa canoa 50+, que chegou a garantir vaga para o Panamericano da modalidade no Chile e se prepara para o Brasileiro de 2026. “É bom também remar em equipe”, fala a atleta santista, que além de treinar forte, no limite, tem outra batalha pela frente: conseguir um patrocinador para ajudar nas despesas.
“Terei um barco de apoio e vou com uma nutricionista (Dani Lovatel) e uma enfermeira (Raquel de Castro), que também remam e conhecem bem. A motivação é total e sei que conseguirei, mas preciso ter um patrocínio para isso”, ressalta.
Fora da canoa, Alexandra Pozte trabalha como massoterapeuta. “Atendo, às vezes, até às 22h, trabalho de segunda a segunda. Não é fácil conciliar trabalho com treino e descanso, pois vivo em movimento dos braços, mas quando você trabalha no que ama e faz o esporte que ama, tudo dá certo”, completa.
Na Bahia, o grande desafio até hoje
Alexandra Pozte conta que até hoje o grande desafio foi na Bahia. A prova mais dura foi na Volta na Ilha de Itaparica, em dezembro de 2024. Foram 90 km sozinha e mais de 13 horas remando. “Peguei todas as condições de mar e tempo. A canoa atolou, tive que carregá-la por um tempo no meio da prova, depois entrou um vento lateral muito forte, com muita ondulação. Um trecho de quase 10km fiz em mais de duas horas remando de lateral. Foi sofrido, chorei muito de dor e câimbra, mas desistir não fazia parte do meu propósito”, recorda.
“Cheguei e desci carregada, mas foi lindo e o povo da Bahia com sua energia me renovou. Faria tudo de novo e lá me consagrei ultramaratonista de canoa havaiana, desafio chancelado pelo Yatch clube da Bahia e pela federação baiana”, comenta. “O que mais me motiva, é conseguir conciliar os treinos com meu trabalho e minha vida pessoal. Sou movida a desafios e me auto desafiar me fascina”, finaliza.