Aloha Spirit Festival reestrutura as provas de paddleboard
Presente no Aloha Spirit Festival desde 2010, modalidade prone paddlebard terá novas provas para atender ... leia mais
Neste sábado, 01 de abril, foi realizado em Búzios o campeonato brasileiro de va’a maratona nas modalidades V1 e V1R (OC1).
A competição recebeu atletas de diversos estados, como Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Espírito Santo, Brasília, Pará e Rio de Janeiro e também foi válida como seletiva para o Pan-Americano de Va’a que será realizado no mês de novembro em Vitória (ES).
Diversas categorias participaram as disputas, que definiram os títulos brasileiros de va’a individuais de 2023 e havia uma expectativa grande em torno de uma prova desafiadora, mas com bons trechos de downwind. A organização, inclusive, mudou o trajeto da prova, tomando como base os mapas de previsão de ventos e ondulações. Contudo, como a natureza é imprevisível, houve pouco downwind, muito vento lateral e backwash.
“Foi uma prova duríssima. A ideia era construir um trajeto com downwind e upwind, mas o vento mudou tanto de orientação que a primeira parte foi quase inteira com vento lateral, mas o mar pelo menos estava liso nessa parte, depois do primeiro contorno, foi só costão até chegar na Ferradura e era muito backwash. Foi uma prova super técnica e acredito que todos os remadores concordaram com isso, além disso, o dia estava lindo e a achei a etapa muito bem organizada”, conta Antonio Gonzaga (SC), campeão brasileiro de OC1 na categoria Máster +40.
A competição foi dividida em três etapas. Primeiro, às 8h e logo em seguida às 8h05, largaram as categorias V1R e V1, masculino e feminino, Parava’a, Junior 16, Máster 60 e Master 70. Essa prova teve largada e chegada na praia de Manguinhos.
Depois, às 10h, foi a vez das mulheres mostrarem sua força com as provas de 16 km Júnior 19, Open, Master 40 e Master 50, com largada em Manguinhos e chegada na Ferradura.
Destaque para Mary Mateus (RJ), melhor tempo entre as mulheres, que voou baixo com sua V1, concluindo a prova em 1:26:29. Beatriz Peixoto (RJ) ficou com o vice-campeonato na V1 com o tempo de 1:27:29. A veterana Monica Pasco (SP) completou o pódio na terceira colocação em 1:28:56.
Na OC1 os “pegas” também foram de altíssimo nível, com Dayone Rossi (RJ), ficando com o título brasileiro de OC1 após concluir os 16 km com o tempo de 1:28:58. Em seguida, Marta Terra (RJ) e Barbara Campbell (RJ), vieram logo atrás, respectivamente, em segundo e terceiro lugar em uma bela disputa decidida em 1:30:05 para Martinha, contra 1:30:10 para Bárbara. O detalhe é que as três são remadoras másters!
“A prova foi feita com o percurso invertido e eu nunca tinha feito essa remada, nesse sentido. E, diferente do que costuma ser Búzios, estava tudo contra, vento, ondas, e isso fez a competição ser bastante dura, exigindo força e muita técnica, pois estava pesado. Mas curti o desafio, porque remar em Búzios é muito bom e também comemorei bastante porque foi meu aniversário!”, conta Dayone Rossi.
Concluídas as disputas femininas, às 13h foi a vez das provas V1 e V1R 16 km, Masculino, Júnior 19, Open, Master 40 e Master 50 entrarem na água para encerrar o campeonato brasileiro de V1 V1R de 2023.
O trajeto de 16km foi o mesmo da categoria feminina: Largada em Manguinhos, com vento lateral, para em seguida encarar um costão com muita ondulação até a chegada na praia da Ferradura.
Com o tempo de 1:18:32, Maxwell Coutinho Jr (RJ) foi o primeiro remador a concluir a prova, faturando seu bicampeonato brasileiro de OC1 e mostrando estar em grande forma. Max chegou com pouco mais de um minuto à frente do vice-campeão da OC1, Pedrinho Weichert (ES), cruzando a linha de chegada em 1:20:11. Murilo Pinheiro (RJ) fechou o pódio na terceira colocação em 1:21:52.
“Foi uma etapa muito disputada e o nível da OC1 estava muito alto. Nunca vi no Brasil uma prova com tanta OC1 na água e com tanta gente boa remando. Uma remada de muita força, que exigiu bastante navegação, muita leitura de mar. Não foi um Búzios esperado, e onde poderia ter um pouco de downwind, acabou que o vento estava de través, depois, no costão, muita onda de backwash, balançando muito, mas era muito difícil aproveitar essas ondas. Então, realmente foi desafiador o trajeto“, revelou Pedrinho Weichert .
Na V1, outra performance impressionante. Robert Almeida (ES) conquistou seu terceiro título brasileiro, sendo o terceiro remador a cruzar a linha de chegada. Agora, detalhe importante: a largada da V1, assim como no feminino, foi feita cinco minutos após as OC1 largarem! E Robert acabou fazendo o melhor tempo dos 16 km: 1:18:29.
“Venho treinando forte há um ano, com uma equipe boa, com apoio de de vários profissionais, como fisioterapeuta, cardiologista, e é uma coisa que está fazendo bastante diferença. Estava confiante e felizmente consegui fazer uma boa prova desde a largada. Queria ver como iria me sair também em relação às OC1, pois em Búzios o mar é bastante mexido. A prova no geral foi boa, mas na minha opinião, deveriam ter mantido o sentido original, para aproveitar o downwind. Outra coisa que acho importante chamar atenção, é que a distância, ao final, deu 14 km e isso faz diferença pra quem está treinando para o campeonato mundial e para a Te Aito, que é o meu caso. Entendo o lado da organização, que visa a segurança, mas um campeonato brasileiro é para testar os melhores, justamente para preparar para as provas internacionais. Também acho importante pensar na premiação, pois os custos para competir são altos. Acho que o Estadual do Rio de Janeiro é um bom exemplo para a CBVA’A se espelhar em termos de premiação“, ponderou Robert Almeida.
O veterano Paulo Dos Reis (SP) ficou com o vice-campeonato brasileiro da V1 com o tempo de 1:20:26, após uma chegada emocionante contra Rodrigo Medeiros (RJ), terceiro colocado com o tempo de segundos de diferença: 1:20:28.
A próxima competição do campeonato brasileiro será disputada nas modalidades V3 e V2R (OC2) no dia 06 de maio, em Bertioga (SP).