E depois dos 42 km?

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depois dos 42 km
“A natação, que antes era uma válvula de escape para relaxar da corrida, aos poucos tornou-se meu foco” Foto: Arquivo pessoal

Quando concluí a maratona de 42 km — o auge da corrida para qualquer corredor amador — me fiz bastante essa pergunta: e agora? É algo recorrente entre muitos corredores e atletas: após alcançar um grande objetivo que exigiu meses de dedicação, sentir-se sem rumo.

No meu caso, tentei seguir normalmente os treinos, mas a fadiga e a sensação de vazio ainda rondavam. Nesse meio tempo, decidi focar na natação, um esporte que amo, mas que estava de escanteio há algum tempo. Fiz minha primeira prova em águas abertas e percebi uma coisa: o mar nos chama! E engano seu se pensa que não tenho medo — eu ainda tenho, e muito. Mas a vontade de me aventurar na grande imensidão azul é maior.

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A natação, que antes era uma válvula de escape para relaxar da corrida, aos poucos tornou-se meu foco; minha missão, eu diria. Novas metas surgiram, novos desejos. É uma sensação difícil de explicar. Só quem nada entende. Você entra no grande mar azul em busca de se encontrar. É quase algo místico: enquanto termina uma maratona cansado, exausto, no mar você sai revigorado, como se ressurgisse das cinzas (ou deveria dizer, da água?).

Esse é o lado bom de experimentar outros esportes: você nunca sabe o que lhe aguarda. Hoje voltei a correr, mas com uma mentalidade mais tranquila e leve. Não se trata de velocidade, mas de desafio pessoal.

Sabemos que, em uma corrida, se você cansa, pode simplesmente sair de lá. Mas, no mar, as variáveis mudam bastante. É preciso respeitar a mãe natureza e entender que nem sempre estamos no controle. Não estamos em casa — mesmo quando nos sentimos assim.

De toda forma, é bom sentir esse frio na barriga novamente, o início de algo novo e inesperado. Li em algum lugar que “quem nada nos sete mares não apenas conquista o mar, mas a si mesmo.”

Agora, respondendo à pergunta do início: e depois dos 42 km? Bom, se tem algo que posso afirmar é que sempre haverá espaço para novos desafios — seja no asfalto ou em alto-mar. 

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