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Eu já venho escrevendo e falando bastante sobre quais motivos me levaram a praticar bodysurf. E muita gente tem “comprado” essa ideia e adotado o bodysurf como estilo de vida.
Para quem nunca ouviu falar em bodysurf, certamente já viu alguém surfando assim. Ou até mesmo já praticou alguma vez na vida esse esporte mesmo que inconscientemente.
Vou te ajudar a puxar isso da sua memória. Sabe o “jacaré” que você pegou na praia quando era criança? Ou quando adulto você viu aquela onda quebrando e decidiu aproveitar a força dela para ir junto?
Então, no nosso mundo tem gente que chama o “jacaré” de bodysurf ou surfe de peito. Há quem diga que o “jacaré” é como uma etapa inicial do bodysurf, a forma raíz de surfar. Somente o seu corpo fluindo na onda sem auxílio de equipamentos.
E essa forma pura de surfar é algo natural para o ser humano, que ao ver uma onda se formando a sua frente, tenta aproveitá-la instintivamente. O famoso se joga e deixa a onda te levar.
Eu vim do bodyboarding. Antes cheguei a pegar onda com uma funboard 7.4 que me rendeu bons momentos. Depois conheci o bodyboarding e por ali fiquei.
Mas quando conheci o bodysurf “performance” entendi o que era estar conectada com o oceano. Tudo começou quando vi uma pranchinha de mão, que é chamada de handplane ou handboard, à venda na internet. Comprei para presentear um amigo guarda-vidas que também praticava bodyboarding.
Quando coloquei os olhos no anúncio da handplane lembranças de infância logo vieram à minha mente. Meu pai surfou de prancha boa parte da infância e adolescência, mas curtia pegar jacaré. E lembro dele pegando jacaré perfeitamente, sem sequer estar com nadadeiras. Aquilo me impressionava e eu curiosa tentava fazer o mesmo. Então ao ver a handplane à venda me lembrei do passado e pensei “Isso vai ajudar a dar velocidade no jacaré!”.
E certa vez quando estava em um secret point com esse amigo a quem presenteei com a handplane, uma coisa importante aconteceu. Eu estava com uma prancha de bodyboarding novinha e ele pediu para testar. Então lá mesmo no outside trocamos de equipamento.
Ele ficou com meu bodyboard e eu com sua handplane. A primeira onda da série chegou e ele logo pegou.
De imediato pensei: “Não há ninguém aqui nessa praia com exceção de nós dois. O que eu vou fazer aqui nesse mar com essa pranchinha de mão que não me dá sustentação no mar?”. Essa preocupação inicial foi embora quando na terceira onda da série eu entrei.
A sensação de deslizar na onda e aproveitar sua força natural com o meu próprio corpo foi algo fenomenal. Algo que me fez querer sentir outra vez e outra e mais outra vez. E daí nunca mais parei. Com ou sem handplane sempre estou desfrutando das ondas com minhas nadadeiras que me ajudam a ir mais distante, a acelerar nos momentos ideais e passear pelos tubos.
Sentir-se parte da onda. Isso é o bodysurf. É algo que você faz com naturalidade e com um sorriso no rosto. Eu desconheço quem pratica bodysurf e saia da praia com a cara amarrada. Pelo contrário, a diversão é sempre garantida. Seja em ondas longas, cavadas, cheias, tubos e clássicas fechadeiras. E qual é a graça do bodysurf? É usar o próprio corpo como instrumento no mar para fazer arte na onda.
Não perca tempo. Experimenta também e depois me conta o que achou… pois tenho certeza que você não irá se arrepender.
Aloha!
Letícia Parada
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