Revista SUP The Mag sai de circulação
Em circulação desde 2009, última edição da revista chega às bancas dos EUA nos próximos dias. Grupo avisa ... leia mais
Após vencer uma batalha judicial contra o MPF (Ministério Público Federal), a Marinha do Brasil obteve autorização para afundar um porta-aviões desativado.
Segundo o MPF, a sucata da embarcação conta com 9,6 toneladas de amianto, substância com potencial tóxico e cancerígeno, além de 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos. O uso do amianto é proibido no Brasil desde 2017, após decisão do Supremo Tribunal Federal.
O afundamento foi realizado na última sexta-feira (03). A Marinha alega que o procedimento foi feito de forma controlada e planejada, a 350 quilômetros da costa brasileira, em uma região com cerca de 5 mil metros de profundidade.
“O procedimento foi conduzido com as necessárias competências técnicas e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro”, diz o comunicado, assinado também pelo Ministério da Defesa e pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A decisão pelo afundamento do navio foi anunciada na última quarta-feira (1°) após a empresa turca Denizcilik (SÖK), que havia comprado, em 2021, o casco para reciclagem, abandonar a embarcação.
O porta-aviões retornou ao Brasil porque a Turquia cancelou a autorização que havia emitido para a exportação no fim de julho de 2022. Segundo a Marinha, o casco do navio precisava de reparos que a SÖK não demonstrou interesse em fazer.
Em nota técnica, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontou para diversos impactos ambientais que poderiam ser causados pelo afundamento. Entre os riscos, está a liberação de materiais poluentes que fazem parte da estrutura do navio.
Para o órgão ambiental, a melhor opção seria a reciclagem ambientalmente correta do casco.
A decisão da Marinha também foi muito criticada por órgãos ambientais independentes. Leandro Ramos, diretor de Programas do Greenpeace Brasil, classificou como “decisão trágica” a escolha da Marinha por afundar um navio com tamanha quantidade de materiais tóxicos no mar do Brasil.
Na sexta-feira (3), o Ibama solicitou informações à Marinha sobre o naufrágio do porta-aviões para estudar alternativas para diminuir e salvaguardar impactos ao meio ambiente.
Com informações de CNN e G1.