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Aloha Galera! Vamos continuar falando sobre técnicas de remada? Neste sétimo artigo da série vamos falar sobre as cinco fases da remada.
Está preparado? Então vamos lá, boa leitura!
Agora que já entendemos melhor os conceitos de sincronia, cadência/ritmo, intensidade, comprimento e amplitude, flexão e giro de tronco, vamos estudar as fases de uma remada. Lembre-se que, não existe certo e errado tratando-se de escolha de técnicas e fases de remada. Cada clube e/ou atleta podem ter suas próprias definições e seu próprio estilo, onde nosso objetivo aqui é mostrar um conceito inicial.
Enquanto estamos remando, fica difícil separar distintamente cada fase da remada, isso porque remar é um movimento único realizado em ciclos. A separação em fases existe para didaticamente ser possível entender melhor o movimento, podendo então facilitá-lo e aprimorá-lo.
Por André Leopoldino, capitão do Tribuzana Va’a e instrutor/desenvolvedor do Curso Básico de Va’a
Como vimos anteriormente, a remada pode ser dividida em 05 fases, sendo 03 fases principais e 02 fases de ligação. Vamos entender cada uma delas em sua ordem de execução.
Fase de Alcance: É o início do ciclo de remada, onde nos posicionamos com os braços esticados e rígidos a frente do corpo. Aqui podemos aplicar a flexão e giro do tronco em busca de iniciar a remada com uma maior amplitude. Devemos ter cuidado para não flexionar demais o tronco (sobre alcance), que em remadas longas pode ocasionar perda de energia.
Fase de Entrada do Remo na Água (Catch): Podemos pensar nesta fase como sendo uma fase de ligação, onde ao final da posição de alcance e já iniciando a fase de força, temos o que chamamos de “catch” que é a entrada do remo na água. O catch deve ocorrer de forma rápida e única, sem causar um espalhamento de água abrupto. Um erro comum é iniciar a fase de força sem que a pá do remo esteja totalmente inserida na água.
Fase de Força ou Puxada: A fase de força, ou também chamada de fase de puxada, tem início logo após o catch. Os braços continuam esticados e rígidos até a finalização da fase de força e na medida em que vamos evoluindo no movimento, o tronco vai voltando para a posição original. A aplicação da força não é realizada apenas com os braços, mas sim com todo o corpo em um movimento conjunto de braços, tronco/abdômen, quadril, coxas, pernas e pés.
Importante observar que o remo precisa estar na posição vertical em um alinhamento da mão de cima com a mão de baixo e paralelo a borda da canoa. Um erro comum é realizar o movimento de força com o remo na diagonal ou ainda pender o tronco para o lado que se está remando. Para evitar essa inclinação do corpo podemos colocar a mão de cima para fora juntamente com o movimento de giro do tronco, onde aplicamos um leve movimento de estar de costas para o mar, sem exagerar no movimento ocasionando a perda de energia desnecessária.
Em alguns estilos de remada, a finalização da fase de força pode acontecer quando a mão de baixo atinge a linha da cintura, já para outros estilos a mão de baixo pode passar para trás da linha de cintura. A mão de cima estará muito próxima da borda da canoa (mo’o) e do joelho (da frente) do remador ao final do movimento.
Fase de Retirada do Remo da Água: A retirada do remo da água ocorre com o movimento sendo iniciado com o braço de cima puxando o remo para fora da água, evitando que o braço de baixo faça força empurrando a canoa para baixo. Esta fase é vista como uma ligação entre as fases de força e recuperação.
Fase de Recuperação: É também conhecida como fase aérea e seu início acontece com a retirada do remo da água. Ao iniciar a fase de recuperação retirando o remo da água, o remador pode iniciar também uma virada da pá em um movimento de giro dos punhos fazendo com que a pá fique levemente virada para a lateral da canoa. Em um movimento contínuo, é iniciado o que chamamos de “palamenta” que é justamente esse retorno do remo para frente até a posição de alcance e início de um novo ciclo de remada. Essa palamenta com a pá levemente virada para o lado de dentro é muito eficiente especialmente em dias de vento contra (upwind), onde a pá irá cortar o vento.
Ainda sobre a fase de recuperação, a mão de baixo pode estar sempre próxima a borda da canoa (mo’o), como se estivesse deslizando em um trilho durante o movimento de retorno do remo. Enquanto, a mão de cima poderá fazer um movimento de meia lua ou um desenho de uma letra C e D. Quando a remada está sendo realizada do lado esquerdo da canoa, a mão de cima faz um tipo de desenho de uma letra D. Já quando estamos remando do lado direito da canoa, a mão de cima faz um desenho de uma letra C (sempre começando o desenho imaginário de baixo para cima).
Após finalizar a fase de recuperação, voltamos a posição da fase de alcance e todo o ciclo de remada é reiniciado seguindo a ordem: Alcance (1), Catch (2), Força (3), Retirada (4) e Recuperação (5).
Além das técnicas de remada pesquisadas no livro de Steve West, muito do que buscamos como uma boa técnica tem origem na clínica realizada em 2017 aqui em Florianópolis com o Taitiano Nephi Tehiva.
Viu quanto assunto interessante e importante? Lembre-se que, falar de técnicas de remada sempre é algo difícil e pode gerar contradições. Por isso sempre converse com o instrutor do seu clube, ele é a pessoa mais indicada em retirar as suas dúvidas. No próximo artigo vamos analisar a posição do corpo durante a remada.
Um big aloha e até o próximo artigo!
WEST, Steve. Outrigger Canoeing The Ancient Sport of Kings – A Paddlers Guide. 2ª Ed. Batini Books, 2010.