Pioneiro do va’a recebe medalha da Ordem de Mérito da Nova Zelândia

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Matahi Avauli Brightwell na juventude, quando se tornou um dos maiores escultores de canoa da Nova Zelãndia. Foto: Arquivo pessoal

Um dos maiores nomes da canoagem polinésia neozelandesa, Matahi Avauli Brightwell, foi homenageado com a medalha da Ordem de Mérito da Nova Zelândia, uma das mais importantes condecorações do país.  

Matahi disse, contudo, que ao receber a notícia, convocou uma reunião de família para decidir se aceitara ou não a homenagem, uma vez que ela representa, de certa forma, uma herança colonialista em seu país, pois está ligada diretamente à Coroa Britânica.

“Minha família me convenceu de que seria bom aceitar”, disse ele, ponderando que “o prêmio foi feito em nome da Nova Zelândia para todos os neozelandeses, em todo o país”. 

O pioneiro também chegou à conclusão de que poderá usar o prêmio para inspirar outros maoris (polinésios nativos da Nova Zelândia) e ajudá-los em seus empreendimentos.

As realizações de Matahi Avauli Brightwel em relação à waka ama (como o va’a é chamado na Nova Zelândia) foram amplamente reconhecidas. Ele foi pioneiro na reintrodução da cultura do va’a em seu país, formando na cidade de Gisborne o primeiro clube neozelandês de waka ama, o Mareikura.

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Matahi Avauli Brightwell exibe uma de suas esculturas inspiradas na cultura maori. Foto: Arquivo pessoal

Matahi também teve uma atuação preponderante frente à federação internacional de va’a (IVF) para a realização do campeonato mundial de 1990, na Nova Zelândia e foi fundador e primeiro presidente da federação neozelandesa de waka ama, incentivando a criação de clubes de va’a em todo país.

Ele foi um dos três primeiros homenageados do Waka Ama New Zealand Hall of Fame, sendo considerado uma lenda esportiva de Tairawhiti, ao lado de sua esposa, Raipoia, também está fortemente envolvida no fomento do waka ama neozelandês e no clube Mareikura.

Mas seu envolvimento com, contudo, o va’a vai além do universo das competições. Em 1985, ao lado de seu sogro Francis Cowan, junto com uma pequena tripulação, navegou a bordo de uma canoa ancestral de casco duplo, inspirada na Hokule’a, chamada Hawaikinui, das Ilhas da Sociedade para a Nova Zelândia, em uma jornada de nove semanas.

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Em 1985, Brightwell navegou a bordo de uma canoa ancestral de casco duplo, inspirada na Hokule’a, chamada Hawaikinui, das Ilhas da Sociedade para a Nova Zelândia, em uma jornada de nove semanas. Foto: Arquivo pessoal

Ele também é um respeitado escultor formado em marae (templo sagrado para os maori, que serve para propósitos tanto religiosos como sociais) nas tradições associadas à escultura, construção de canoas, tatuagem e história.

Uma de suas obras mais conhecidas é a waka taua (canoa de guerra) de 45 metros chamada Te Aio o Nukutaimemeha, que ele considera um símbolo da luta contra o que Brightwell vê como ameaças aos maori: álcool, drogas e tabaco.

Outras nações polinésias lhe renderam homenagens: no Taiti, os taitianos lhe deram o nome de “Matahi”, em homenagem ao último guerreiro que os franceses mataram em uma rebelião em Ra’iatea em 1893.

Em Samoa, ele recebeu o título de “Avauli”, conferido aos altos chefes samoanos, concedido a ele por seu trabalho com as canoas.Ambos os nomes incorporados por ele, cujo nome de batismo é Greg Brightwell.

Fonte: gisborneherald.co.nz

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