The Brigde SUP Cup abre inscrições com recorde e agita o Paulista de SUP
Marcada para o dia 27 de julho, The Bridge SUP Cup obtém mais de 100 inscrições em 24h. Competição, que ... leia mais
A região de Laguna, ao sul de Santa Catarina, é conhecida por suas belas praias e também pela incidência de fortes ventos, com um potencial incrível para o downwind ainda pouco conhecido.
Contudo, aos poucos, o catarinense Fernando “Grillo”, que é local de Laguna, vai revelando ao Brasil o incrível parque de diversões que tem em seu “quintal de casa”.
O relevo da costa, que vai de Laguna ao Farol de Santa Marta, conhecido como “Região do Cabo de Santa Marta”, é perpendicular a ventos e ondulações nos quadrantes leste/nordeste e sul.
Essas características, semelhantes a outras partes do Brasil, como o litoral do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, são excelentes para o downwind pois criam as condições ideais de ventos e ondulação para a prática da modalidade.
Contudo, no caso da região de Laguna, o power das ondas, sobretudo no quadrante sul, é incomparável e extremo em dias de ressaca, exigindo muita cautela e planejamento de quem pretende remar nessas condições para que a experiência não se transforme em pesadelo. Não por acaso, a região é considerada uma das áreas de navegação mais perigosas do Brasil.
Mas com anos de experiência e muito conhecimento local, Fernando Grillo sabe como poucos a hora certa de colocar a prancha na água e curtir o “glide catarinense”.
De olho nos mapas de previsão climática, Grillo viu uma janela excelente no início de abril, ventos e ondulação de leste casando perfeitamente com um downwind com largada em Laguna e chegada na praia do Cardoso, no Farol de Santa Marta.
“Esse downwind é ótimo porque as ondulações, mesmo não sendo tão poderosas como as de sul, são muito alinhadas e o vento é limpo. Além disso, ao longo de toda costa existem áreas de escape caso alguma coisa dê errado”, explica Fernando Grillo.
O remador, contudo, faz uma observação: “Essas áreas de escape são seguras, em praias de areia, mas com arrebentação e, portanto, é preciso ter experiência com surfe para sair do mar sem maiores percalços”.
Foram cerca de 22 km de downwind feitos com a impressionante marca de 10.7 km/h em pouco mais de duas horas.
Segundo explica Fernando Grillo, não há registro de um tempo melhor no prone paddleboard, em pranchas Stock (12 pés), nessa distância, no Brasil.
“Para você ter uma ideia, nem no Molokabra eu fiz essa média”, conta o remador, “Isso é mais uma prova do quão boa é essa raia”.
Fernando Grillo diz que pretende divulgar cada vez mais esse potencial e atrair outros remadores, não só do prone paddleboard, mas também de outras modalidades, para curtir a experiência, porém, fazendo uma ressalva:
“Essa é uma raia para quem já têm experiência com downwind, pois em diversos trechos você fica exposto, longe da costa, e precisa ter conhecimento de navegação. Além disso, a água é fria e pede o uso de roupa de borracha”, enfatiza.
“É um downwind extremo, mas alucinante. Pelas médias que tenho feito aqui, acredito se tratar da raia mais rápida do Brasil”, conclui Fernando Grillo.