Entrevista: Caio Vaz e o foco na recuperação
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Há 18 anos frente do “Remo sem Fronteiras”, que incentiva a transformação social através da prática do esporte em crianças de baixa, Sérgio Oliveira troca uma ideia com nosso editor e fala sobre a história do projeto e da campanha para a restauração da Kurumi Gamboa, uma OC6 que partiu-se em duas após uma colisão com pedras.
A quanto tempo existe o projeto Remo sem Fronteiras?
Há 18 anos, foi fundado em 2000. Durante os quatro primeiros anos, o projeto realizou as primeiras aulas no Dique do Tororó. A partir de 2010, o raio de abrangência foi ampliado para a Lagoa de Pituaçu, envolvendo alunos das comunidades próximas a região do Parque Pituaçu. Em 2013 as ações foram iniciadas também na Gamboa de Baixo, e em 2016 na comunidade da Preguiça
Qual o objetivo e como funciona o projeto?
Nosso objetivo é incentivar a transformação social através da prática do esporte oferecendo também lazer e cultura aos alunos, mantendo e coordenando diversas ações voltadas à melhoria da qualidade de vida através da arte, cultura, lazer e educação nas comunidades.
O Remo sem Fronteiras busca compartilhar as atividades com outras comunidades costeiras. Desenvolvemos atividades coletivas e itinerantes contribuindo com a redução de conflitos sociais, inclusão e desenvolvimento familiar e individual de crianças, jovens e adolescentes em situação de risco.
Em suma, nossos principais objetivos são democratizar o acesso de crianças, adolescentes e pessoas com limitações físicas ao esporte, que por sua vez é transformando em instrumento educacional, através das modalidades de canoagem e remo, contribuindo para a formação cidadã, intelectual e técnica desses.
Acreditamos no poder que esse esporte tem para a inclusão social, redução da pobreza, combate a discriminação e vulnerabilidade. Além disso, também temos como objetivo o incentivo e preparação técnica para novos atletas.
Mas como funciona o projeto?
Funciona através da prática do Remo tradicional e do Remo adaptado (para pessoas e atletas com diferentes tipos de deficiências físicas ou motoras), trabalhos com jovens, adolescentes, adultos e idosos de todos os tipos e de diferentes classes sociais, porém, focando na classe social de baixa renda ou com nenhuma renda, como por exemplo: moradores e ex-moradores de rua, pessoas pertencentes aos bairros carentes de Salvador, sem muitas perspectivas de trabalho e sem nenhuma oportunidade de desenvolvimento sócio cultural.
Dentro dos polos de treinamento da ARS (Associação Remo Salvador) são oferecidas oportunidades de convívio e de inserção social através do esporte, de forma gratuita e e com acompanhamento de ótimos profissionais da área.
Além das atividades físicas e motoras, a ARS acompanha de perto o desenvolvimento de cada aluno nas atividades esportivas, em seus relacionamentos dentro e fora da Associação como indivíduo e cidadão, aproxima-se da família ou dos responsáveis, incentiva-os a frequentarem a escola e universidade, exige boas notas, incentiva o desenvolvimento da autoestima e busca melhorar significativamente a dignidade e a qualidade de vida que cada aluno.
Você tem ideia de quantos jovens já foram atendidos até hoje?
Cerca de 700 crianças, adolescentes e pessoas com limitação física desde de 2000 até a presente data.
Vocês atendem adultos também?
Sim. Através da prática do Remo tradicional e do Remo adaptado (para pessoas e atletas com diferentes tipos de deficiências físicas ou motoras), trabalhamos com jovens, adolescentes, adultos e idosos de todos os tipos e de diferentes classes sociais, porém, focando na classe social de baixa renda ou com nenhuma renda, como por exemplo: moradores e ex-moradores de rua, pessoas pertencentes aos bairros carentes de Salvador, sem muitas perspectivas de trabalho e sem nenhuma oportunidade de desenvolvimento sócio cultural.
O que aconteceu com a OC6 de vocês?
Em dezembro passado, a Kurumi Gamboa foi levada para o município de Cairu (BA) para ser utilizada por crianças e adolescentes das lhas de Tinharé e Boipeba no período de férias escolares com o objetivo de implantar o projeto Remo Sem Fronteiras por lá e apresentar às comunidades da região a modalidade da canoa polinésia.
No dia 30 de janeiro, porém, a canoa estava apoitada perto da terceira praia em frente ao hotel Caeira, Morro de São Paulo, onde ocorreu a chegada da II Travessia Salvador/ Morro de São Paulo.
Tinha acabado de ministrar uma aula com meninos da comunidade e às 11h deixei a canoa a 100 metros da areia como de costume para subir para almoçar e depois descer para atender a turma da tarde dos garotos.
Só que de uma hora para outra entrou um forte vento leste mudando o tempo e arrastando a canoa para as pedras, partindo-a em duas partes (proa e popa) além de partir a ama (flutuador) ao meio. Era véspera da segunda lua cheia de janeiro (Lua Azul) e a canoa só não quebrou mais porque a comunidade caiu no mar para tentar salvá-la. Quando desci só deu tempo de cair no mar e afundar a canoa para evitar danos maiores. Tive que esperar a maré secar para, juntamente com o apoio da comunidade, tirar a canoa guardá-la no hotel Caeira que deu um grande apoio.
Como é possível ajudar a reparar a canoa?
Estamos realizando a campanha para arrecadar fundos e concertar a canoa levando para o Rio de Janeiro através de um site de ajuda coletiva: www.vakinha.com.br/vaquinha/canoa-kurumi-gamboa
Divulgue seus canais de comunicação para que os interessados em ajudar a saber mais sobre as atividades do Remo sem Fronteiras possam se informar!
Nossos canais de comunicação são:
Site: www.remosemfronteiras.com.br
Insta: @remosemfronteiras
Whats app: 71 992953757
Email: sergioremo18@gmail.com
Grande Abraço e obrigado pelo apoio!